quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

O CASTELO NA FLORESTA


Na interminável lista de filmes e livros que ando acumulando com este final de ano (e a chegada das "festas" - e dos presentes - afinal, somos uma sociedade de consumo), um romance em especial atraiu a minha atenção: "O castelo na floresta" (The Castle in the Forest), do polêmico Norman Mailer. Pelo pouco que sei de sinopses espalhadas pela internet, a história conta a infância/adolescência de Adolf Hitler, narrada por um oficial da S.S. chamado "Dieter", que mais adiante descobrimos ser um demônio de segundo escalão a serviço do próprio Lucifer. Ao descrever uma família corrompida por relações incestuosas, o narrador conduz a sombria trama ao enquadrar o jovem "Adi", concebido pelo próprio diabo, como a semente do mal na terra, um "anti-cristo" por assim dizer. Sounds tough. Para o controverso Mailer, se Deus enviou Jesus aos homens para semear o bem e a luz, então o seu maior antagonista, o diabo, no texto chamado como "O Maestro", poderia também ter plantado o seu próprio emissário do mal e das trevas, num projeto de condução da humanidade ao caos. E Hitler chegou muito perto disso, na sua marcha pela conquista do mundo. Ele foi um personagem indiscutivelmente nefasto para sustentar a premissa, nesta ficção, de ser o filho legítimo da escuridão. Talvez não haja, na história, outro homem que tenha construído sobre si tamanha carga de destruição e perversidade como Adolf Hitler. É aguardar para ver. Das duas uma: uma pirâmide de clichês esotéricos sem fim ou um soco na barriga de fazer cair o queixo. Categorias em que Norman Mailer é um mestre.

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