sábado, 8 de fevereiro de 2014

O "LOST IN TRANSLATION" DE SPIKE JONZE

"Her", do Spike Jonze é um filme importante. 

Eu poderia falar apenas isso, seria o suficiente. Mas ao mesmo tempo, há tanto a dizer sobre esse filme incrível; doloroso, melancólico e lindo. Este é, para mim, o "Lost in Translation" de Spike Jonze que, não por acaso, é ex-marido de Sofia Coppola e narra uma história de silêncios que bem poderia se passar em Tóquio e ser estrelada pelo Bill Murray - detalhe que o filme é, inclusive, co-estrelado por Scarlett Johansson.

Ok. Vamos lá. Em linhas gerais, porque nem sei o quanto quero entregar desse filme precioso. Essa é a história de Theodore, um escritor que ganha a vida produzindo cartas românticas numa empresa de comunicação de um futuro distante (mas não tão distante assim), onde as pessoas tem as suas vidas organizadas por um sistema operacional responsável por absolutamente tudo.

Nesse contexto, Theodore conhece Samantha, seu novo OS (basicamente, o seu novo computador). "Ela" é uma tecnologia de ponta que promete ser a última fronteira da inteligência artificial. Rapidamente, Samantha se "apodera" da vida de Theodore e inevitavelmente eles se "apaixonam". 

Theodore é um homem solitário, silencioso, que vem sobrevivendo a um divórcio há meses; e simplesmente não consegue sair do limbo das lembranças passadas (perdidas) e seguir em frente com a sua vida. É nesse cenário desolado que surge Samantha, como um raio de luz e esperança, que o faz perder a cabeça por ela que nada mais é que uma voz rouca, sussurrando em seu ouvido o dia inteiro; como uma consciência, eternamente presente, e em nenhum lugar a ser achada.

Será mesmo?

"Her" é um filme absurdamente belo, profundo, poético, filosófico, devastador pelas melhores razões. Uma obra de arte, uma obra prima, um questionamento maravilhoso sobre o que estamos fazendo das nossas vidas (e dos nosso relacionamentos). Uma metáfora que atingirá qualquer pessoa, sem exceção. Um convite agridoce a nos olharmos no espelho, sem roupa, sem pudor. 

Simplesmente perfeito. Além de perfeito. 

Como diria Samantha "são emoções que eu nem sei descrever; talvez não haja palavras para isso".

Um comentário:

Blog do Osvaldo Campos disse...

Depois desta excelente resenha, irei assistir.