terça-feira, 30 de abril de 2013

MAIS UMA RAZÃO...

...para simplesmente amar meninas geek, nerds, gamers, cosplayers. Esta, que personifica a princesa Merida (Brave) é, na falta de um adjetivo melhor, uma APARIÇÃO.

"SABOREIE CADA MOMENTO"


Linda propaganda de ração para cães e gatos; para agradar todos os dog e cat people democraticamente. Via Chongas.

segunda-feira, 29 de abril de 2013

ILUSTRANDO

Rodrigue - "Cão Azul"

sábado, 27 de abril de 2013

sexta-feira, 26 de abril de 2013

PARA VER E OUVIR: SARA BAREILLES ("GRAVITY")


Não conhecia [mais essa] linda versão de uma das minhas músicas preferidas de todos os tempos. E que fez meu coração bater [ainda mais] forte por essa linda que roubou para sempre o meu coração.

A ESFINGE

A saliva secava, escassa, quase venenosa em sua boca, enquanto ele caminhava sozinho por aquele mar de areia dourada. Aquele oceano sem fim, seu clichê de cowboy. Os pés afundando, algumas vezes quase até a altura dos joelhos, e o sol corroendo os seus pensamentos ao limiar da loucura.

No horizonte, cada vez mais pequenino, seu monomotor começava a desaparecer; apenas o fio gris de fogo e fumaça marcando a direção do seu acidente. O suor despencava, licoroso, pelo seu rosto, ensopando a sua camisa e cegando-o com gotas inoportunas que cascateavam quando ele corria os punhos sobre os olhos.

Ele lamentava ter ido para a Índia; tê-la deixado esperando; tê-la abandonado...

Talvez fosse o seu castigo.

E ele caminhava e caminhava e caminhava sem chegar a lugar algum. Mas, então, algo. Um vulto, perdido, no horizonte. Uma silhueta sem forma que, rapidamente, transformou-se em farol. Ele apertou o passo, tropeçando e despencando sobre si mesmo, para então recuperar o compasso enquanto corria rumo ao seu objetivo beduíno.

"Após a queda...", ele pensou. "a salvação".

Cada vez mais próximo, depositou a mão direita sobre a testa, como uma viseira, numa tentativa de enxergar melhor e percebeu que havia uma mulher ali. Solitária e silenciosa, observando-o, acocorada sobre as ruínas de um casebre, quase rapina.

Séria, em trajes cerimoniais, um longo vestido feito de retalhos e faixas multicoloridas que dançavam no vento, ela ostentava uma beleza etíope, com olhos felinos gigantes, amarelos e impiedosos, e o cabelo oleoso trançado atrás da cabeça; algo de nobreza, algo de caçadora, algo de bruxa. 

Ele se aproximou, vagarosamente, como um animal ferido, depositando-se de joelhos sob a mulher. Sentia-se um pássaro de asa quebrada, suplicando por misericórdia.

"Água...", ouviu-se dizer numa voz fugitiva. "Água"

Ao que a mulher lhe deu as costas, pulando para o chão, e caminhou na direção contrária, ostentando um caminhar sensual que parecia atraí-lo, como uma sereia, a cintura mexendo feito serpente.

Imediatamente ele se percebeu levantando, o vigor retornando às suas juntas, e lá estava em marcha atrás da mulher misteriosa. Seguia, pisando sobre as suas pegadas, sentindo um perfume de canela, azeite e limão que ela deixava no vento, como rastro.

Ocasionalmente, ela se virava para ele, oferecendo um meio sorriso, um olhar desenhado, negro, egípcio, e um punhado de dedos longos e unhas compridas, como se quisesse lhe dar a mão. Mas, quando ele corria para segurá-los, rapidamente ela os guardava, e ele tinha a sensação de que ela se divertia ao fazer isso. 

O sol continuava a castigá-lo, mas não o impedia de seguir em frente; mesmo com a sensação desesperadora de estar sendo engolido pela areia cruel, sendo cozinhado vivo sob a sua pele, já despido de pensamentos concretos.

Enão ele percebeu que andavam em círculos, sem propósito, sem chegar a lugar algum. E, de fato, a mulher parecia se deliciar daquilo. Rindo, indiferente ao calor escaldante, corrosivo, que o debilitava a cada segundo.

A mulher não demonstrava cansaço algum, pelo contrário, parecia fazer daquilo um esporte. E continuava puxando-o, quase arrastado por uma corrente invisível, navegando aquela água amarela que começava a destruir o seu corpo.

"O que você quer de mim?", ele indagou, os lábios rachados e os olhos semi-cerrados.

Ao que ela parou imediatamente, ajoelhando-se à sua frente.

"Achei que você não fosse perguntar nunca", disse, o hálito penetrante inebriando seu rosto com uma névoa salina que comunicava algo violento, antigo e místico. E, de alguma maneira, sexual.

Ele permaneceu parado, sem compreender.

"Um teste", ela sorriu. "Proponho um teste".

Ele continuou em silêncio.

"Suceda, e você estará livre".

"E se eu fracassar?", pensou, mudo, mal mexendo os lábios.

"Eu comerei o seu corpo", disse, a mão gentilmente posicionada sob seu queixo. E então indagou, triunfante:

"Um burro vagueia pelo deserto, morrendo de fome e de sede. Encontra, então, e ao mesmo tempo, uma tigela de água e um monte de feno. Indeciso, ele reflete se deve matar a fome ou a sede primeiro".

Virou-se para ele, novamente: "E então, o que escolhe o burro? Água ou comida?"

Os dois continuaram caminhando, por horas sem fim, o céu ganhando tons lilases e marinhos, então negros, e então carmesins, e então amarelos de novo, salpicados ora por nuvens ora por estrelas, num balé torturante. Seguindo em marcha para um destino sem nome.

"Fome ou sede?", ela interrompia os seus pensamentos, "fome ou sede"?

"Eu não entendo", ele murmurava baixinho, "eu não sei".

E a mulher gargalhava, o rosto virado para o céu, saboreando o sofrimento do seu cativo. E voltavam a caminhar em círculos até ele contar ter visto os destroços do seu avião por mais vezes do que os dedos das suas mãos podiam contar.

E então ele entendeu. Enfim, entendeu.

Puff. Joelhos batendo no chão. Puff. Rosto afundando na areia.

E, antes de sucumbir no mais doce dos sonhos, ouviu um grito desesperado que ecoou pela areia, reverberando o espaço como uma tempestade, uma sirene que poderia ser ouvida em todos os cantos do mundo. A mulher agarrou-o, puxando-o de sua cova enamorada, e ele sentia garras dilacerando a pele da sua cintura.

Abriu os olhos para ver a criatura, gigante, as asas abertas como dois pavilhões de penas douradas, braços e pernas cobertos de manchas felinas e um rosto que era inteiro uma máscara de terror.

Ele sorriu, fechando os olhos pela última vez, sentindo-se despencar novamente na areia, sua carcaça sem utilidade, inadequada para uma refeição; a mulher-ave rodopiando no céu sobre ele, como um corvo inconformado.

E gritando e gritando e gritando.

Ao que o seu corpo mergulhou, na imensidão de uma água de cobalto sem fim. E então o silêncio.

Ele havia vencido a esfinge.

terça-feira, 23 de abril de 2013

AMOR PLATÔNICO

Mais um destes (tardiamente descobertos) amores platônicos. Emilia Clarke (ou seria a Daenerys Targaryen?) - ou seriam as duas? A verdade é que as "duas" me comunicam coisas muito parecidas; força e fragilidade equilibradas por trás de olhos que são, ao mesmo tempo, fúria e fogo. E doçura, profunda e absoluta doçura. Não sei se prefiro os acobreados cabelos de Emilia ou a selva prateada de Dany (possivelmente esta segunda). O fato de ela retratar tão magistralmente a personagem principal de "A Canção de Gelo e Fogo" ajuda também, confesso. E, depois deste último S03E04, não tem como ficar mais sobre o muro com relação à Daenerys. Depois de vê-la - e ouví-la - em alto e bom valiriano, defendendo e honrando o sangue em suas veias, da última Targaryen e verdadeira herdeira do Trono de Ferro, também eu quero servir à mãe dos dragões. Entre todos estes pantomimeiros e candidatos a rei em Westeros, escolho Daenerys como a minha rainha. E o meu mais novo amor platônico.

AFASTA-ME DE TODO O MAL

Hoje e durante cada dia de minha vida.

domingo, 21 de abril de 2013

O BEIJO IMPOSSÍVEL

Era um dia gostoso, destes em que ela se sentia especialmente feliz por estar viva, por estar ao ar livre, por estar simplesmente respirando. O sol lambia gentilmente a sua pele sardenta, vestindo-a com aquela sensação morna e aconchegante enquanto ela caminhava sem pressa.

Um vento mais traiçoeiro vinha acompanhá-la, fazendo voar seu cabelo castanho como uma flâmula antiga, vez ou outra brincando com a sua roupa, revelando mais do que devia daquela pele branca, daqueles contornos cheios de segredos, enquanto ela esticava os seus braços, alongando o seu corpo, naquele domingo eterno, destes que acontecem em sonho e onde o compasso das horas corre numa velocidade diferente.

Ela estava tão feliz.

Mas ela também sabia que aquilo era um sonho, porque era evidente que havia uma cadeia de eventos que não necessariamente se encaixava com as pessoas que ela encontrava ali. Aqueles rostos e vozes de outros tempos e eventos distintos, mas que estavam ali, fazendo-a rir, como se fossem um único grupo de amigos.

Mas o que importava? Ela não tinha nem mesmo 20 anos e desfrutava por algumas horas efêmeras a delícia de um tempo de menos dúvidas, contas a pagar e preocupações insones.

De repente ela foi tomada por um impulso. Como se mãos imaginárias tivessem tomado conta do seu rosto, virando-o como um farol na direção de um homem que a observava ao longe. Num espaço de nem mesmo um segundo, os seus olhos, aqueles olhos pequeninos, cheios de cílios, encontraram os dele e ela soube, claro que soube, quem ele era. Seu amigo, seu amante, o homem com quem ela havia escolhido construir uma vida.

Lá estava ele, sorrindo tímido, tão longe, parecendo envergonhado de ela ter descoberto o seu olhar. Ele disfarçava, como se estivesse observando outra coisa; mas ela sabia, ela o conhecia, sabia ler aqueles olhares perdidos, aquela linguagem desajeitada que ele demonstrava quando ela o provava errado.

A beleza do sonho, porém, é que aquele não era o homem do seu presente. Era ele, sim, claro, de fato, de alguma forma. Mas provavelmente uns 10 ou 15 anos mais velho. Ou talvez mais. Os cabelos já bem mais prateados, o corpo um pouco mais frágil, algumas pequenas ruas e avenidas em seu rosto que ela ainda não conhecia; mas era ele. E ela gostou constatar que ele ainda era tão bonito.

"Um dia eu precisei cunhar uma escolha", ela pensou caminhando em sua direção.

E ali, naquele sonho aleatório, ela voltaria a surpreendê-lo. Como ela sempre fazia, seu delicioso hábito de pegá-lo de surpresa. Ela, que sempre vencia as discussões, ela que tinha todas as respostas, ela que lhe dava errâncias e tarefas impossíveis que ele corria em atender, feliz. Lá estava ele.

Com passos curtos, ela se aproximou, parando diante dele com seu olhar e sorriso triunfantes. Ao que ele, pego de surpresa, sorriu com timidez e apenas disse seu nome. Ela sabia. Tocou seu rosto com carinho. Ela sabia.

E então, de supetão, ela transformou aquela surpresa num beijo atemporal, o beijo impossível, separado por décadas, misturando presente, passado e futuro num quântico emaranhado de lembranças que surgiam enroscadas naquela saliva imaginária, nas mãos em sua cintura, que ela conhecia tão bem, no ombro em que ela amparava o seu rosto. O mesmo corpo, os mesmos braços, o mesmo cheiro.

"Parece que a gente desaprendeu como se perder", ela sussurrou; a voz rouca arranhando o seu ouvido. "E agora brincamos com os nossos sonhos também".

E ficaram ali, abraçados, por um tempo infinito, de olhos fechados.

* * *

O domingo amanhecia aos poucos, inundando o quarto como uma catedral de luz e silêncio. Um mensageiro do vento pontuava algumas notas preguiçosas na janela enquanto ela se percebeu despertando com uma chuva de carinhos delicados em seu ombro, costas, cintura.

Ela se virou, abrindo os olhos vagarosamente, e ali estava ele, os cabelos desgrenhados, ainda cheirando ao banho da noite anterior, beijando o seu corpo com saudade. Ela o beijou de volta, tomada pela vontade de lhe contar daquele encontro marcado, inesperado e impossível.

"Eu tive o sonho mais louco da história com você essa noite", ela disse, ainda sonolenta.

Ao que ele respondeu com curiosidade, devolvendo um sorriso sincero e acariciando o seu rosto. E ouviu a história absurda.

Ele então a abraçou, apertando o seu corpo contra o dela; e ela se viu ali, envolta naquele emaranhado de lençóis preguiçosos e achou a vida boa e quis realmente que aquele domingo fosse eterno; e entendeu, talvez pela primeira vez, e da forma mais clara, como nunca antes, mesmo depois de todos aqueles anos juntos, que era ali que ela deveria estar.

Abraçou-o de volta, e entre beijos afoitos invadiu os seus olhos como só ela sabia fazer. Sorrindo, aquele seu riso de mulher e criança.

"Você deveria escrever sobre isso".

sábado, 20 de abril de 2013

UM AMOR EM TEL AVIV


A luz daquele sol salino refletindo no cinto com cabeça de cobra... 

De repente aquela imagem perdida, repentina, anos depois; entre um gole de café e as notícias do dia, a luz das três da tarde refletida no cinto com cabeça de cobra, logo abaixo de um punhado de sinais (ou seriam sardas?) e um ramo de pêlos loiros, quase transparentes, que circundavam o seu umbigo. Tantos anos depois, e lá estavam os pêlos ao redor do umbigo, dividindo a sua atenção com os boletins de trânsito da hora ro rush.

Com nem mesmo 20 anos ele a conheceu. Aquela mulher misteriosa, mais velha (uns 5 anos, mas mesmo assim), os cabelos longos, tão mediterrâneos e marrons, os olhos amendoados expressivos, o corpo esguio e comprido que roubou parte da sua inocência e deu em troca alguns dias efêmeros e tão mágicos - e tão bons - que ele ainda custava crer, tanto tempo depois, se eles de fato haviam existido.

Aquilo realmente aconteceu? Da forma como aconteceu?

