segunda-feira, 26 de maio de 2014

PARA VER E OUVIR: "CHRONO TRIGGER, LIVE AT SYMPHONY HALL"



"Nerdgasmos" múltiplos, consecutivos, ininterruptos.

PARA VER E OUVIR: JOHN MAYER ("XO")



Difícil crer que essa canção é uma versão do John Mayer de uma música da Beyoncé... 

PARA VER E OUVIR: SARA BAREILLES ("I CHOOSE YOU")

POESIA DO ADEUS

Animação linda que chega a doer.

quarta-feira, 14 de maio de 2014

O GATINHO QUE PEDE UM ABRAÇO



Sem mais. Melhor, mais uma (de um milhão de razões) que fazem desses os seres mais especiais e incríveis do planeta.

terça-feira, 13 de maio de 2014

"TUDO QUE VAI VOLTA"



Curta de arrepiar.

quinta-feira, 8 de maio de 2014

O "TRAILER" DE "A PEQUENA SEREIA" DE SOFIA COPPOLA (#SQN)

Zoaram a minha musa sem piedade. Mas eu amei mesmo assim. Mesmo brincando, eles captaram a essência da coisa.

terça-feira, 6 de maio de 2014

PEQUENA SEREIA

Aparentemente, Sofia Coppola vai dirigir uma nova versão de "A Pequena Sereia"; seria esse o começo de uma nova fase, agora que ela é mãe? Ou devemos esperar uma Ariel coppolesca, errante, no fundo do mar, perdida em seus pensamentos e cercada por uma trilha sonora incrível? Imagino um filme doce, lindo e melancólico; e provavelmente fiel ao final original...

10 ANOS (DESDE O FIM) DE FRIENDS


Hoje faz 10 anos desde o fim de FRIENDS. E 20 desde a sua estréia. E a certeza de que estamos (cada vez mais) velhos.

sexta-feira, 2 de maio de 2014

PARA VER E OUVIR: SIGUR RÓS ("THE RAINS OF CASTAMERE")



Um dia, a Casa Reyne (o "leão vermelho") decidiu se opor aos Lannister (o "leão dourado"). A resposta de Casterly Rock foi imediata e eficaz, quando Tywin Lannister marchou sobre Castamere, passando o castelo pela torcha e executando todos os membros da família Reyne restando, após "a guerra dos leões", somente o orgulhoso leão dourado. E assim surgiu a emblemática "Chuvas de Castamere", o "hino" dos Lannister:

"E quem é você, o senhor orgulhoso perguntou,
Para quem eu tenho que me curvar?
Somente um gato de pelo diferente,
Essa é toda a verdade de que eu sei.
Seja o pelo dourado ou vermelho,
Um leão ainda tem suas garras,
E as minhas são longas e afiadas, meu senhor,
Foi o que ele disse, e então disse novamente,
Aquele senhor de Castamere, 
Mas agora caem as chuvas sobre os seus salões,
Sem ninguém lá para ouvir.
Sim, chove sobre os seus salões,
Sem uma única alma para ouvir".

E para quem não tem ideia do que eu estou falando, esta é apenas uma breve passagem na turbulenta história de Westeros, continente onde se passa a saga da Canção de Gelo e Fogo (mais conhecida como 'A Guerra dos Tronos'). E esse, aqui, é o PRÓPRIO Tywin Lannister, que ganhou vida pela atuação brilhante de Charles Dance. O personagem, em si, já é um dos mais badass da trama e Dance conseguiu deixá-lo ainda mais badass.

AMARELO


A cortina dançava preguiçosamente contra a janela, enquanto a luz do começo do dia cobria o quarto bagunçado numa atmosfera de entorpecimento. E os dois estavam ali, nus, sobre o emaranhado de lençóis. Ele, inquieto, custava a manter os olhos fechados. Ela era o oposto, ali, mergulhada num sono profundo e respiração leve. O cabelo dela, amarelo, espalhado pelo travesseiro. Amarelo como gema de ovo. Aquele cabelo estranho.

Apoiou a cabeça sobre o cotovelo e ficou desenhando o seu corpo com os olhos. A luz refletida nos pelos curtos e transparentes ao redor do seu umbigo. As pernas compridas e firmes, sobrepostas como as de uma leoa, os braços finos entrelaçados sob o seu rosto. Os sinais, as marcas, o pêlo, a pele. 

Pensou em correr os dedos levemente sobre as suas costas. Hesitou. Não queria acordá-la.

Caminhou pelo quarto, buscando pedaços de roupa espalhados pelo chão. A janela do seu quarto de hotel comunicava uma solidão esquisita. Tocou o vidro, com delicadeza, apoiando a sua testa no cartão postal escancarado diante dos seus olhos e decidiu que caminharia, sem mapa, sem roteiro. Olhou para a mulher, na cama, por alguns instantes antes de fechar a porta.

Ela continuava ali, adormecida, o longo cabelo amarelo espalhado sobre o travesseiro.

Curioso como algumas cidades provocam marcas, cicatrizes mentais, chame do que quiser, frutos dos eventos vividos em suas ruas, becos e avenidas.

Esse pensamento vinha martelar a sua cabeça, como um mantra, enquanto ele bebia o seu café sem pressa; o vapor inebriante invadindo as suas narinas, as pessoas e carros passando por perto, cheios de barulhos e de caos, e ele sentia vontade de fechar os olhos por alguns instantes enquanto sentia o líquido quente e saboroso escorrer por dentro do seu corpo.

No fim das contas, claro, tudo se resumia a ela. Voltar naquela cidade, depois de todo aquele tempo, trazia consigo uma sensação esquizofrênica de que ele a veria ali, como se ele pudesse contemplar, feito viajante do tempo, as imagens trancadas dentro da sua mente. Como se ele pudesse ver a si mesmo, melhor, ver os dois juntos, caminhando por ali; testemunha de algo vivido e tão mal esquecido.

Mas eles não estavam ali. E o pensamento voava com o vento que levava as folhas órfãs de jornal.

Sorria. Havia algo amargo naquele sorriso, ele sabia, mas de que importava?

Feito um detetive, decidiu traçar os passos, como os lembrava, visitando os mesmos lugares, redesenhando os eventos conforme eles estavam estampados em sua memória. E sentia-se visitado por uma miríade de sensações que o transportavam para aquela cidade, como se ele não estivesse ali. Sentia-se flutuante, cercado por cheiros e sabores que emulavam os acontecimentos de forma artificial e eficaz.

Tocava as paredes, feito peregrino.
O céu azul, emoldurando as imagens mentais.
Aquela cidade era tão competente. 

"Você nunca me deixará esquecer", ele sentia vontade de gritar aos monumentos.

Respirou fundo, de repente inseguro sobre aquela errância. Lembrou da mulher, adormecida, no seu quarto de hotel e sentiu falta dela; de estar com ela. Por alguma razão, repentinamente, sentiu falta dela; daquele cabelo amarelo e de tudo o que ela fazia de diferente - e errado - "que se dane!". Decidiu retornar; comprou flores, pães, café e chocolates para acordá-la. Caminhando, a passos largos, o hotel demorava a se desenhar no horizonte.

Encontou-a sentada na cama, o corpo envolvido no lençol como um vestido costurado preguiçosamente. Ela tinha os olhos vermelhos, como se tivesse chorado.

"Eu posso deixar o meu cabelo escuro, se você quiser... como o dela", disse quase engasgando.

Aquela frase atravessou o seu peito como uma lança; abraçou o seu corpo delicado e beijou a sua boca como se fosse a primeir a vez. E percebeu, ali, naquele quarto sem nome, o quanto ele amava aquela mulher frágil, estranha e linda. 

E o seu cabelo. 
Amarelo.

quarta-feira, 30 de abril de 2014

segunda-feira, 28 de abril de 2014

GIFS DA DEPRESSÃO

Toda a vez que alguém me pergunta algo do tipo "quais são os seus planos para o futuro?"

GIFS DA DEPRESSÃO

Um(a) amigo(a) encontra alguém que eu não conheço, começa a conversar, mas não me apresenta...

GIFS DA DEPRESSÃO

O feriado cai na quinta-feira (e não vai dar para enforcar)...

PARA VER E OUVIR: THE DECEMBERISTS ("THE CRANE WIFE 3")

segunda-feira, 21 de abril de 2014

PARA VER E OUVIR: SARA BAREILLES ("GRAVITY")



Não dá para cansar dessa música, dessa linda, não tem jeito. 

GIRAFAS PARA ANGELO


Sentada, no assoalho do banheiro, ela respirava, quase ofegante; olhos fechados, cabelos amarrados num rabo de cavalo preguiçoso, as bochechas vermelhas, a testa pingando de suor. Após vomitar pela quarta vez, somente naquela manhã, ela se viu diante da constatação inegável.

"Meu Deus, estou grávida".

Com relutância, avisou que não iria trabalhar.

Não que ela não quisesse ter um filho. Não era isso. Era apenas que ela não achava que aquele era o momento certo. Sentia seu marido distante (ou seria loucura da sua cabeça?), havia decidido investir na sua carreira, e algo dentro dela dizia que aquela gravidez seria o fim do seu casamento.

Respirou fundo, tentando acalmar o seu peito. Molhou o rosto na pia, e ficou ali, por um tempo quase infinito, com a toalha úmida envolvendo o seu rosto. Sentia-se só, perdida, como se uma fenda tivesse sido aberta sob os seus pés. 

Caminhou pela casa, o robe desamarrado arrastando pelo chão como um manto régio, as mãos entrelaçadas atrás da sua cabeça, girando em círculos na sala como se aquilo pudesse ajudá-la a encontrar uma resposta; uma saída. Uma solução.

"Não. Isso não. Jamais".

Pegou o telefone e ligou para o seu marido no trabalho. Quando ouviu a sua voz sentiu medo e desconversou. Perguntou do seu dia, fez planos para o jantar, pediu que ele trouxesse flores. Jogou conversa fora até a hora em que ele precisou desligar para atender uma outra ligação.

"Está tudo bem com você, meu amor?".

Não estava nada bem. Ligou para a sua mãe, desligando antes mesmo que ela atendesse; então para um punhado de amigas mais próximas. Novamente sentiu medo, desconversou, fez planos para um almoço que jamais aconteceria. Foi à janela, respirou fundo, tentando absorver os sons, a luz, o vento que vinha dançar ao redor do seu corpo. 

Olhou crianças brincando num parque, não longe dali. Sorriu. Sentia medo, sua barriga era um turbilhão de borboletas enfurecidas, mas ainda assim; sorria. Os meninos e meninas faziam uma grande confusão na areia, subindo e descendo escorregadores, correndo umas atrás das outras. Ela se pegou rindo. E conseguiu se imaginar ali, como uma daquelas mães preocupadas.

Caminhou para o pequeno escritório, coberto de livros e discos e todo o tipo de quinquilharia inútil. E começou a imaginar cortinas de renda e girafas coloridas; Talvez fosse mesmo a hora. Mas ainda assim estava aterrorizada com medo da reação do seu marido; do que ele diria, de como ele reagiria. Na sua cabeça, as piores cenas possíveis rodavam em loop, todas elas encerradas sempre com notas de melancolia e abandono. 

"Ele vai me deixar, eu sei. Ele vai me deixar". 

Mas as horas daquele dia traziam consigo ensinamentos. E a cada minuto passado ela se sentia mais forte e decidida. E daí que ela ficasse sozinha? E daí que tudo aquilo, todo aquele conforto ruísse? E daí que ele fosse embora? Ela criaria o seu filho e seria feliz assim. Sentia-se corajosa, pronta para enfrentar o seu marido, assim que ele pusesse os pés em casa. 

Quando a noite começava a cair, ela se sentou no sofá, os olhos fixos na porta, como um felino. Esperando por ele. Pronta para tudo. Então a chave começou a girar na fechadura, e de repente ele estava ali, como fazia há anos, entrando em casa.

Sorria, de forma carinhosa, trazia flores nas mãos e se aproximou, para beijá-la. 

"Preciso te dizer algo", ele disse, os olhos fixos nela, sentado no chão entre as suas pernas. "Andei pensando muito sobre uma coisa hoje".

E ela ficou ali, sem reação. Fora pega de surpresa. Era ela quem tinha algo a dizer. Não ele.

Ele apoiou os braços em suas pernas, e beijou carinhosamente a palma das suas mãos. Ela engoliu em seco.

"Eu sinto que chegou a hora de nós termos a nossa família", ele disse, sorrindo; ao que ela desabou num pranto que parecia represado há centenas de anos. Soluçando, impossibilitada de construir qualquer frase simples. 

Ele correu para abraça-la, sem entender o que estava acontecendo. Segurou o seu rosto com duas mãos e percebeu que ela ria e chorava ao mesmo tempo. 

Ela fez carinhos em seu rosto, cabelo, olhando para o seu marido como se estivesse vendo-o pela primeira vez.

"Ah, meu bem, se você soubesse a surpresa que eu tenho para te contar...".

sexta-feira, 11 de abril de 2014

GIFS DA DEPRESSÃO

Atendo um número desconhecido e descubro que é tele-marketing...

quinta-feira, 10 de abril de 2014

QUANDO UMA GIF DIZ TUDO

Minha vontade quando peço licença 1, 2, 3 vezes e a pessoa não sai da minha frente...

PARA VER E OUVIR: DIANA KRALL ("I'VE GOT YOU UNDER MY SKIN")

quarta-feira, 9 de abril de 2014

GIFS DA DEPRESSÃO

Após o último episódio de "How I Met Your Mother", depois de 9 ANOS de seriado... 

GIFS DA DEPRESSÃO

Chega a hora de pagar o IPTU e o IPVA...

segunda-feira, 7 de abril de 2014

GIFS DA DEPRESSÃO

O vendedor não tem a menor ideia do que eu estou procurando e me oferece algo nada a ver...

GIFS DA DEPRESSÃO

Mando beijo no final da ligação para o delivery de comida...

GIFS DA DEPRESSÃO

E então começou a quarta temporada de Game of Thrones...

A NOIVA


Por alguns instantes breves, fugazes, ela conseguia ignorar o caleidoscópio de sons e luzes ao seu redor. Aquela sinfonia caótica de talheres em duelo, conversas paralelas, gritos de felicidade, música alta, dança, brilho de velas decorativas espalhadas pelo grande jardim. O vento batia leve contra os seus cabelos, fazendo os pêlos nos seus braços se arrepiarem; a cauda do seu vestido flutuando, delicada, como as asas de um pássaro. Um pássaro de uma asa só.

Olhos fechados. Um suspiro. 

Era quando ela conseguia fugir dali. Brevemente.

Com a mão sob o queixo, contemplava o grande vale ao redor daquele que, segundo todos ali, era "o dia mais feliz e importante da sua vida". E sorria, agridoce, todas as vezes que alguém a abordava, taça em mãos, hálito ébrio de álcool e êxtase, para lhe dizer algo do tipo:

"Preparada para o começo do resto da sua vida?".

Não, eu não estou.

Ela acenava com a cabeça, respondia de forma educada aos abraços e beijos, desenhando um sorriso discreto, de felicidade inventada, enquanto sentia o seu coração pulsando dentro do seu peito. Como se ela não pertencesse naquele lugar; como se não conseguisse comunicar com nada ali. As flores, a riqueza dos detalhes, as mulheres dançando descalças, o homens abraçados, embriagados, aquele amontoado de pessoas felizes. Aquele entorpecimento que acomete as pessoas em casamentos.

Mas era como se ela simplesmente não estivesse ali. 

Subitamente, foi tomada por pensamentos de dúvida e medo, angustiada além do que o seu estômago era capaz de aguentar. Tirou os sapatos apertados, para sentir a grama molhada sob os seus pés, como se estivesse prestes a correr. Incerta sobre toda e qualquer coisa.

Talvez fosse tarde demais, pensava aflita; faltou-lhe coragem, foi vencida por aquele medo infantil de decepcionar os outros; de seguir um caminho que não é de ninguém, apenas seu. Apenas dela. Sentia como se tivesse sido levada pela força da maré, para um destino além da sua escolha. E chegava a hora de aceitar aquela praia na qual ela havia parado. 

Uma sina, um naufrágio.

"Prove o bolo".

As mãos da sua mãe tinham um toque delicado no seu rosto; carinhos sinceros tomados por orgulho e realização. Sua filha, aquela noiva linda, naquele dia inesquecível. Seu pai então sentou ao seu lado, as mãos entrelaçadas entre as pernas, ostentando um olhar de cumplicidade, como se ele fosse o único ali a suspeitar do turbilhão de pensamentos que envolvia a sua filha. Foi então que ela não conseguiu represar a tonelada de lágrimas escondidas por trás dos seus olhos. Abraçou o seu pai com força, soluçando um pranto profundo. E ele a abraçou de volta, fazendo carinhos em suas costas nuas, emolduradas pelo lindo vestido de pérola e marfim. 

Pelo menos alguém conseguia suspeitar da sua solidão.
Da solidão de uma mulher incerta sobre as suas escolhas. Era isso. Era essa a sua solidão.

Enxugou os olhos levemente borrados, tentando acalmar o seu peito galopante. Então sentiu o toque carinhoso do seu marido em seus ombros, seguido de um abraço apertado e um beijo apaixonado, completamente ignorante e inocentemente feliz. "Agora somos nós dois, até o fim", sussurrou.

Ela o abraçou e volta, depositando a sua cabeça em seu ombro, os olhos fixos no sol que se punha no vale, encharcando a paisagem de tons lilases. 

"Meu Deus, o que eu estou fazendo aqui?".

PARA VER E OUVIR: CHRISTINA PERRI ("A THOUSAND YEARS")

sexta-feira, 4 de abril de 2014

domingo, 23 de março de 2014

PUGILISMO COM LARS VON TRIER


Pretensioso, gênio, desviado, visionário, pervertido, poeta, polêmico, incompreendido, marginal. São muitos os adjetivos que podem definir Lars Von Trier. E eu concordo com cada um deles; podendo pensar em mais uma centena. "Ninfomaníaca 1 & 2", seu trabalho mais recente, só reforça isso.

A história narra o encontro acidental de Joe (Charlotte Gainsbourg) com Seligman (Stellan Skarsgard). Ela, uma mulher viciada em sexo, é encontrada ferida e abandonada na sarjeta pelo assexuado homem que, sem pensar duas vezes, a acolhe e a leva para sua casa. A partir daí, um diálogo demorado, regado por chá, bolo, e uma longa narrativa de aventuras sexuais que misturam sodomia, masturbação, promiscuidade, violência à matemática, à física, à filosofia, à música à arte, à religião, o satanismo e, naturalmente, à psicanálise, numa sequência de metáforas absurdamente belas.

O encontro improvável de extremos tão opostos é o tempero que marca a narrativa de 2 filmes que escancaram a humanidade na sua pior ou melhor forma: a exploração crua e real da sexualidade, das perversões, dos desejos, do perigo. Joe é um animal incansável e incrontrolável, que não vê limites para saciar à sua fome. E um elenco sem nenhum medo de entregar atuações perigosamente honestas completa esta ópera de nudez, sob todas as esferas - físicas, emocionais, espirituais. Um filme dolorido - óbvio - triste, difícil de digerir, mas que transborda poesia de uma forma difícil de perceber - num primeiro momento - mas que vai ficando cada vez mais clara na medida em que a história se desenrola. 


Será que o mundo está preparado para cenas que retratam uma menina de 12 anos descobrindo a masturbação? Ou uma mulher que golpeia a sua vagina com uma toalha molhada porque não consegue sentir mais prazer? Ou um lugar em que mulheres casadas vão escondidas para voluntariamente serem brutalmente torturadas? A resposta de Von Trier para esses questionamentos é uma só: "eu não me importo".

Ele mesmo provoca, quando coloca diálogos na boca da sua heroína que parecem antecipar a polêmica: a solução que a sociedade inventou para não lidar com seus temas dolorosos é bloquear a palavra. Proíba a palavra, tudo fica "politicamente correto" e os problemas estão resolvido. E ele segue, meditando que "emudecer uma palavra é arrancar mais um tijolo da democracia". Faz pensar, não?

Devo dizer que apreciei muito mais o volume 1 do que o 2. E acho que a maioria das pessoas terá a mesma opinião. Não que um seja melhor ou pior que o outro, ou mostre "mais" ou "menos" "disso" ou "daquilo". Não é isso. O primeiro filme tem uma cadência mais agradável, e realmente vai nos enfeitiçando com o que Joe tem a contar. "Sou um ser humano terrível", ela diz, "e as minhas histórias serão prova disso". 

"Mea vulva, mea maxima vulva", Von Trier provoca em determinado momento. Seu novo trabalho é mais uma prova de que ele não tem medo de chocar

Honestamente? Não sei dizer se "Ninfomaníaca" é um filme para todos. Definitivamente ele não é visceral e escatológico como "Anticristo" nem desesperadoramente triste como "Melancholia". Ele habita um lugar muito seu, no meio do caminho, e me proporcionou quase 6 horas (ao todo, os dois volumes) de "entretenimento" recheado por reflexões, choque e puro embasbacamento. É o típico pugilismo que travamos com ele em seus filmes; onde, mesmo após uma série de socos no estômago, continuamos a apreciar a luta. Ao final, não soube organizar os meus pensamentos, nem chegar a conclusão alguma. 

Restou-me somente silêncio.


quinta-feira, 20 de março de 2014

AMOR DIFERENTE

E ainda tem gente que não entende quem é apaixonado por gatos...

ILUSTRANDO

O traço criativo e genial de Björn Hurri. Em especial, os desenhos estilo "steampunk" de Guerra nas Estrelas.





quarta-feira, 19 de março de 2014

GIFS DA DEPRESSÃO

Chego (muito!) atrasado no trampo e/ou de ressaca e/ou após uma insônia dos infernos e espero que o(a) chefe não note...

terça-feira, 18 de março de 2014

GIFS DA DEPRESSÃO

Alguém diz tudo que uma pessoa que eu não gosto precisava ouvir...

GIFS DA DEPRESSÃO

Vou tirar foto com o celular mas a câmera está virada para frente...

GIFS DA DEPRESSÃO

Um(a) amigo(a) conta que voltou com o(a) ex porque ele(a) é uma nova pessoa...

segunda-feira, 17 de março de 2014

sexta-feira, 14 de março de 2014

GIFS DA DEPRESSÃO

Vejo que estou sentado do lado daquele colega chato e puxa-saco na reunião...

GIFS DA DEPRESSÃO

Ouço alguém dizer que acorda 5 da manhã para se exercitar...


GIFS DA DEPRESSÃO

Minha vontade, todas as vezes que alguém esbarra em mim por desatenção...

GIFS DA DEPRESSÃO

Do nada, duas pessoas começam a discutir feio na minha frente...

quarta-feira, 12 de março de 2014

PRIMEIRO BEIJO

A artista Tatia Pilieva pediu que pessoas beijassem apaixonadamente um completo estranho. 20 toparam e o resultado é bonito e supreendente. Via Obvious.

Atualização: é fake, pena. Mas bonito mesmo assim.

)

terça-feira, 11 de março de 2014

"E PARA TE ENCONTRAR FOI QUE EU NASCI"


Realidade
Florbela Espanca

"Em ti o meu olhar fez-se alvorada,
E a minha voz fez-se gorjeio de ninho,
E a minha rubra boca apaixonada
Teve a frescura pálida do linho.

Embriagou-me o teu beijo como um vinho
Fulvo de Espanha, em taça cinzelada,
E a minha cabeleira desatada
Pôs a teus pés a sombra dum caminho.

Minhas pálpebras são cor de verbena,
Eu tenho os olhos garços, sou morena,
E para te encontrar foi que eu nasci...

Tens sido vida fora o meu desejo
E agora, que te falo, que te vejo,
Não sei se te encontrei, se te perdi..."

GIFS DA DEPRESSÃO

Estou num dia DAQUELES...

GIFS DA DEPRESSÃO

E chega a esperada (#sqn) hora de fazer a declaração do imposto de renda...

Fase 1: "Esse ano eu faço sozinho"

Fase 2: "A frustração" 

 Fase 3: "Encontro alguém para fazer a minha declaração" 

Fase 4: "Declaração enviada com sucesso. Até ano que vem"

segunda-feira, 10 de março de 2014

"MADDIE"



Lindo (de doer!) comercial da Chevrolet. Haja água de coco para repôr os líquidos...

EPÍLOGO


"Do que você mais vai sentir falta?", ele perguntou, enquanto fazia carinhos no cabelo espalhado preguiçosamente no seu colo.

"Sorvete, música e sexo", ela respondeu sem pensar muito. Um riso breve.

Ele sorriu, observando o horizonte que parecia um caleidoscópio de tons azulados e lilases.

"E você?"

"Humm... além das mesmas coisas que você disse, filmes, pizza, fumar".

(e de você).

"E do que você NÃO vai sentir falta?", ela perguntou erguendo-se sobre os cotovelos.

"Uau... sem sombra de dúvidas, passar 8 horas do meu dia trancado num escritório", ele respondeu sem titubear. "E você?".

Ela ficou meditativa, como se subitamente contaminada por nostalgia e melancolia. 

"A verdade é que eu vou sentir falta de tudo". Suspirou.

Então começaram os barulhos, primeiro distantes e quase inaudíveis. E de repente próximos, reverberando em cada poro da pele. A água do mar revolta, criando ondas violentas; o céu escurecido como se antecipando a pior tempestade. O chão tremendo sob os seus pés. 

Abraçaram-se. 

"Você está com medo?", ela perguntou, os olhos cheios de lágrimas.

"Não", mentiu. "Estou feliz que você está aqui".

"Tanta coisa que deixamos por fazer", ela soluçava em seus braços.

"Não pense nisso, não serve de nada", ele a consolava. 

O céu era como uma grande folha de papel. 
Branca feito a neve, sobre um infinito de silêncios repentinos.

PARA VER E OUVIR: BOY ("LITTLE NUMBERS")

sexta-feira, 7 de março de 2014

GIFS DA DEPRESSÃO

Entro na copa do trabalho e vejo que aquele(a) colega chato(a) está lanchando lá...


PARA ESQUENTAR O CORAÇÃO

"Saving Mr. Banks" (eu me RECUSO a escrever o título brasileiro) é um filme lindo, simples, destes que servem quase exclusivamente para aquecer o coração (algo feito com muito êxito e sem esforço). Trata-se da história verídica sobre os esforços do Walt Disney em comprar os direitos autorais para fazer o filme da Mary Poppins. A autora, uma "inglesa" austera e de passado difícil, defende ferrenhamente há 20 anos que seu livro não combina com os filmes da Disney, mas acaba cedendo ao charme do visionário da Disneylândia. Tom Hanks e Emma Thompson dão show, numa história contada de forma (agri)doce, e comovente, com um final majestoso e de encher o coração (e que deixou um nó do tamanho de um elefante no meio da minha garganta). Recomendo.

GIFS DA DEPRESSÃO

Estou de mau humor, mas a pessoa insiste em puxar conversa...


quarta-feira, 5 de março de 2014

PARA VER E OUVIR: KAREN O. ("THE MOON SONG", DURANTE O OSCAR)

GIFS DA DEPRESSÃO

Estou conversando sobre um livro e alguém comenta: "eu odiei o filme"...

GIFS DA DEPRESSÃO

Acho que já está muito tarde mas o delivery atende...

GIFS DA DEPRESSÃO

Vou apresentar para alguém um filme/seriado muito especial para mim...

GIFS DA DEPRESSÃO

Reencontro aquele(a) colega de trabalho que eu gosto e que acabou de voltar de férias...

terça-feira, 4 de março de 2014

GIFS DA DEPRESSÃO

Praça de alimentação lotada e alguém me pergunta se pode sentar na minha mesa...

Eu, por fora:


Eu, por dentro: