...I´m only good at being young", diz a música. E acho que diz tudo. É uma mistura de sentimentos e reflexões. É o frio na barriga. É o meu olhar diante do espelho, equilibrando indecisamente um talão de cheques em uma mão e uma miniatura do batmóvel em outra. Porque a vida assusta. E encontrá-la repentinamente numa esquina é como ser surpreendido pela chuva. Então me dou conta de que muito passou, e que muito ficou para trás e que por mais que eu me esforce em defender (para mim mesmo) que "sou bom apenas em ser jovem", o tempo põe amigavelmente o braço sobre minhas costas e aponta um caminho, de constatação; de que não dá para "descer do trem" mas que, nem por isso, significa que a viagem será ruim. Porque não há o que temer. Muito fica para trás, inevitavelmente, na paisagem que corre pela janela. Mas muito chega, em quase igual proporção. É preciso encarar esse tempo, sem medo algum que ele encare de volta. É a estrada obrigatória para eu me tornar quem sou.
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