Ela não era particularmente bonita; atraente, sem dúvidas, com seu nariz proeminente e olhar felino. A voz rouca, o sotaque que dava um ar de mistério mesmo às suas observações mais banais. O jeito como ela tomava sorvete, que comunicava algo profano e bom. Uma mulher de segredos, estrangeira, mais velha. A fórmula secreta, a combinação infalível de romance para um rapaz sem muita ideia da vida.

Ele também gostava de saber que ela era de Israel. Is-ra-el, ele pensava consigo. Tão longe, tão absurdo, tão... bíblico, enfim, tão tantas coisas. E o melhor de tudo é que havia uma cumplicidade mundana em torno daquele encontro passional, onde os dois sabiam que nada seria mais do que aquilo e que tão rápido como havia começado ela iria embora. 

E ele ficaria, com um sorriso de canto de boca, achando-se um homem feito e com a sensação morna em seu corpo que, casada com o perfume que ela emanava, davam a certeza que ele havia vivido algo inesquecível. E que ele realmente lembraria anos depois. Muitos anos depois.

Foi apenas isso. E não mais que isso. Uma mulher mais velha e um rapaz bobo se fazendo de maduro. Dois corpos, duas bocas, quatro mãos e quatro pés, e um balé, algumas vezes desajeitado, que consumiu um punhado de horas deflagradas com uma conversa banal à beira mar. 

Ela queria direções. Ele sorria ao lembrar. Ela queria direções. E acabou fazendo-o se perder na brevidade daquele encontro tão casual e marcante. 

Ela foi como uma tatuagem.

Era assim que ela reaparecia. Como na primeira vez. Um sol batendo num cinto com cabeça de cobra. A dúvida sobre um contorno sob a roupa, uma palavra dita roucamente e que ele não soube ao certo o que ela queria dizer. 

Conversas nunca concluídas sobre autores desconhecidos e amores perdidos. Alguma doçura, alguma amargura, uma amizade agridoce narrada com pele e pêlo. E só. Uma despedida mal feita, cheia daqueles "não deixe de me procurar quando estiver por lá" ou "por aqui" que todos sabem não passar de conversa fiada.

E o sabor vivo e tão real de parte da sua inocência sendo perdida; melhor, sendo trocada. Por algo, alguma coisa que naquela época ainda não tinha nome nem forma. A lembrança daquela mulher de Israel que tomou conta de sua vida por nem mesmo a extensão de uma semana. 

Depois de todo aquele tempo, era o que importava. Aquela linda lembrança, costurada em algum canto do seu imaginário.

Algo de sonho, algo de segredo, algo de saudade.

Seu amor em Tel Aviv.

quinta-feira, 18 de abril de 2013

"VOCÊS SÃO MAIS BELAS DO QUE IMAGINAM"



As mulheres são exigentes demais consigo mesmas. Eis uma preciosidade de propaganda - da DOVE - na qual um desenhista forense (do FBI) desenhou algumas mulheres "como elas se vêem" e como "outras pessoas as vêem". O resultado é absolutamente MESMERIZANTE. Esta é uma das propagandas mais lindas (e profundas) que já vi na vida e que serve como um (comovente) puxão de orelha para cada uma de vocês que se recusam a crer que "são mais belas do que imaginam".

Vale 3 minutos do seu tempo, acredite.

quarta-feira, 17 de abril de 2013

PARA VER E OUVIR: SARA BAREILLES ("BRAVE")

ADEUS À DAMA DE FERRO

Tenho profunda paixão - e admiração - pelas mulheres que marcaram a história com uma combinação de força e graça. Margaret Thatcher (13/10/1925 // 08/04/2013), sem a menor sombra de dúvidas, foi uma destas mulheres. Amada ou odiada pelas duras decisões que precisou tomar - sem jamais se curvar à pressão - e pelo legado que, inegavelmente, o Reino Unido usufrui até os dias de hoje, ela é uma destas mulheres com marca impressa na nossa breve passagem por este planeta. Nunca será esquecida.

terça-feira, 16 de abril de 2013

"BRAVE" EM BREVE

Novo single da "Pequena voz" chegando em breve. "Brave", nova canção de Sara Bareilles.

TRAILER 3 DE "O HOMEM DE AÇO"



"Ele será um marginal..."[...] "Ele será um Deus".

"Eu quero crer que você veio até nós por uma razão. E, nem que isso te tome a vida inteira, você deve a si mesmo descobrir que razão é essa". 

"Um anjo... um fantasma..."

"Você dará à terra um ideal para se acreditar. Eles estarão sempre atrás de você. E, no tempo certo, você os ajudará a alcançar maravilhas".

De arrepiar os ossos, como sempre. 

NÃO CUSTA SONHAR...[E TORCER PARA QUE SEJA VERDADE]

Aparentemente, a NBC confirmou uma temporada de reencontro de FRIENDS, em 2014, exatamente 10 anos após o fim da série. Ainda não há nenhuma outra informação - ou mesmo se isso não passa de mero rumor - mas não custa sonhar...

segunda-feira, 15 de abril de 2013

A FESTA SEM FIM

A música destruía os seus ouvidos com aquele compasso eletrônico, martelando seus pensamentos sem piedade. Bum, bum, bum, bum, bum.

