quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

PARA VER E OUVIR: A SILENT FILM ("QUEEN OF A SAD LAND")

PARA VER E OUVIR: LUDÉAL ("ALLEZ L'AMOUR"

GIFS DA DEPRESSÃO

"Se você apertar esse botão, 5 pessoas que você não gosta vão desaparecer. O que você f..."


segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

GIFS DA DEPRESSÃO

Um pessoa que eu não gosto demora tempo demais para se despedir...

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A minha sensação quando preciso convencer alguém a gostar de "Game of Thrones"...

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Chega a hora de assinar o contrato de aluguel (qualquer contrato, em verdade)...


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Converso com alguém "feliz demais"...

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Estou morrendo de fome e torcendo para o interfone tocar, avisando que o delivery chegou...

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Alguém me conta algo legal sobre alguém que eu não conheço...


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Estou fingindo prestar atenção e, de repente, a pessoa me pergunta: "você não acha?"


SETE DIAS PARA O FIM DO MUNDO


Primeiro veio a euforia. Os casamentos coletivos nos parques, os novos profetas, as odes públicas ao desapego, com pessoas queimando dinheiro, jogando fora todo o tipo de bens materiais. De uma hora para a outra, a cidade estava tomada por pilhas de televisores de tela fina e smartphones, amontoados, ignorados, como lixo. 

O amor era celebrado em cada esquina, onde estranhos se abraçavam, dançavam; casais faziam amor ao ar livre, crianças corriam nuas, e música podia ser ouvida onde quer que se procurasse. Era como se a humanidade estivesse saboreando uma redenção, diante daquela certeza que parecia vinda de um filme ruim de ficção científica: a terra chegaria à completa aniquilação em uma questão de dias. 

Então veio à realidade. 

E isso foi como um golpe que subitamente pareceu pegar a todos desprevenidos. As ruas, que antes estavam tomadas por música e alegria, de repente viraram desertos, onde só o silêncio podia ser ouvido. Com algum esforço, era possível ouvir o desespero de uma pessoa à janela, olhando incrédula para o horizonte. O cenário de caos era inconfundível: os carros largados pelas avenidas, animais abandonados, com suas coleiras arrastando no chão, homens, mulheres, velhos, todos caminhando sem rumo, sem propósito. 

Foi quando começaram as revoltas. A cidade foi lambida por uma onda voraz de destruição e depredação. Lojas sendo saqueadas, carros em chamas, vidros e janelas destruídas, mulheres sendo atacadas nas ruas; como numa ode ao hedonismo extremo, jovens se embriagavam até cair, homens e mulheres consumindo todo o tipo de entorpecentes, policiais e bandidos roubando juntos; morte, conflito, dor, fúria, em todos os cantos. Atos desesperados diante do fim inevitável. 

Nesse momento, ele decidiu que iria embora dali. Correu para o armário e se viu diante de uma escolha inacreditável. O que carregar consigo, que itens eram indispensáveis? Sem meditar muito, buscou seu casaco predileto, um par de calças, algumas camisetas, dois livros, um tocador de música, algumas fotografias e mantimentos secos. Organizou tudo sem muito critério e seguiu para o seu carro. Ele não morreria ali. Ali, não. Nem que tivesse de dirigir por dois dias, sem parar para dormir ou comer, ele passaria os seus últimos instantes diante do mar.

Então, no meio do caminho, em meio à confusão ao seu redor, com pessoas pulando em cima dos carros e o ar tomado por cheiro de coisa queimada, ele teve um pensamento repentino. Ele lembrou dela. Ali, sem mais nem menos, à espera do fim do mundo, ele pensou nela. Mas imediatamente foi repreendido por uma pergunta simples: "Por que?".

E então, por outra ainda mais simples.

"Por que não?".

Como um dublê de filme de ação, ele girou o carro, golpeando uma placa que voou longe dali, feito um dardo e cruzou à cidade em busca dela, rumo ao último endereço de que se recordava. 

