domingo, 30 de junho de 2013

O RESTO DE NÓS

Silêncio, solidão poética, abissal, mesmerizante. A chance de vivenciar o final, "o resto de nós", como talvez realmente aconteça. "The Last of Us", exclusivo do Playstation 3, é uma experiência que eu dificilmente conseguirei esquecer. Não é um jogo, não é diversão eletrônica - não é isso que importa, não foi isso o que os desenvolvedores quiseram nos dar. Isso aqui é arte pura, eletrônica e orgânica, coisa viva, que respira, que sangra, sua, que chora e que ri. Com o que é possível. O que ainda é possível. "The Last of Us" é jogo, sim, claro. Mas é também filme, música, livro, poema. E, de alguma forma, memória. Eu nunca irei esquecer as 19 horas que passei na companhia de Joel e Ellie, partilhando das suas migalhas, dos seus sonhos fragmentados, do seu sofrimento. Os sons escondidos nas sombras, que me fizeram prender a respiração, a tensão que correu a minha pele, as girafas que me levaram às lágrimas. Um jogo que transcende a forma, o formato. Eu nem sei dizer o que é isso aqui. Um absurdo. Simplesmente um absurdo. Catarse digital. Puríssima.

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