Mas ela continuava ali, dançando, de olhos fechados, sentindo o suor escorrer pelo seu pescoço encharcando a gola da sua blusa apertada parecendo estrangular o seu corpo de uma forma nenhum pouco confortável. As luzes frenéticas cobrindo o lugar com todo o tipo de tom psicodélico, causando-a vertigem.

Ela sentia as pessoas esbarrando, passando por ela, aquele cheiro sufocante de gente demais em espaço de menos e, de repente, ela não conseguia mais se concentrar; a música exageradamente alta, aquelas pessoas feias, suadas, espremendo o seu corpo. As luzes deixando-a tonta; claustrofobia. Foi quando ela viu um rosto conhecido, parado, ali, a poucos metros.

"Você não tem a menor ideia de onde está, não é mesmo?", ele questionou com um sorriso amargo.

E então ela percebeu que realmente não tinha ideia de como havia parado ali. Nem onde estava, nem que horas eram, nada, absolutamente nada. Como se ela tivesse sido engolida por uma fenda.

"Porque você não olha para os seus braços?", o rosto familiar balbuciou lentamente.

Com um susto, ela saltou para trás, esbarrando em algumas pessoas que a empurraram de volta com agressividade. Seus braços, dilacerados, os pulsos cortados de ponta a ponta. 

"Su-i-ci-da", ele sussurrou em seus ouvidos.

E então desapareceu. Ela ficou ali, a cabeça girando, olhando em todas as direções, aquele amontoado de pessoas anônimas, esfregando-se umas nas outras, como numa orgia de fúria e fogo. Questionou-se onde estava, mais uma vez, sem sucesso.

E então viu um homem esguio, caminhando vagarosamente ao seu encontro. Ele vestia um terno cor de cobre, bem cortado, justo ao corpo, o colarinho desabotoado, o cabelo bem cortado, a barba escura, aparada rente; um ar elegante, sofisticado, quase europeu.

Ele sorriu, ao parar de frente para ela. 

"É sempre assim. Vocês nunca sabem que vieram parar aqui", ele disse, suspirando.

Ela o olhava fixamente, um ar de incredulidade e medo gritando pelos seus poros.

"Mas", ele apontou o dedo indicador, "se aqui você está, então aqui você deve estar. Eles nunca erram". O homem sorria, de forma maternal, a cabeça levemente inclinada para o lado.

E ela permaneceu ali, muda, enquanto a música continuava a estourar no grande salão inundado pelas luzes coloridas. O calor insuportável fazendo-a desesperar por tirar a roupa, por beber água, por tomar banho.

"Chegou a hora de acertar as contas, minha cara", ele falou, olhando-a seriamente. "E não por esta bobagem aí nos seus braços; isso é irrelevante. Digo pelo que você causou aos outros e a si mesma". Sorriu, os lábios cerrados, algo de sarcasmo.

Foi quando ficou claro, enfim, para ela. Ali era o inferno. E imediatamente uma cascata de lágrimas começou a escorrer pelo seu rosto, sem parar, evaporando nos cantos dos olhos, fazendo o seu rosto defumar.

"Sim", ele acenou de forma afetada, "você está no inferno"

Ela olhou para o homem bonito, seus olhos encharcados, incrédula.

"E não", ele disse entediado, olhando para algo que parecia um smartphone, "eu não sou o diabo", completou. "Ele é ocupado demais para lidar com essas trivialidades". Sorriu. "Em verdade, na hierarquia da nossa... empresa, eu sou pouco mais que um estagiário". Olhou fixamente para ela, os olhos amarelados, felinos, invadindo-a como um farol, e enunciou as palavras, como se saboreando o que viria a dizer:

"É ESTA a sua importância"

Ela saiu correndo, saltando, empurrando as pessoas para os lados até compreender que sequer saía do lugar. Para onde ela corresse, rapidamente via que continuava no mesmo lugar.

"O inferno é a repetição, minha cara", o homem surgiu na sua frente.

Ela sentia as pernas doerem e notou que os seus pés, descalços, sangravam. Mas, por alguma razão, não conseguia sentar, nem deitar, nem levantar os pés do chão, nem parar de mexer o seu corpo.

"E também um lugar onde você fará sempre a última coisa que mais desejar fazer", ele completou. "Gostaria de alguns exemplos?", ele questionou, tocando o seu ombro de forma amigável. "Anseie por água, e ela vai aparecer na sua frente, mas você não vai conseguir beber; queira fechar os olhos e eles permanecerão abertos; queira, anseie, peça, sinta fome, cansaço, dor, e este lugar te recompensará com exatamente o oposto". Sorriu, novamente inclinando a cabeça para o lado.

"O inferno é isso também"

Ela chorava, em desespero, constatando que já não tinha mais senhoria sobre o seu corpo. Era uma escrava, agora, de uma força sem explicação que se apoderara dos seus atos e pensamentos. Olhava para os lados e via aquelas pessoas em sofrimento, os atos repetitivos, no compasso da música eletrônica que, até onde ela sabia, já tocava a horas.