Alheio ao cenário de batalha campal, atravessou um enxame de pessoas, que arremessavam entulho e e detrito no vidro do seu carro. Nada daquilo importava, nada mais importava, a não ser aquela ideia fixa e repentina: ele passaria os seus últimos instantes na terra ao lado daquela mulher, seu grande amor, seu único amor; a que tinha ido embora, a que tinha se perdido. E nem que isso lhe custasse cada instante valioso, ele estava decidido a viver os seus últimos segundos ao lado dela.

Para a sua surpresa, encontrou-a sentada na frente do prédio; a mão sobre o rosto, em prantos. Parou o carro e, sem nem tirar a chave da ignição, correu ao seu encontro. Seus olhos se encontraram e, sem nenhuma necessidade de verbo, ela voou em sua direção, agarrando-o pelo pescoço e desabando numa torrente de lágrimas e palavras desconexas. 

Como um tradutor, ele tentou concatenar a cadeia de frases fragmentadas e organizou o roteiro do seu desespero. A sua colega de apartamento havia fugido com o seu carro, ela não sabia para onde ir, estava morrendo de medo e o resto eram soluços e palavras engasgadas. 

Ele pôs as mãos em seu rosto, vermelho e úmido, e por breves instantes ignorou a sua aflição. Queria apenas confirmar, ter certeza de que era ela ali, diante dos seus olhos. Era ela. Os cabelos cor de carvalho, cascateando sobre os ombros; os olhos expressivos, os traços delicados, a pele sardenta, a voz suave.

E, em meio aquele cenário absurdo, ele demorou para entender por que diabos não passou todo aquele tempo com ela; não sabia dizer. Talvez pela certeza tão equivocada de que se tem todo o tempo do mundo para se fazer as coisas de forma diferente.

Pouco a pouco foi acalmando-a, explicando o seu plano. Ela começou a sorrir, entrecortando palavras por um soluço ocasional. Pediu alguns instantes e subiu correndo para o apartamento, para também ela escolher alguns itens para a última viagem. Ele olhava o relógio aflito, rindo da ironia de que nem no fim do mundo uma mulher conseguia se arrumar rapidamente. 

E então ela apareceu na porta do prédio e ele não conseguiu esconder um sorriso. Ela vestia um lindo vestido de festa, preto, adornado por brilhos e rendas e cortado por um longo decote. Tinha os cabelos arrumados num rabo de cavalo apressado, calçava um tênis surrado e sem cadarços, e trazia uma bolsa em uma mão e o seu cachorro em outra. 

"Eu nunca tive a chance de usar esse vestido", ela disse, como se alguma explicação fosse necessária. Pegou a sua mão e a levou em direção ao carro. Acomodou a sua bolsa e o cão no banco de trás e seguiram viagem juntos. 

As estradas estavam vazias e, gradualmente, a civilização ia ficando para trás, dando lugar somente à vegetação, ao céu, às montanhas, aos pássaros voando em bando e fazendo barulho. Como se nada estivesse acontecendo. O vento fazia dançar os seus cabelos, enquanto eles riam, lembravam de histórias do passado; ou então simplesmente se olhavam, em silêncio; ou paravam no acostamento para fazerem amor. De mãos dadas, o tempo todo, seguiram viagem rumo à praia. 

Pouco a pouco, notavam que já não havia mais eletricidade no caminho. Os celulares há muito tempo não tinham mais sinal. Mas ainda havia combustível para fazê-los chegar ao destino. O rádio foi a última herança da civilização à ir embora. Foi quando eles pararam de saber das notícias. 

Faltava muito pouco, porém.

E então lá estava ele, de repente, diante dos seus olhos. Como se fosse a primeira vez. O mar. Esplendoroso e azul, imenso, calmo, completamente ignorante do fim. Eterno, como sempre foi. O barulho das ondas quebrando na areia a fez fechar os olhos, enquanto caminhava descalça rumo à água, a barra do seu vestido já ensopada.

