Se um filme como "The Notebook" (Diários de uma paixão) é uma linda (porém completamente fantasiosa) história sobre um amor eterno, "Blue valentine" (me recuso a reproduzir o título brasileiro) é o extremo oposto. Porque é uma história que transpira realidade e não tem pudor em dizer que, sim, o amor nasce como uma explosão que parece durar para sempre, mas como todo ser vivo definha até morrer. Curiosamente, ambos os filmes são estrelados pelo sempre competente Ryan Gosling. Este mais novo conta também com a atuação de Michelle Williams, que está melhor a cada dia que passa.
Apesar de guardar "The Notebook" com imenso carinho entre meus filmes preferidos, tenho que admitir que "Blue Valentine" está mais de acordo como enxergo as relações amorosas hoje em dia. Nós nos apaixonamos, achamos sempre que é para sempre, e nos surpreendemos com a (triste) constatação de que tudo aquilo, antes tão especial e único, também pode ruir sob os nossos pés.
Dirigido belamente por Derek Cianfrance, com muito uso de paralelos e flashbacks para contar a história de um jovem casal quando se apaixona (passado) e o inferno do casamento (presente); este é um lindo filme triste sobre como duas almas podem se encontrar, sentir-se gêmeas, e então se depararem com a estagnação e infelicidade da vida real. Um campo estéril onde o amor não sobrevive e os "tristes namorados" se vêem testemunhas impotentes disso.
No começo do namoro, o desejo incontrolável de Dean (Gosling) em fazer tudo por Cindy (Williams) é apaixonante e corajoso, algo que a encanta imediatamente. Ele toca violão para ela na rua, submete-se à investigação de sua família, apanha e guarda tudo o que ganha de maneira a prometê-la algum futuro.
No entanto, todas estas qualidades que encantaram Cindy, seis anos antes, são praticamente intoleráveis para ela nos dias atuais. Ela não tem mais paciência para ele, até as suas brincadeiras como pai a irritam; ela quer que ele faça algo de sua vida, construa algo, torne-se algo. Dean pareceu, um dia, o melhor rapaz que ela poderia conhecer. Hoje, para Cindy, ele é o pior. E assim é costurada essa melancólica - e muito verdadeira - história: com a ideia de que o amor nasce e morre diante dos nossos olhos.
Não há muito o que contar a respeito do filme. Melancólico, real, mais real do que gostaríamos que fosse. Não está aqui somente a história dos pobres namorados, Dean e Cindy. É a história de todos nós. O relato na tela da nossa dificuldade (ou incompetência) de fazer o amor sobreviver à passagem do tempo. É um filme doído, humano, impossível de não se identificar.
Estamos todos nós ali, inertes, diante de um passado que um dia foi tão bom mas que já não conseguimos lembrar direito. Como Dean e Cindy, naturalmente, não gostaríamos de estar. Queremos os filmes perfeitos, as histórias de amor do cinema, onde tudo é eterno.
Mas a vida real é feita destas lágrimas que ninguém quer chorar, das palavras duras que acabamos dizendo; mágoas, arrependimentos e das fotografias que registram o que parece impossível de se recordar.
Apesar de guardar "The Notebook" com imenso carinho entre meus filmes preferidos, tenho que admitir que "Blue Valentine" está mais de acordo como enxergo as relações amorosas hoje em dia. Nós nos apaixonamos, achamos sempre que é para sempre, e nos surpreendemos com a (triste) constatação de que tudo aquilo, antes tão especial e único, também pode ruir sob os nossos pés.
Dirigido belamente por Derek Cianfrance, com muito uso de paralelos e flashbacks para contar a história de um jovem casal quando se apaixona (passado) e o inferno do casamento (presente); este é um lindo filme triste sobre como duas almas podem se encontrar, sentir-se gêmeas, e então se depararem com a estagnação e infelicidade da vida real. Um campo estéril onde o amor não sobrevive e os "tristes namorados" se vêem testemunhas impotentes disso.
No começo do namoro, o desejo incontrolável de Dean (Gosling) em fazer tudo por Cindy (Williams) é apaixonante e corajoso, algo que a encanta imediatamente. Ele toca violão para ela na rua, submete-se à investigação de sua família, apanha e guarda tudo o que ganha de maneira a prometê-la algum futuro.
No entanto, todas estas qualidades que encantaram Cindy, seis anos antes, são praticamente intoleráveis para ela nos dias atuais. Ela não tem mais paciência para ele, até as suas brincadeiras como pai a irritam; ela quer que ele faça algo de sua vida, construa algo, torne-se algo. Dean pareceu, um dia, o melhor rapaz que ela poderia conhecer. Hoje, para Cindy, ele é o pior. E assim é costurada essa melancólica - e muito verdadeira - história: com a ideia de que o amor nasce e morre diante dos nossos olhos.
Dean e Cindy dividem um amor que será para sempre. Não, infelizmente, não.
Não há muito o que contar a respeito do filme. Melancólico, real, mais real do que gostaríamos que fosse. Não está aqui somente a história dos pobres namorados, Dean e Cindy. É a história de todos nós. O relato na tela da nossa dificuldade (ou incompetência) de fazer o amor sobreviver à passagem do tempo. É um filme doído, humano, impossível de não se identificar.
Estamos todos nós ali, inertes, diante de um passado que um dia foi tão bom mas que já não conseguimos lembrar direito. Como Dean e Cindy, naturalmente, não gostaríamos de estar. Queremos os filmes perfeitos, as histórias de amor do cinema, onde tudo é eterno.
Mas a vida real é feita destas lágrimas que ninguém quer chorar, das palavras duras que acabamos dizendo; mágoas, arrependimentos e das fotografias que registram o que parece impossível de se recordar.
Um comentário:
O apaixonamento supõe ''amor eterno''porem é do destino do amor ,o fim e a substituição do objeto.
No entanto existe a possibilidade nova de um amor , o amor ao SER, e este pode ser eterno,pois não se sustenta em idealização.
È muito triste assistir a falencia do amor em nossos relacionamentos,mas não será ainda mais triste a separação dos amantes?
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