"Do que você mais vai sentir falta?", ele perguntou, enquanto fazia carinhos no cabelo espalhado preguiçosamente no seu colo.
"Sorvete, música e sexo", ela respondeu sem pensar muito. Um riso breve.
Ele sorriu, observando o horizonte que parecia um caleidoscópio de tons azulados e lilases.
"E você?"
"Humm... além das mesmas coisas que você disse, filmes, pizza, fumar".
"Sorvete, música e sexo", ela respondeu sem pensar muito. Um riso breve.
Ele sorriu, observando o horizonte que parecia um caleidoscópio de tons azulados e lilases.
"E você?"
"Humm... além das mesmas coisas que você disse, filmes, pizza, fumar".
(e de você).
"E do que você NÃO vai sentir falta?", ela perguntou erguendo-se sobre os cotovelos.
"Uau... sem sombra de dúvidas, passar 8 horas do meu dia trancado num escritório", ele respondeu sem titubear. "E você?".
Ela ficou meditativa, como se subitamente contaminada por nostalgia e melancolia.
"A verdade é que eu vou sentir falta de tudo". Suspirou.
Então começaram os barulhos, primeiro distantes e quase inaudíveis. E de repente próximos, reverberando em cada poro da pele. A água do mar revolta, criando ondas violentas; o céu escurecido como se antecipando a pior tempestade. O chão tremendo sob os seus pés.
Abraçaram-se.
"Você está com medo?", ela perguntou, os olhos cheios de lágrimas.
"Não", mentiu. "Estou feliz que você está aqui".
"Tanta coisa que deixamos por fazer", ela soluçava em seus braços.
"Não pense nisso, não serve de nada", ele a consolava.
O céu era como uma grande folha de papel.
Branca feito a neve, sobre um infinito de silêncios repentinos.
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