A brisa salina tomava conta do ar ao redor deles e não havia outro som que não o da espuma, das aves, do cão correndo em êxtase pela beirada. De mãos dadas, ficaram ali, diante do mar, contemplando o sol que decorava o horizonte com tons vermelhos e púrpuras. Aquela sinfonia silenciosa que os deixou com olhos úmidos e sorrisos largos. 

O que mais haveria a ser dito? O que mudaria a realidade dos fatos? No fim, no literal fim, estavam ali, sozinhos, diante do mar que lambia os seus pés descalços. E na falta de um discurso propriamente dito, para encerrar aquela história, contentaram-se com o suficiente. 

"Eu te amo".

"Eu te amo".

sábado, 22 de fevereiro de 2014

O ESPETACULAR AGORA


Muitos filmes já trataram desta mesma temática: a sensação de estar perdido, ao final da adolescência, quando a vida, de uma hora para outra, nos obriga a abraçarmos escolhas difíceis e a sermos adultos responsáveis; mais, a termos um plano, um projeto. Muitos filmes já trataram dessa angústica, desta falta de foco, desse limbo entre o fim da juventude e o começo da maturidade. Então o que faz "The Spectacular Now" tão especial e único?

Não sei. Honestamente. 

Talvez o retrato de tudo ali seja tão fiel, tão sincero, tão bonito, que acabou me convencendo. Esqueci que era filme; achei que a minha tv era uma janela solitária para testemunhar a vida daquelas pessoas. Atuações brilhantes, em especial do casal de protagonistas (rostos ainda não muito famosos, mas de grande futuro).

Um filme que questiona esse nosso desespero. O que fazer para que amanhã seja melhor? Seguro? Decidido? O que fazer para conquistar esses projetos? Alcançar essas metas? Que passos corretos seguir? E então, no meio desse miasma, surge uma reflexão que vem como um bálsamo. E que eu muito teria apreciado quando eu mesmo me vi preso nesse limbo:

Que tal aproveitar o AGORA?

Porque ele pode, muito bem, ser ESPETACULAR.

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

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Ouço algo do tipo, "Senhor dos Anéis é ruim e chato que nem Game of Thrones"...

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Comento que sou da Bahia e me perguntam como pode eu não gostar de carnaval...

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Tento me distrair com alguma coisa enquanto espero a internet voltar...


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Depois de encarar a fila - seja lá do que for - ouço: "desculpe, não estamos passando cartão".

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Ouço alguém muito em forma dizer "nossa, como eu tô gordo(a)"...

GIFS DA DEPRESSÃO

Minha vontade sempre que vejo uma placa "Não toque"...

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

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O que eu tenho vontade de dizer, TODAS AS VEZES, que alguém vem fazer vaquinha para comprar bolo de aniversário no escritório (serve para amigo secreto também, chá de fralda e tudo mais)...

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Abro meu feed e vejo que alguém postou algo inútil - e geralmente pessoal...

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Ouço um barulho ou o telefone/interfone/compainha toca de madrugada...


PARA VER E OUVIR: KINGS OF LEON ("LAST MILE HOME")

terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

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Me perguntam "e aí, como foi de feriado?!"

"Então..."

"Bom..."

Realidade...

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Alguém tenta me convencer sobre os benefícios de ser vegan e afins...

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Descubro que tem coentro na comida...

PARA VER E OUVIR: TEARS FOR FEARS ("EVERYBODY WANTS TO RULE THE WORLD")

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

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Então chega a segunda-feira...

 50 mil e-mails para ler e problemas para resolver...

 Então um bafão de escritório para animar a vida...

 Então a hora de ir almoçar...

 Depois um monte de reunião no meio da tarde...

 E então a bendita hora de voltar para casa...

Mas, como diriam as sábias palavras da Mônica, em FRIENDS: "é assim que a gente compra as coisas".

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Tem uma criança barulhenta e/ou mal educada do meu lado no avião (ou no restaurante, ou no shopping... ou em qualquer lugar na verdade)...

Eu, por fora:


Eu, por dentro:

domingo, 16 de fevereiro de 2014

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O(a) chefe me pegunta se "eu vi aquele e-mail" no final de semana e/ou feriado. Sério?

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Desmarcam no último segundo um compromisso que eu não queria ir...


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O meu feed no Facebook está recheado de "viagens inesquecíveis", "#nofilters", "melhores empregos do mundo", "academias em dia" e "namoros de contos de fadas".


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Abro a janela depois de um feriado (ou final de semana qualquer)...

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Minha mãe vem visitar no Natal...

Ela:

Eu: 

"EM UM MUNDO..."


Eu tenho dado muita sorte com filme, ultimamente. Tenho feito escolhas quase randômicas e os resultados tem sido excelentes. O último foi "In a World", que conta a história de uma mulher (Lake Bell) que tenta ganhar a vida como narradora de trailers num universo dominado pelas vozes masculinas. Filme excelente, roteiro leve, texto inteligente, divertido e estrelado por esta criatura de outro planeta. Onde é que Lake Bell se escondia que só agora eu fui achá-la??

"ÁLBUM DE FAMÍLIA"


A primeira coisa a ser dita sobre "Álbum de Família" (August: Osage County) é que, Meryl Streep prova, a cada novo papel, que ela é uma das coisas mais importantes da civilização ocidental. Realmente, não há limite para o talento desta mulher. 

Aqui, ela interpreta Violet, uma mãe amargurada e de língua afiadíssima, que se vê novamente cercada por suas três filhas no momento em que "perde" seu marido. Violet, ainda por cima, está morrendo de câncer e, ao invés de aproveitar a presença da sua família como um bálsamo para a sua dor, ela dedica o seu tempo a humilhar, julgar e criticar todos ao seu redor. 

Mas o filme não quer que você odeie Violet, ou a rotule como a "vilã". A história retrata uma família caótica, complexa, cheia de esqueletos no armário. Como a sua, como a minha. E Violet é ela mesma vítima de um ciclo venenoso em que os pais passam adiante o lixo dos seus pais. Não raras são as vezes em que ela lembra como a sua própria mãe era terrível - uma cena em particular é de cortar o coração. Assim, portanto, este filme é um retrato fiel, cru, sem disfarces, de como as famílias são: esse encontro aleatório de pessoas que partilham os mesmos genes.

Filme belíssimo, tocante, comovente e engraçadíssimo em alguns momentos, quase sempre por conta da língua incontrolável de Violet que não faz nenhuma cerimônia sobre as suas opiniões. Um filme doído, de atuações muito sinceras (Julia Roberts com a cara limpa, sem uma gota de maquiagem, dá um show como a irmã do meio, Barbara). 

Qualquer pessoa que assistir a esse filme se identificará com algo, eu não tenho a menor dúvida. Porque não há nada ali que, de uma forma ou de outra, não tenhamos nós mesmos visto em nossas famílias. E o que a gente faz? Foge? Compra outra família? Apaga e faz de novo? Pois é. 

Filme maravilhoso e imperdível.

sábado, 15 de fevereiro de 2014

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Prometo que vou me exercitar mais em casa...

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Uma pessoa muito suspeita passa por mim na rua, mas não faz nada...


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Já são 13h30 da tarde, eu não almocei, e a reunião não tem nem perspectiva de acabar...

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Todos os meus amigos estão casando e/ou sendo promovidos e/ou comprando apartamento...

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Chego na garagem do prédio e entro no elevador, mesmo vendo que um vizinho está se aproximando...


Sad, but true.

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Uma pessoa que eu não conheço direito decide compartilhar informações íntimas demais...

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O(a) chefe liga das férias perguntando "se está tudo bem por aí?"


E aí, depois...


Quem nunca?

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Preciso fazer pose para uma foto...