Diz a pequena Cecilia Lisbon ao médico numa das cenas mais significativas do filme "As Virgens Suicidas", romance de Jeffrey Eugenides, adaptado magistralmente ao cinema por Sofia Coppola (99/00). Um filme de silêncios eloqüentes (aliás como todos os seus filmes) sobre as "Lisbon girls" que não cabiam em si mesmas - pensamento partilhado pela diretora, tenho certeza - venereadas como um segredo misterioso pelos garotos-perdidos do bairro. Engraçado como somos perdidos, nós, os garotos. Cecilia, Lux, Bonnie, Mary e Therese. Sussurros de socorro apenas ouvidos pelos meninos, do outro lado da rua, com seus isqueiros erguidos em doce homenagem ao momento mais marcante de suas vidas. O pior melhor. A melhor pior lembrança. Fragmento de algo muito significativo. É muito banal ouvir que esta é uma "história horrível sobre meninas suicidas". Dá vontade de responder, ainda que eu seja homem e um pouco longe de ter 13 anos, que "obviamente você nunca foi uma menina de 13 anos". No fim, tudo se resume no meu pensamento mais óbvio deste mundo: sentar num café com Sofia Coppola. E Nietzsche (ok, mas isso fica para depois).
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