Que deleite. Não há palavra melhor para definir "O Artista" (The Artist). Um lindo filme que parece brincar com o nosso imaginário. Preto e branco - e mudo - este meta-filme conta a história de um ator de cinema americano da década de 20 e a transformação de sua vida quando a sétima arte se renova e os filmes passam a ter diálogos. O artista, George (vivido magistralmente por Jean Dujardin - aliás por quem já torço pelo oscar de melhor ator), não se conforma com essa transição e se aprisiona no desejo da imutabilidade - algo que acarreta numa escalada de eventos quase trágicos. E, assim, vemos a trajetória deste homem encantador que descobre, em pouquíssimo tempo, o céu e o inferno. Ele que tinha tudo, como um semi-deus, transforma-se num objeto obsoleto, esquecido, desprezado. E sofre tanto. A queda do Olimpo preto e branco, feito um pesadelo irreal. "Os filmes falados não são o futuro", pensa George. Um absurdo de belo. Um absurdo. Um filme para se abraçar. Simples assim.
Um filme lindo, iluminado, genial. Um filme para se abraçar
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