sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

A BATALHA PELA TERRA MÉDIA


Caiu recentemente em minhas mãos o elegante e - quase - indefectível jogo de RTS (real time strategy) "The Lord of the Rings: Battle for Middle Earth" (PC). O universo de Tolkien e Peter Jackson está perfeitamente decalcado ali, com cuidado, minimalismo e detalhismo no limiar da obsessão. Tolkien ficaria orgulhoso. E palmas e louros para a Eletronic Arts, que fez um trabalho primoroso na adaptação dos 3 filmes em um jogo só, que é competente e preciso na difícil tarefa de entreter, sem comprometer a adaptação convincente. Francamente, de cara é o melhor jogo de todas as adaptações do Senhor dos Anéis feitas até hoje. As três histórias se costuram com fluidez e não há ruptura da narrativa em nenhum momento. O primeiro minuto de jogo nos oferece o controle da Sociedade do Anel nas Minas de Moria e o suspiro final é diante dos Portões Negros, com a angustiosa espera para saber se Frodo e Sam conseguirão lançar o anel no fogo para que Aragorn retorne como rei ao trono de Gondor. No caminho, inúmeras horas de jogo, controlando heróis em missões individuais e/ou exércitos completos, como Rohan, Gondor, Mordor e Isengard (é possível seguir uma "Campanha do Bem" ou uma "Campanha do Mal"), com todas as nuances e aspectos específicos de cada facção. Batalhões de rohirrim, elfos arqueiros, cavaleiros armados, soldados, Orcs, Uruks, Goblins, fazendas para a geração de recursos, estábulos para produzir cavaleiros, torres de combate, uma meia dúzia mais de construções militares para a construção de um exército. E está tudo lá: a retomada dos rohirrim expulsando as forças de Isengard de Rohan, a defesa de Helm´s Deep com o quase-infinito exército de Saruman sedento por romper a parede da fortaleza, as forças de Gondor sendo atacadas em Osgiliath, a épica batalha de Minas Tirith, tudo lá, permeado por missões rápidas envolvendo os heróis em provações pessoais. A dose de dificuldade é equilibrada (ainda é possível escolher o modo, fácil, normal ou difícil) e, por mais que os exércitos inimigos continuem marchando incansáveis, não perdemos a sensação de controle e evolução das nossas próprias tropas no caminho. Os exércitos evoluem e os levamos adiante por dezenas de missões. Heróis e soldados ganham níveis, equipamentos aprimorados, todos ficam visivelmente mais fortes e capazes de suportar os desafios adiante. A verdade é que é um daqueles jogos que vez ou outra aparecem e não há quase nada que se possa dizer contra. Talvez o grande defeito do jogo - amplamente discutido em fóruns na rede - seja o conjunto de requisitos "mínimos". Apesar do que dizem as informações técnicas, os requisitos passam LONGE de serem mínimos. São máximos. E é preciso ter o Anel do Sauron dentro da CPU para rodar o jogo em alta resolução. Uma máquina poderosa, superando de longe os requisitos mínimos, ainda assim provavelmente precisará deixar o jogo em baixa resolução. Do contrário, a Batalha pela Terra Média fica em câmera lenta. E o grande perigo passa a ser morrer de sono. Isso à parte, o jogo é um tesouro, com nota máxima em replay, ainda que mereça, por pequenas e significantes questões inoportunas, receber um 9.2 no geral. Exepcional, não há a menor dúvida, e vale cada real pago. Diversão garantida. E sempre digo que é isso que importa, no fim das contas.

Nenhum comentário: