...Descobriu que o seu rei era gago e que tinha, como adversário, ninguém menos que o tremor que reverberava, da Alemanha, em todo o continente europeu no amanhecer da II Guerra Mundial. Aqui está a maravilhosa - e inacreditável - história real do rei George VI, da Inglaterra, interpretado magistralmente por Colin Firth.
A história é famosa. Na década de 30, o príncipe de Gales abdicou do trono inglês para se casar com uma jovem americana (de passado duvidoso). Isso fez com que o herdeiro seguinte, o duque de York (príncipe Albert), assumisse o trono. Albert, desde jovem, era conhecido pela gagueira que o imobilizava em público, o que fazia com que qualquer apresentação fosse uma tragédia antecipada.
Mas eis que surge, dos confins da Alemanha, uma sombra que se alastra pela Europa como uma doença. Inevitavelmente, a guerra de Hitler chega à Inglaterra e a nação, mais do que nunca, precisa de um líder que os conforte, oriente e guie nos dias negros adiante.
Neste momento surge Lionel Logue (Geoffrey Rush), um ator de teatro frustado que ganhou notoriedade em Londres por suas habilidades com a oratória. Num último recurso da futura rainha Elizabeth I (vivida lindamente por Helena Bonham Carter), Albert se consulta com Lionel e rapidamente descobre seus métodos nada ortodoxos.
Começa assim uma relação conturbada e afetuosa - quase uma terapia - em que Lionel ajuda Albert a descobrir - e derrotar - seus fantasmas: a formalidade, as obrigações, a impossibilidade de abraçar a naturalidade. Albert é tenso, reprimido, marcado pela sina de viver à sombra do irmão (futuro rei). Aos poucos, a terapia rende frutos e cenas memoráveis que nos dão a certeza que, de uma maneira ou de outra, o rei conseguirá realizar seu discurso.
"The king's speech" (O discurso do rei), filme de Tom Hooper, é, essencialmente, de Colin Firth, que a cada novo trabalho parece chegar ainda mais longe. Sua atuação, como o rei gago, é comovente, engraçada, honesta. Ele se entrega, de corpo e alma, para dar vida a este homem atormentado por uma "deficiência" e que se vê diante de uma responsabilidade para a qual jamais foi treinado. Numa cena emblemática do filme, o rei e seu treinador entram em embate. "Por que eu tenho que perder meu tempo com você?", questiona o sempre impertinente Lionel. "Porque eu tenho uma voz!", responde o rei com veemência. "Sim, você tem" sorri Lionel diante do óbvio que só o rei parece não querer entender.
Nós torcemos por ele, como se fossemos um daqueles milhares de cidadãos britânicos, às vésperas da guerra, sem a menor ideia de como seriam os dias seguintes. E suas palavras, afinal, acalmam e encorajam a todos nós.
Sou encantado com a história de "heróis contundidos" e este não é exceção. Ao final, tive vontade de bater palmas para o sr. Firth e torcerei pelo seu Oscar esse ano. Será mais do que merecido.
Em poucas palavras, este é um daqueles filmes que nos fazem chorar de alegria.
Absolutamente imperdível.
A história é famosa. Na década de 30, o príncipe de Gales abdicou do trono inglês para se casar com uma jovem americana (de passado duvidoso). Isso fez com que o herdeiro seguinte, o duque de York (príncipe Albert), assumisse o trono. Albert, desde jovem, era conhecido pela gagueira que o imobilizava em público, o que fazia com que qualquer apresentação fosse uma tragédia antecipada.
Mas eis que surge, dos confins da Alemanha, uma sombra que se alastra pela Europa como uma doença. Inevitavelmente, a guerra de Hitler chega à Inglaterra e a nação, mais do que nunca, precisa de um líder que os conforte, oriente e guie nos dias negros adiante.
Neste momento surge Lionel Logue (Geoffrey Rush), um ator de teatro frustado que ganhou notoriedade em Londres por suas habilidades com a oratória. Num último recurso da futura rainha Elizabeth I (vivida lindamente por Helena Bonham Carter), Albert se consulta com Lionel e rapidamente descobre seus métodos nada ortodoxos.
Começa assim uma relação conturbada e afetuosa - quase uma terapia - em que Lionel ajuda Albert a descobrir - e derrotar - seus fantasmas: a formalidade, as obrigações, a impossibilidade de abraçar a naturalidade. Albert é tenso, reprimido, marcado pela sina de viver à sombra do irmão (futuro rei). Aos poucos, a terapia rende frutos e cenas memoráveis que nos dão a certeza que, de uma maneira ou de outra, o rei conseguirá realizar seu discurso.
Colin Firth dá vida, com beleza, elegância e honestidade, ao rei gago, George VI, nesta história real do nosso passado recente
"The king's speech" (O discurso do rei), filme de Tom Hooper, é, essencialmente, de Colin Firth, que a cada novo trabalho parece chegar ainda mais longe. Sua atuação, como o rei gago, é comovente, engraçada, honesta. Ele se entrega, de corpo e alma, para dar vida a este homem atormentado por uma "deficiência" e que se vê diante de uma responsabilidade para a qual jamais foi treinado. Numa cena emblemática do filme, o rei e seu treinador entram em embate. "Por que eu tenho que perder meu tempo com você?", questiona o sempre impertinente Lionel. "Porque eu tenho uma voz!", responde o rei com veemência. "Sim, você tem" sorri Lionel diante do óbvio que só o rei parece não querer entender.
Nós torcemos por ele, como se fossemos um daqueles milhares de cidadãos britânicos, às vésperas da guerra, sem a menor ideia de como seriam os dias seguintes. E suas palavras, afinal, acalmam e encorajam a todos nós.
Sou encantado com a história de "heróis contundidos" e este não é exceção. Ao final, tive vontade de bater palmas para o sr. Firth e torcerei pelo seu Oscar esse ano. Será mais do que merecido.
Em poucas palavras, este é um daqueles filmes que nos fazem chorar de alegria.
Absolutamente imperdível.
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