"Não, não", ele falou de forma afetada. "A música já está tocando há anos!" 

Ela olhou para ele, sem saber o que dizer.

"Há um prazo, uma punição, você deve estar se perguntando", ele indagou, novamente sério.

Ela simplesmente o olhou, sem responder.

Ao que ele sorriu, abanando a cabeça numa negativa.

"O inferno é a repetição, minha cara".

"E QUANDO SURGES TODOS OS RIOS SE OUVEM"

A Rainha
(Pablo Neruda)

Nomeei-te rainha.

Há maiores que tu, maiores.
Há mais puras do que tu, mais puras.
Há mais belas do que tu, há mais belas.

Mas tu és a rainha.

Quando andas pelas ruas
ninguém te reconhece.
Ninguém vê a tua coroa de cristal, ninguém olha
a passadeira de ouro vermelho
que pisas quando passas,
a passadeira que não existe.

E quando surges
todos os rios se ouvem
no meu corpo,
sinos fazem estremecer o céu,
enche-se o mundo com um hino.

Só tu e eu,
só tu e eu, meu amor,
o ouvimos.

domingo, 14 de abril de 2013

AMOR PLATÔNICO

Eu devo ser realmente lento para algumas coisas, como já ouvi dizerem algumas vezes, porque demorei para entender como sou completamente capturado e mesmerizado pelo talento, a beleza, a profundidade e a melancolia de Marion Cotillard. Acho que precisei vê-la mais vezes, repetidas vezes, para compreender claramente o fascínio que ela exerce em mim. Independente do papel, seja ele qual for, há um lago de águas calmas no olhar de Marion Cotillard que, ao mesmo tempo, parece esconder um vendaval indomesticável. E que eu sinto vontade de mergulhar nu, de olhos fechados, de me afogar. Há algo velho e secreto a respeito de Marion Cotillard, algo de sonho e de fantasia, uma beleza sem par, algo de brilho e de animal que me prende - e me perde - completamente. E irreparavelmente.

SOBRE DOR E BELEZA

A primeira coisa que eu posso - e devo - dizer sobre "De rouille et d'os" (Ferrugem e Osso) é que você não deveria perder tempo lendo esta resenha. Simplesmente vá e veja o filme. Digo isso porque eu não quero ser responsável por impedir que você demore ainda mais em ver esta história que, como algumas poucas, conseguiu me emudecer por duas horas, sem exageiro.

Não saberia por onde começar. A beleza, a dor, a sensibilidade, a profundidade, a humanidade desta história. Marion Cotillard e Matthias Schoenaerts se entregam de corpo e alma em atuações que beiram a fronteira entre fantasia e realidade numa história em que, apenas quando os mundos desabam, é que algo novo pode verdadeiramente nascer e, mais importante, frutificar.

Uma linda (e doída) história de amor entre um lutador e uma treinadora de baleias. Mão tão mais que isso...

Ali (Schoenaerts) é um homem perdido. Sabemos pouco, ou nada do seu passado. Apenas que ele é um pai solteiro, desempregado e que recorre a uma irmã no Sul da França como uma forma de tentar dar um rumo à sua vida. Pelo seu passado de trabalhador braçal (e lutador), Ali consegue um bico de segurança, momento em que conhece Stephanie (Cotillard) uma treinadora de baleias que é agredida na casa noturna onde ele trabalha. Mas este encontro é frágil e efêmero e eles acabam se perdendo.

Neste meio tempo, Ali segue com a sua vida, criando o seu filho com os meios que lhe são possíveis e se virando de todas as formas para conseguir dinheiro - entre elas um clube da luta ilegal onde ele consegue dinheiro extra de apostas. Stephanie, por sua vez, vive uma tragédia que muda a sua vida por completo. E para sempre. 

É preciso que os mundos de Ali e Stephanie desabem para eles redescobrirem a vida. E a si mesmos

Os dois acabam se reaproximando e, pouco a pouco, vão descobrindo uma estranha e delicada amizade que, lentamente, vai se transformando em um "algo" que nem eles mesmos sabem nomear. Uma relação "operacional", por assim dizer, em que eles podem satisfazer todos os desejos, sejam eles de pele ou de alma, sem o risco de causar sofrimento um ao outro. 

Mas é óbvio que as relações humanas não são simples assim...

A verdade é que Ali e Stephanie são duas pessoas em pedaços e que acham, um no outro, um meio de se curarem. Rapidamente, Ali, o bruto, descobre um refúgio na frágil Stephanie que, por sua vez, se descobre fortalecida na segurança dos braços de Ali. Eles se amam, se desejam, se querem, mas a simplicidade do mundo de Ali o impede de enxergar a realidade que Stephanie tão rapidamente descobre. Caberá a ela, então, "treiná-lo" a chegar esta conclusão? Pode-se dizer que sim. Ou não.

Uma história de amor como talvez só o cinema francês saiba contar

A relação única de Ali e Stephanie é a espinha dorsal de um filme lindamente doído que se constrói com imensa delicadeza sobre a reflexão de que não há, jamais, um fim. Para nada. Porque por mais dura, implacável e desesperadora que a vida possa se mostrar, ela também é, a cada segundo, transformação na mais pura essência. 

Dirigido por Jacques Audiard, eis aqui um pequenino e poderoso filme, destes que, quando me pegam desprevenido, me deixam absolutamente flutuante, em busca de pensamentos que parecem planar sobre a minha cabeça como folhas de papel desconexas e rebeldes. Não sei - ou não sei se quero - dizer muito mais sobre ele. É um destes filmes com cheiro, com toque, com dor que pode ser sentida. E absolutamente imperdível.

EM BUSCA DE UM PLANO [SE É QUE HÁ ALGUM]


O melhor de "Kicking and Screaming" é, sem dúvidas, o texto de Noah Baumbach (que também o dirige). Em meados da década de 90, um grupo de amigos acaba de se formar e enfrenta o estranho limbo que antecede o "começo" da vida. Eles falam em futuro, carreira, expectativa, incertezas, tudo cercado por um ambiente de tiradas sarcásticas, referências culturais pretensiosas e muita ironia (para não dizer certa amargura). Basicamente, nenhum deles parece querer, de fato, começar a vida e, por conta disso, permanecem orbitando o antigo campus, frequentando os mesmos bares e festas como se isso, de alguma forma, pudesse impedir o tempo de passar.

"Eu queria já estar aposentado", um deles diz em determinado momento. "Ou que nós estivéssemos indo para a guerra". A beleza de Kicking and Screaming é que ele não possui uma trama, como se, a cada segundo, o filme, como seus protagonistas, esperasse algo acontecer. Algum evento, algum acontecimento que pudesse definir pelo menos uma direção qualquer. Todos estão perdidos.

Mas entre cervejas, referências a poetas românticos e sexo sem compromisso, há espaço para o desenrolar de uma história de amor mais elaborada. Grover parece não conseguir se recuperar da separação de sua namorada, Jane, que decidiu ir morar em Praga. Suas reflexões e angústias a respeito deste nó (mal) desfeito rendem alguns dos melhores momentos do filme, como a linda argumentação de Grover sobre o motivo que simplesmente o obrigava a, naquele momento aleatório, embarcar no primeiro voo para Praga. "Para que os meus netos saibam que eu fiz algo, que eu realmente fiz algo". 

Entre a realidade cinzenta e incerta e os saudosos flashbacks de Grover a respeito de Jane, qualquer um em torno dos 30 também conseguirá sentir o angustioso conflito da nossa geração, sufocada pela obrigação de ser, fazer, construir e como esse fardo - às vezes - simplesmente é pesado demais.

O futuro parece mais atraente, já que o presente é difícil demais de se decifrar

"Eu queria que nós fossemos um casal de velhinhos, quando eu poderia te beijar repentinamente e você não se importaria", diz Grover a Jane quando eles se conhecem. "Porque se eu te beijasse antes, você se assustaria e se eu beijasse agora, talvez você me julgasse ousado demais". É um diálogo que define o filme; a ideia de cobiçar o futuro (confortável e resolvido), já que o presente talvez seja complicado demais para decifrar.

sábado, 13 de abril de 2013

PARA VER E OUVIR: YOUTH ("DAUGHTER")

ILUSTRANDO

Gustav Klimt - "Serpentes d'água", 1905

sexta-feira, 12 de abril de 2013

terça-feira, 9 de abril de 2013

"ESTAREMOS SEMPRE SOZINHOS"

Sempre
Pablo Neruda

Ao contrário de ti
não tenho ciúmes.

Vem com um homem
às costas,
vem com cem homens nos teus cabelos,
vem com mil homens entre os seios e os pés,
vem como um rio
cheio de afogados
que encontra o mar furioso,
a espuma eterna, o tempo.

Trá-los todos
até onde te espero:
estaremos sempre sozinhos,
estaremos sempre tu e eu
sozinhos na terra
para começar a vida.

domingo, 7 de abril de 2013

ENCONTRO MARCADO

"Você não me conhece ainda", ele quis tanto dizer a ela. "Você não faz a menor ideia de quem eu sou", ele pensou em dizer, olhando-a de longe. "Mas serei eu o homem que vai mudar o seu mundo como você o conhece. Para sempre".

* * *

Era óbvio que aquilo era um sonho; assim ele imaginava. Ou então, como no livro, também ele havia se tornado um viajante no tempo. A verdade é que ele estava ali e ela também; sua mulher, sua garota, sua estrela da sorte, tantos, tantos anos antes de eles se conhecerem. 

Ela caminhava, a passos lentos, sentindo o sol ainda tímido iluminando o contorno do seu corpo andino. A luz rebatendo os seus ângulos sinuosos, fazendo um caleidoscópio de sombras na inebriante selva castanha que envolvia a sua cabeça como uma coroa. Ela erguia os braços, como uma dançarina do ventre, como se abraçasse o ar ao seu redor, e ele saboreava cada segundo daquele [des]encontro como um ávido telespectador. 

"Porque você não faz ideia, ainda, de como eu serei perdidamente apaixonado por você", ele dizia baixinho, numa prece.

E ela seguia o seu caminho, de olhos fechados, sentindo o vento mexer com a sua roupa, evidenciando ocasionalmente alguns traços não muito inocentes daquela pele clara e suave, escondida, com cheiro de verão e sabor de pecado, que borbulhava as borboletas da sua barriga e sempre fazia o seu coração bater afoito. 

Aquele corpo lindo, que ele amava cada centímetro cartografado com dedos, boca, pele e pêlo. Aquele corpo que ele havia explorado pela eternidade de horas preguiçosas; aquele corpo que o impedia de ter pensamentos honestos sempre que ele a via trocar de roupa. 

"Porque eu te darei todos os filhos que você me pedir, e todos os cães e todos os gatos e todos os girassóis e todas as torradas com geléia", ele sorria, de longe, "e em troca você será a minha família e me dará a vida de um homem que sentirá vergonha de ser tão feliz".

Ela conversava com algumas pessoas que a faziam rir, revelando aquele riso doce que ele conhecia tão bem e o sorriso que iluminava o mundo, e que o fez se apaixonar como um tolo. Ela se entretia com algo qualquer meio presa em seus pensamentos, meio misteriosa, meio persa, contemplando o dia que nascia sem pressa no horizonte.

E ele brincava de imaginar o que passava pela sua cabeça naquele exato momento, querendo habitar as pontas dos seus dedos e agarrá-la pela sua cintura, como se fosse a primeira vez. Ela se empoleiraria em seus ombros e eles planejariam o que comer no jantar.

"Eu queria poder correr para os seus braços", ele pensava. "E aproveitar esse tempo não existido, esse tempo de jovens, mas acho que você não compreenderia"

E então ela se virou, de supetão, e os seus olhos se encontraram numa linha imaginária. Ela caminhou em sua direção, fazendo-o olhar ao redor, como se houvesse algo, além ele, que pudesse ter chamado a sua atenção. Não, não havia dúvida, ela o tinha visto. E foi como na primeira vez que eles se conheceram: um coração disparado e uma boca órfã de discurso, ele que apenas diante dela emudecia. 

E ela veio, devagarzinho, ao seu jeito, as mãos gentilmente equilibradas atrás das costas, como uma habitante de outro tempo, meio marquesa, meio imaginária. O cabelo castanho voando de forma independente, dando um ar ainda mais mediterrâneo ao seu rosto. Os olhos pequeninos, cheios de cílios, sussurrando segredos.

E então ela parou diante dele, como sempre fazia quando o pegava fazendo algo errado, com um sorriso de canto de boca de quem vencia todas as discussões; sua linda mulher com nem mesmo 20 anos de idade.

Ao que ele, pego de surpresa, sorriu com timidez e disse seu nome.

"Eu sei", ela disse tocando seu rosto com carinho, "eu sei".

* * *

O domingo amanhecia aos poucos, inundando o quarto como uma catedral de luz e silêncio. Um mensageiro do vento pontuava algumas notas preguiçosas na janela enquanto ele percebia que o seu corpo começava a despertar. Estendeu a mão para tocar as costas dela ali, nuas, ao seu lado, o cabelo escorrendo desgrenhado sobre o travesseiro. 

Caminhou com as pontas dos dedos em passos lentos, enquanto lhe beijava um bom dia nas arestas do seu ombro sardento, aquele cheiro delicioso de suor e canela, de limão e mistério que exalava de cada um dos seus poros. 

Ela se virou, abrindo os olhos vagarosamente, devolvendo um punhado de beijos entrecortados por sorrisos e vontade de parlamentar qualquer assunto matutino. 

"Eu tive o sonho mais louco da história com você essa noite", ela disse, ainda sonolenta.

Ao que ele respondeu, devolvendo um sorriso sincero e acariciando o seu rosto.

"Gostaria muito de saber como foi".

ILUSTRANDO

Pablo Picasso - "Mulher com corvo, 1904"

PARA VER E OUVIR: MICHAEL JACKSON ("BLACK OR WHITE")



Inigualável, insuperável, insubstituível.

sexta-feira, 5 de abril de 2013

SALVADOR É ISSO - NEM MAIS NEM MENOS - [E ATÉ QUE BATE UMA SAUDADE]



Do pessoal [mais que talentoso] da +1 Filmes.

ILUSTRANDO

A arte fora de foco de Philip Barlow. Via Chongas.



quinta-feira, 4 de abril de 2013

PARA VER E OUVIR: U2 ("PRIDE")



Algumas músicas "precisam de ar". Essa é uma delas, sem dúvidas.

PARA VER E OUVIR: COLDPLAY ("FIX YOU")



"Lights will guide you home
And ignite your bones
And I will try to fix you".

E um dia, quem sabe, eu acho alguém para me cantar essa canção.

segunda-feira, 1 de abril de 2013