quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

ZUMBIS: POR QUE NÓS AMAMOS ODIÁ-LOS?


Eles são trash, nojentos, mestres em sustos, feios, fedorentos, decrépitos, com roupas rasgadas e com manchas suspeitíssimas de sangue, sujeira e... bom, fluidos. Eles se arrastam de forma esquisita enquanto soltam grunhidos assustadores. E quando aparecem é melhor correr. No fim das contas, eles são CULT. MUITO cult. Por que diabos nós os amamos? Bem, não os amamos, propriamente. Amamos odiá-los. Os zumbis, sei lá de que forma, conseguiram se desprender da categoria terror simples e banal para um patamar meio "pop" que faz com exista hoje em dia uma baita indústria sobre eles. São diversos filmes - MUITO LEGAIS, por sinal - como "Madrugada dos Mortos" e games como a milionária franquia "Resident Evil", que nos oferecem horas e horas de puro (e brutal) entretenimento com centenas de zumbis se arrastando em cidades pós-apocalípticas, enquanto meia dúzia de heróis ensangüentados estouram suas cabeças com armas, bombas e facões e o que mais encontram pela frente. E achamos o máximo isso. Talvez seja uma descarga da nossa raiva animal, sei lá, a vontade de descer o pau nas pessoas que nos tiram do sério (mas não podemos). É crime. É pecado. É errado. Mas os zumbis deixaram de ser "gente" então, what the hell, bala neles! É meio que uma libertação da nossa primitividade, penso. Encher zumbis de bala sem piedade nem misericórdia, quem se importa? Ainda por cima eles sequer sentem dor! É uma combinação perfeita entre a vontade ocidental de matar e alvos móveis que não dão culpa de serem abatidos. Não queremos ver violência contra animais (a não ser aqueles bem assustadores, que matam e comem todo mundo desenfreadamente), nem mesmo contra outros seres-humanos (salvo em filmes de guerra por que, afinal, é a temática). Então os pobre coitados dos zumbis descobriram um rico nicho em nossos cérebros onde podem reinar sozinhos, ou melhor, em centenas (nunca há um zumbi, apenas; eles sempre vem aos milhares). E continuam sua marcha incansável, enquanto nós, os sobreviventes, vamos os explodindo em pedaços. Felizes para sempre.

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