domingo, 31 de maio de 2015

quarta-feira, 27 de maio de 2015

segunda-feira, 25 de maio de 2015

AMOR PLATÔNICO


Pausa para pensar na Emily Blunt, em "Devil Wears Prada". 

domingo, 24 de maio de 2015

GIFS DA DEPRESSÃO

O feed do Instagram tem 500 fotos de um (a) mesmo (a) amigo (a) que está viajando...


Tem foto da praia, da água, da areia, da sombra, do coco, do pé na água, do pé na areia...


Tem foto da igreja, da porta, da janela, do teto, do chão, do tapete...


Eu no museu, eu no parque, eu na rua, eu no hotel, eu na janela, eu na varanda, eu no monumento...


#nofilter, #fun, #trip, #beach, #love, #friends, #food, #party, #shopping


E você não pode deletar a pessoa porque acontece de ser um (a) amigo (a) próximo (a) e ainda tem que curtir as fotos porque pegaria mal se não fizesse...

#IDONTGIVEASHIT

quarta-feira, 20 de maio de 2015

PARA VER E OUVIR: ASTRONAUT HUSBAND ("SOMEDAY SUN")



Oficialmente parte da trilha sonora do meu filme imaginário.

terça-feira, 19 de maio de 2015

A LUTA MAIS IMPORTANTE DA FICÇÃO


No ano que vem, após uma espera sem fim, chegará aos cinemas "Batman vs Superman", filme que retratará um dos mais importantes (se não o mais importante) confrontos entre personagens ficcionais de todos os tempos: o Cavaleiro das Trevas contra o Homem de Aço. No universo dos quadrinhos isso já foi explorado, como na série do Frank Miller (que aparentemente inspira muito do enredo) e, 'supostamente' o Batman consegue vencer o Super-Homem. 

Eu sou um fã irrecuperável do Batman, acho que ele será para sempre o meu herói favorito e um dos personagens mais importantes e significativos da minha [complexa] alma nerd. E eu acredito que a luta será incrível, intensa, do primeiro ao último segundo. Apesar de 'apenas humano', ele tem uma série de qualidades que fazem dele o Batman, como domínio de artes marciais, inteligência aguçada, uma fortuna que o permite ter todo tipo de tecnologia e equipamentos. Em outras palavras, ele é capaz de olhar o Superman de igual para o igual e encarar o desafio.

Só tem um problema... o Superman, afinal, é o Superman...


Esperar para ver.

Para quem não viu o trailer, ainda ['ugly baby is judging you']:

segunda-feira, 18 de maio de 2015

ILUSTRANDO


Criações genais do ucraniano Alexey Kondakov (original via Zupi) que une pinturas clássicas a cenários urbanos.



GIFS DA DEPRESSÃO

Depois de começar na academia...

Expectativa:



Realidade:

GIFS DA DEPRESSÃO

Quando o alarme toca na segunda-feira...


O NORTE LEMBRA...


Ainda estou tentando me recuperar do soco na barriga, dado sem misericórdia, pelo episódio 06.05 de "Game of Thrones". A distorção da realidade do livro para a criação de uma cena - na TV - completamente trágica, desoladora. "O Norte lembra", até quando ainda houver alguém para lembrar.

domingo, 17 de maio de 2015

quarta-feira, 13 de maio de 2015

GIFS DA DEPRESSÃO

Olho o meu feed no Instagram ou no Facebook*:


*Chupada do santuário que é o CEMSQ.

GIFS DA DEPRESSÃO

"Vem, vamos tirar uma foto!"

Expectativa:


Realidade:

segunda-feira, 11 de maio de 2015

"AND I MEAN TONIGHT, MOTHERF*CKER!"



Cena clássica de "Desconstruindo Harry" - meu filme preferido do Woody Allen (de longe). Essa cena para mim é uma das coisas mais hilárias que eu já vi em toda a minha vida. Palmas para o dueto Allen e Alley.

domingo, 10 de maio de 2015

A HISTÓRIA MAIS BONITA DO MUNDO


Uma das maiores preocupações da minha mãe era que eu não achasse ninguém. Que eu vivesse uma vida solitária, sem filhos, sem deixar nada; que eu passasse em branco. E eu me esforçava, sem muito sucesso, em tranquilizá-la.

"Conheci alguém, mãe", eu mentia, "mas não deu certo".

E via o seu sorriso se iluminar e murchar numa fração de segundos. "Não se preocupe tanto em achar a mulher certa, meu filho", ela me dizia. "Mas em ser o homem certo". E tocava o meu rosto com delicadeza, um sorriso doce, para me confortar.

A verdade é que eu nunca dei muita bola para isso. Mas queria dar a ela esta alegria. Nós dois sabíamos que ela não viveria muito mais tempo - todos aqueles estados avançados nos exames não deixavam muita esperança. 

Minha mãe optou morrer perto do mar. Exausta, as pernas já quase não a sustentavam em pé, pediu que eu a levasse para a beirada naquele último dia. E ficou ali, sentada, a água do mar quebrando gentilmente na praia, cobrindo o seu corpo até a cintura.

Ela sorria, pela primeira vez em tanto tempo, brincando com a areia úmida entre os seus dedos, reclinando a cabeça para trás, para absorver o sol. O cabelo ralo, sem cor, dançando no vento, e uma sensação de gratidão que parecia emanar dos seus poros.

"Obrigada, meu filho".

E eu fiquei ali, chorando em silêncio, sem saber que também estava dizendo adeus.

* * *

A minha mãe morreu sem me ver conquistar nada. Carreira, casamento, meus filhos. Ela foi embora deste mundo enquanto eu ainda era um jovem sem planos, cheio de ideias perdidas e rumo não definido. Ela foi embora apenas com as minhas promessas. 

Já são tantas décadas, mas é engraçado como o tempo passado não deixa o olho secar. E, nos meus devaneios mais sinceros, ainda consigo sentir o cheiro da maresia daquele último dia. E vejo a minha mãe, ali, frágil, sentada, acenando e sorrindo. 

Enxuguei os olhos, pus as fotografias de lado e me ajoelhei com os braços sobre a cama; decidi falar com Deus, como há tanto tempo eu não fazia. E fiz uma prece sincera, no apagar das luzes do quarto, para que ele me levasse num sonho para algum lugar onde a minha mãe estivesse, e que eu pudesse segurar na sua mão uma última vez e contar a ela sobre tudo. E vê-la sorrir, sem deixar seu sorriso murchar.

O vento mexia suavemente a cortina do quarto. Olhei para o lado, a minha mulher dormindo profundamente, a areia do sono começando a nublar as minhas ideias. Adormecendo.

Então um som de gaivotas, naquela sinfonia caótica e nostálgica.
E um barulho de mar, quebrando na praia, preguiçoso. 
Um vento forte, frio, invadindo a minha roupa, 
deixando os meus pensamentos salinos. 
A areia morna, sob os meus pés descalços. 

Eu estava na praia. Na manhã do dia em que a minha mãe se foi. Olhei para os lados, afoito, eu havia entendido tudo. A minha prece tinha sido atendida. Mas ela não estava em canto algum.

Até que eu vi uma menina, talvez com pouco mais de seis anos de idade, brincando na areia. Silenciosa, os olhos expressivos, gigantes; o cabelo escuro feito petróleo. As mãos pequeninas, delicadas, fazendo castelos mal planejados.

Foi então que ouvi alguém gritando um nome, e ela se virou. E eu entendi, no caleidoscópio esquizofrênico de pensamentos e sensações, que aquela menina, na areia, era a minha mãe. 

Sorri, numa mistura de riso alto e choro sincero. E caminhei lentamente até a direção dela. A minha sombra chamou a sua atenção quase que imediatamente, mas antes que ela pudesse esboçar qualquer reação, eu me antecipei:

"Você está fazendo castelos de areia?", perguntei.

Ela me olhou, um quê de surpresa, um quê de curiosidade. 

"Sim", sorriu, "mas eles não ficam de pé".

E então a água veio e cobriu seus castelos, transformando-os em nada, mais uma vez. Fazendo seu sorriso murchar.

Sentei na areia e começamos a fazer castelos juntos, empilhando a areia fofa, criando cidadelas imaginárias, com ruas, torres e jardins. Nossas mãos se misturando na areia, nossos risos abafados pelo barulho das ondas quebrando na praia. 

"Eu conheci uma mulher maravilhosa", disse, repentinamente.

Ela me olhou, sem entender muito bem.

"E vocês se casaram e tiveram muitos bebês?", ela perguntou.

"Sim", respondi, rindo e enxugando os olhos com mãos cheias de areia.

E ficamos ali, juntos, conversando e eu devo ter contado sobre tudo da minha vida para aquela menina que pouco compreendia, mas sorria, os olhos semi-cerrados sob a luz do sol, dizendo que eu era ainda pior que ela em fazer castelos de areia. 

Novamente chamaram o seu nome. Ela virou o rosto e se levantou, me abraçando por um longo tempo. E saiu correndo, parando no meio do caminho para acenar. E eu fiquei ali, com as mãos afundadas na areia, tomado por uma dose de perplexidade que parecia me engolir de dentro para fora. 

E a menina correu até desaparecer, diante dos meus olhos incrédulos.



Então o despertador me tirou dali, como quem é puxado da água. Abri os olhos, lá estava o meu quarto; a minha mulher já havia levantado como sempre fazia; os barulhos da cidade começando a invadir o quarto.

Levantei, ainda letárgico, depositando os pés sobre o assoalho frio. E, com as duas mãos sobre o rosto, devo ter ficado ali, pela eternidade de alguns minutos, saboreando os instantes daquele sonho que já começava a sumir diante dos meus pensamentos sóbrios.

* * *

Você pode não acreditar em nada disso que eu acabei de contar. E achar pretensioso da minha parte, até. Não te julgo. Mas esta é a história mais bonita do mundo.

Para mim ela é.

PARA VER E OUVIR: SARAH MCLACHLAN ("I LOVE YOU")

quinta-feira, 7 de maio de 2015

A VIDA DEPOIS DE PIA


pouco mais de um ano, eu recebi uma notícia que mudaria a minha vida para sempre. Uma ligação, um punhado de palavras entrecortadas por suspiros de medo e dúvida; um acidente, uma surpresa.

"Eu não sei o que fazer", você me disse.

E eu me vi ali, com os ponteiros do meu relógio paralizados; a respiração suspensa, um silêncio de alguns segundos que pareciam horas, a história da minha vida correndo na velocidade da luz diante dos meus olhos. Frio na barriga, incerteza. Tudo havia mudado, nada mais seria como antes.

É que ser pai não fazia mais parte dos meus planos. Há muito, muito tempo. Uma decisão sem volta, escrita em pedra. "Não levo jeito para isso", decidi com os meus botões. E ninguém jamais me convenceria do contrário.

Você me esperou com olhos inchados naquela noite. A porta entreaberta, "pode entrar", sua barriga cheia de borboletas. Sem dizer muita coisa, ou por falta de saber o que dizer, ficamos ali abraçados. Ninguém ensina a gente o que fazer numa hora como essas. É o último e derradeiro suspiro da juventude escapando de uma vez por todas pelos nossos dedos.

Mas o saldo do caleidoscópio das nossas apreensões, com ar de criança que não sabe o que fazer, foi que seguiríamos em frente. Não havia outra opção, não é mesmo? 

E aqui estamos nós. O tal "Dia das Mães" que passa a significar tanto, tanto mais do que as propagandas na televisão, e aquela ligação banal de cinco minutos que nos damos o trabalho de fazer com um quê de culpa e obrigação.

Aqui estamos nós, sem tempo, sem dinheiro. Aqui estamos nós, exaustos, sem dormir por um século, nossa cumplicidade dividida como a xícara de café solitária, que tomamos juntos, a quatro mãos. Os cabelos desgrenhados, a mancha na minha camisa de trabalho, o caos de um apartamento inundado por fraldas, a necessidade de comprar uma cadeirinha para o carro.

Descobrir que nos tornamos pais.

Mas mais importe. Aqui está Pia, que chegou sem avisar, sem pedir permissão e revirou a nossa vida de pernas para o ar, para sempre. Uma outra mulher que caiu de para-quedas e a quem quero dar o meu mundo. 

E a vida não poderia ser mais mais linda, mais inédita, mais incrível. 

A nossa vida. Depois de Pia.

quarta-feira, 6 de maio de 2015

PARA VER E OUVIR: JOHN MAYER ("WHO YOU LOVE")



Adoro a música, inclusive a participação da Katy Perry que complementa bem; mas a pititice do riso dela no final por pouco não estraga a música para mim. 

"PESSOAS QUE TALVEZ VOCÊ CONHEÇA"


Num dia qualquer, ao entrar no Facebook, o estudante Kevin Kantor recebeu algumas sugestões de "pessoas que talvez você conheça"; nada demais, não fosse o fato de que uma das sugestões era o homem que o havia violentado alguns anos antes.

Sua reação? Um poema que o concedeu dois prêmios em 2015. A apresentação é doída, poderosa, e foi impossível não sucumbir às lágrimas ao ouvir um homem dizer "que ninguém corre para salvar um rapaz gritando por socorro".

Kevin faz um exercício, diário; escrever um poema chamado "Amanhã", onde ele lista as pessoas que ele mais ama, fazendo questão de que o primeiro nome na lista, todas as vezes, seja o seu. 

Sei que é algo difícil, e que a gente se esforça em fugir da feiura da vida. Mas isso precisa ser visto.

GIFS DA DEPRESSÃO

Chega a fatura do cartão de crédito e o envelope está mais grosso que um sanduíche de mortadela...


Depois de abrir o envelope:

terça-feira, 5 de maio de 2015

segunda-feira, 4 de maio de 2015

"ATENÇÃO, EUROPA, NÓS VAMOS SAIR EM TURNÊ!"



Trecho da 'peça' "Primavera para Hitler", de "Os Produtores". Somente Mel Brooks pode ser perdoado por fazer um negócio assim. Somente Mel Brooks.

"NÓS NÃO SOMOS PESSOAS RUINS...


"...mas nós fizemos uma coisa ruim."

Sim, eles fizeram. "Bloodline", série exclusiva da Netflix que eu devo ter visto em dois dias. Simplesmente não consegui tirar os olhos da tela. Não há família - por mais 'perfeita' que possa parecer, que não tenha seus esqueletos bem (ou mal) enterrados. Recomendo demais.

GIFS DA DEPRESSÃO

O que eu tive vontade de dizer para o despertador hoje, depois do feriadão...

PARA VER E OUVIR: ANGUS STONE ("WOODEN CHAIR")

quarta-feira, 29 de abril de 2015

"EU & VOCÊ" - OU AMOR COM COMEÇO, MEIO E FIM


Lindo, doído, agridoce - como todas as histórias de amor costumam ser. "Me & You" é um curta-metragem de sete minutos, gravado inteiramente a partir do teto de um quarto onde vemos uma história de amor nascer, florescer e morrer. Qualquer pessoa que já viveu algo assim vai certamente se identificar (original via Zupi).

segunda-feira, 27 de abril de 2015

sábado, 25 de abril de 2015

GIFS DA DEPRESSÃO

O que eu tenho vontade de dizer quando estou conversando com uma pessoa que não para de falar de si mesma...

GIFS DA DEPRESSÃO

Alguém puxa conversa comigo ou comenta algo na fila do supermercado...

GIFS DA DEPRESSÃO

De repente lembro que a próxima sexta-feira é feriado...

GIFS DA DEPRESSÃO

Recebo algum e-mail no trabalho sobre "chá de qualquer coisa" ou "almoço de despedida de fulana(o)"...

sexta-feira, 24 de abril de 2015

quinta-feira, 23 de abril de 2015

GIFS DA DEPRESSÃO

Mando uma mensagem de texto e a pessoa me liga de volta em vez de responder por escrito...

DIA DE JORGE


Hoje é dia de Jorge. E eu continuo feliz por andar em sua companhia. "Livrai-me de todo o mal".

quarta-feira, 22 de abril de 2015

TRAILER (EM INGLÊS) DO "PEQUENO PRÍNCIPE"



Promete ser muito cheio de feels...

PARA VER E OUVIR: SIMPLE MINDS ("DON'T YOU FORGET ABOUT ME")

"DON'T YOU..."


Nem dá para acreditar que "O Clube dos Cinco" ("The Breakfast Club") está comemorando 30 anos. Revi, curiosamente, esses dias e continua sendo um clássico marcante na minha vida. 

terça-feira, 21 de abril de 2015

GIFS DA DEPRESSÃO

Não consigo escapar de um compromisso social que eu realmente, realmente!, não queria ir...

segunda-feira, 20 de abril de 2015

GIFS DA DEPRESSÃO

E aí, quais são os planos para o feriado?

Quem, eu?

sexta-feira, 17 de abril de 2015

"VOCÊ SANGRA?"


"Você vai".

Saiu o trailer (com qualidade) do "Batman vs Superman". E é tudo isso e um pouco mais. A espera é que mata.


GIFS DA DEPRESSÃO

Terça-feira é feriado...


Mas segunda-feira é dia normal de trabalho...

GIFS DA DEPRESSÃO

Entediado e/ou procrastinando no trabalho...


Aí de repente o(a) chefe aparece na área...

EU VENDO O TRAILER DO NOVO STAR WARS ONTEM



Nem vou mentir... 

[À] MULHER QUE EU ESCOLHI AMAR



A mulher que eu escolhi amar é idiossincrática. E estranha. E quebrada.


Como eu. 


Ela não faz stand up paddle, não usa pau de selfie, não tira foto da comida. É fiel, parceira no crime, ela não mente; pelo menos não para mim, não há segredo entre nós dois. Para o resto do mundo a gente mente descaradamente. Sem vergonha. 

Ela não é a mulher mais bonita do mundo, mas eu me sinto atraído por cada centímetro do seu corpo. Seu beijo interrompe o meu tempo, seu toque me magnetiza, sua voz me enfeitiça, seu carinho me faz adormecer. Não nos falta assunto - mesmo que não exista assunto algum; a mulher que eu escolhi amar é também a minha melhor amiga, e a única pessoa com quem eu me dou o trabalho de estar.

Ela trabalha, ela se esgota, ela chora, ela também tem vontade de desistir às vezes. Mas segue, enfrenta o peso que carrega nos ombros, e a gente se encontra ao final do dia, e eu beijo seu rosto, sentindo a temperatura da rua ainda estampada em sua bochecha e o cheiro de escritório impregnado em seu cabelo. E a gente se abraça, na soleira da porta, e fica tudo bem.

A mulher que eu escolhi amar não tem medo de ser chata, comum, banal. Não tem pudor de dizer não, de perder a paciência, de mostrar o seu gênio. Mas ela é boa, e o seu coração doce me estremece, me pacifica, me desmonta. O seu riso largo, escancarado, é como achar dinheiro no chão e o seu choro sincero, engasgado, me destrói em pedaços.

Ela fala línguas que eu não falo. E me conta de livros que eu nunca li e de filmes que eu nuca vi. E de músicas que eu nunca escutei e de comidas que eu nunca comi e de bebidas que eu nunca provei. E está tudo bem porque eu sou competente na contrapartida. 

Ela me acorda, no meio da noite, para perguntar se eu estou dormindo. E insiste, me desperta, porque quer conversar. E a gente conversa, e perde a noção do tempo, e faz amor, e volta a dormir e a acordar, enquanto a janela começa a amarelar o quarto. 

A mulher que eu escolhi amar não fala em casamento. Nem de bebês, em cachorros, em comprar toalhas e novos lençóis. Ela não tem paciência para intriga de mulheres - nem de homens - ela simplesmente não tem tempo. Ela saboreia o dia, ela me deixa em paz, e me pede para deixá-la em paz. Sem cerimônia. 

Ela me mostra uma tatuagem nova, como criança mostra desenho. Ela queima a torrada, ela joga o texto fora sem me deixar ler. Ela tira fotografias de nós. Ela me faz rir. Ela segura a minha mão, por carinho, e mexe nos meus dedos, me passando recados no seu código morse; vamos embora; estou com medo; eu te quero

A mulher que eu escolhi amar é forte e ela doce. Indecifrável, pergunta aberta na página, pessoa incomum. Ela é difícil quando quer ser, e me tira do sério sem esforço. 

Mas ir trabalhar, e deixá-la, é como morrer um pouco todas as manhãs. 

A mulher que eu escolhi amar é a minha prova irrefutável, diária, que eu estive errado todo esse tempo. 

A minha única exceção.

quinta-feira, 16 de abril de 2015

PARA VER E OUVIR: SARA BAREILLES ("SHE USED TO BE MINE")



Álbum novo vindo por aí... mas, pelo que entendi, esta canção é de um projeto da Sara; um musical baseado no filme "Waitress".

"She is messy, but she's kind
She is lonely most of the time
She is all this mixed up and 
baked in a beautiful pie
She is gone but she used to be mine".

Não tem jeito. Sara será para sempre, para sempre, a minha mais linda de todas.

ALGUÉM ME EXPLICA...


...o QUE é a Claire Underwood, vivida pela talentosíssima Robin Wright em House of Cards? Ela concentra um absurdo de beleza, elegânca, graça, realeza, inteligência. A mulher não anda, flutua. Não fala, enfeitiça. Eu nunca vi coisa igual. Imagino que a Claire deve ser o que toda mulher no mundo sonha em ser. E fica muito fácil entender a razão de o Frank Underwood ser tão obcecado por ela... 

Quem não seria?


terça-feira, 14 de abril de 2015

PARA VER E OUVIR: CITY AND COLOUR ("AS MUCH AS I EVER COULD")

PARA VER E OUVIR: MARIA CALLAS ("O MIO BABBINO CARO" - 1965)



Precioso e raro esse vídeo de 1965 - diva eterna, imortal.

GIFS DA DEPRESSÃO

Primeiro dia do mês...



Quinto dia do mês...


CARTA PARA L.


Quando eu penso em Lídia, não são pensamentos comuns, banais, estes que todo mundo têm, que invadem a minha mente; não são aquelas fotografias que todo mundo tira em algum momento da vida, ou as experiências similares de viagens, datas especiais, restaurantes. 

Não.

Quando eu penso em Lídia, são as sensações que invadem o meu corpo e me sequestram a alma, como na primeira vez que eu a vi. É o seu cabelo negro, comprido, selvagem, com cheiro de primavera, brisa do mar e mistério. É o toque suave da sua pele, os pêlos roçando a palma da minha mão, o gosto da sua boca afogando a minha, como se não tivéssemos mais tempo. 

O seu corpo, leve, frágil, branco, salpicado de sardas; as linhas perfeitas da sua nudez, revelada sem pudor desde a primeira noite. A água morna escorrendo sobre nós, o mar de lençóis, o chão áspero. Quando eu penso em Lídia eu sinto o gosto da sua saliva, viva, misturada na minha; o suor doce, escondido nos confins do seu pescoço, o sabor marcante do meio das suas pernas envolvendo os meus lábios sedentos como feitiço.

As músicas tocadas em loop, a trilha sonora do nosso entorpecimento. Quando eu penso em Lídia é como se eu pudesse escutar a sua voz, alojada nos meus ouvidos; aquela voz rouca, cheia de segredo, senhora dos meus arrepios mais inesperados. Aquele nome, brilhando na tela do meu telefone, rasgando o meu sono em pedaços.

"Eu posso ir para aí?".

A linha delicada, minha avenida sem nome; o percurso que começava gentilmente entre o meio dos seios pequenos, rosados como dois pêssegos, ao umbigo, desenhado como um losango numa folha em branco, alguns sinais equilibrados deliciosamente ao redor, até a parada final, o seu ventre, encaixado na minha cintura, tomando posse do meu corpo; eu, ali, seu prêmio, sua colônia. Sua conquista. 

"Eu pertenço a você".

Quando eu penso em Lídia sinto o cheiro do meu perfume, misturado ao seu, na minha camisa de trabalho, usada, roubada, vestida como uma mortalha, grande demais para seu corpo feminino, mínimo. Sinto gosto de café, fresco, negro, forte; e de pães cortados de forma irregular, devorados de forma descuidada; as migalhas espalhadas no chão, risos matinais, planos que não seriam cumpridos. 

Sua caligrafia, alienígena, me deixando recados aleatórios, sem sentido. Seus presentes fabricados, suas ideias sem nexo, seu olhar preso ao meu, na porta, complexo. 

Seu sexo.

Quando eu penso em Lídia sinto a sua respiração morna, entrecortada, se confundindo com a minha. Respirando, conspirando. Seu grito contido, suas unhas abrindo caminhos sem rumo nas minhas costas. Beijos bêbados, com gosto de vinho caro, anunciando juras, promessas de sal e limão. Abraços apaixonados, nós dois misturados, sem começo nem fim, uma coisa só, colada, feito construção, sobre a cama. Nossa cama.

Quando eu penso em Lídia é como se perdesse o caminho de volta para mim mesmo. Viro um ser de janela, emoldurado; percebo o café frio na minha mão. Jogo-o fora, faço tudo de novo. Um vazio, uma saudade que não passa, um pedaço de mim, perdido, para sempre. 

Lídia, Lídia, Lídia. As letras saboreadas, enroladas na minha língua, como uma prece. Um amor repentino, inesperado, breve, devastador. 

Como deve ser.

segunda-feira, 13 de abril de 2015

ILUSTRANDO


Desenho de Marylou Faure