"Elizabeth - The Golden Age" é um filme primoroso, tão exuberante quanto o primeiro. Pessoalmente, ainda prefiro o "Elizabeth" original, mas acho que isso é absolutamente normal e até previsível. É a maldição das continuações, acho. O primeiro, o pioneiro, sempre é referência e marco. Mas esse segundo filme sobre a rainha guerreira da Inglaterra não merece ser ignorado. Na verdade, "A era de ouro" nem parece uma continuação. Trata-se do retrato de mais um momento da história, independente do que foi contado antes. Como produto de arte, apenas, é valioso, marcado por belíssimas cenas, diálogos poderosos, seqüências de tirar o fôlego e todo o caráter épico que se espera de um filme assim. A cena em que Elizabeth surge ao todo do monte, como uma divindade, trajando armadura brilhante sobre um corcel branco é de arrepiar os cabelos - pelo menos para qualquer history-geek (confesso!). No fim das contas, é ótimo filme, que cumpre muito bem o seu papel de contar uma história (por mais que existam aqui e ali alguns equívocos históricos - mas, por favor, isso é um filme! Não dá para contar décadas em duas horas sem alguns ajustes, c´mon). Para mim, foi uma experiência imersiva. É isso que esse filme faz: sem grande esforço te transporta para aquele tempo tão turbulento, onde o fervor religioso e expansionista do império espanhol ameaçava a geopolítica da época. Cate Blanchet, naturalmente, é a jóia da coroa do filme que, basicamente, é uma desculpa para ela mostrar (novamente) o quão maravilhosa consegue ser. Em alguns momentos, sem exageiro, eu deixava de pensar na atriz e enxergava apenas a rainha-virgem, de cabelos vermelhos e punho de ferro, na sua determinada missão de transformar a Inglaterra no império marítimo que ouvimos falar nos livros. Um ótimo filme para se assistir sob cortinas fechadas, chuva na janela e algumas fatias despretensiosas de pizza.
sábado, 13 de setembro de 2008
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