segunda-feira, 24 de março de 2008

NUNCA É TARDE DEMAIS


Vez ou outra aparece diante de nós um daqueles filmes simples, mas de uma delicadeza comovente. "Antes de partir" (The Bucket list), de Rob Reiner, é um destes filmes. A história narra o encontro de dois homens doentes terminais (Jack Nicholson e Morgan Freeman), que se conhecem na UTI. Um é um mega bilionário (Nicholson) o outro é um mecânico aposentado (Freeman). Ao descobrirem que possuem alguns meses de vida, decidem fugir e viverem verdadeiramente os momentos finais e, para isso, organizam uma lista de coisas a serem feitas. Viajam pelo mundo, visitando as pirâmides e o Taj Mahal, fazem um safári na África, andam de bicicleta pela muralha da China, pulam de pára-quedas, fazem tatuagens, tudo aquilo que gostariam de ter feito e que, como um salto filosófico, "encaram de olhos fechados e coração aberto", como bem diz a linda canção "Say", de John Mayer, que compõe a trilha sonora. O diálogo sobre cremação e lata de biscoito é bonito e a alusão a este momento no final do filme é emocionante. "Antes de partir" é um filme inesquecível, um clássico instantâneo, de cenas e dilálogos maravilhosos. Jack Nicholson está louco como sempre, Morgan Freeman ilumina a tela e tudo caminha para um final original, sensível e comovente (para não dizer de soluçar). Poderia ser óbvio, mas passa longe, longe disso. É um daqueles filmes que são fiéis à essência do cinema: contar uma história, mexer com o nosso espírito, tocar nossas vidas e nos transformar de alguma maneira. E nos mostrar que, por mais que pensemos o contrário, nunca é tarde demais para nada.

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