quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

JANELA PARA UM SONHO

Acredito no poder de uma foto como janela para um sonho. Um ponto de fuga ou retorno. Uma ponte para a imaginação sem limites, sem censura, sem fronteira. Essa árvore solitária, banalmente decorando o meu desktop, foi registrada de verdade por alguém, um dia, em algum lugar. Onde fica essa árvore? Como se faz para chegar até ela? Ou melhor, estará ela ainda aí? Continua solitária? A imagem de imediato me traz a lembrança de 2 personagens curiosamente de mesmo nome e que para sempre guardo com carinho, como uma louca saudade de pessoas que sequer conheço - ou melhor - que sequer existem, uma saudade metafísica: 1) Claire Colburn, de "Elizabethtown" e, em sua lembrança, fico com vontade de chamar esta árvore de "A Árvore Sobrevivente, minha preferida em todo mundo - e eu gosto de árvores"; 2) Claire Abshire, de "A mulher do viajante do tempo" (mágico livro que conta a história de duas pessoas que se conhecem por fendas no tempo), que desde pequena corria para encontrar seu futuro marido viajante em uma de suas ida e vindas nos campos da casa onde cresceu. É como se a fotografia fosse um artefato encantado. Ela guarda em si um momento, eterniza uma idéia, uma experiência. Tudo passa, tudo fica para trás, mas é como se a fotografia fosse um portal permamente de retorno a algo que um dia nos foi precioso. Amigos e amores que desaparecem na linha do tempo, parentes que se vão, paisagens inesquecíveis, momentos de festa e descontração, animais, seja lá o que mais desejemos guardar nestas finas caixas que possuem a surpreendente capacidade nos deixar para sempre em contato com aquilo que não queríamos que ficasse para trás mas que, inevitavelmente, ficou. O último bálsamo contra o tempo. A janela para um sonho.

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