domingo, 6 de setembro de 2009

MOMENTOS INESQUECÍVEIS DE "OS INTOCÁVEIS"


Quatro homens batalhando heroicamente contra o império de Al Capone. Para tudo ficar ainda mais épico, tudo ao som de Ennio Moricone.


A famosa cena do tiroteio na escadaria. Tensão à flor da pele.


"Baseball": descobrindo a tirania e o sangue frio de Al Capone.

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

DESVIO

"Três formas de amar" (Threesome) começa e termina com reflexões valiosas. Qual o verdadeiro significado da palavra "desvio"? Na sua origem etimológica, "sair do caminho". Eis a idéia central deste cultuado filme do anos 90. Escrito e dirigido por Andrew Fleming, "Três formas de amar" narra o encontro de 3 pessoas que, ao se encontrarem, se perdem por completo. Stuart (Stephen Baldwin) gosta de Alex (Lara Flynn Boyle), que gosta de Eddy (Josh Charles), que gosta de Stuart. Esse triângulo amoroso, nascido do mero acaso, constrói uma história cheia de nuances e reviravoltas interessantes. Mas esse não é um filme meramente de temática e conotação sexual (ou homossexual). Isso seria uma forma muito banal e óbvia de interpretá-lo. Para mim, é um filme muito maior que isso. É uma história sobre amor, descoberta, amadurecimento, separação. Um filme sobre a idéia de que nada é para sempre e que as nossas vidas são formadas por lembranças, momentos e encontros efêmeros, que se vão e até se perdem, mas não sem antes nos marcar para sempre. Esse filme é exatamente sobre isso. Um recorte, uma lembrança. Neste caso, "um desvio", numa viagem planejada, que acaba se transformando em seu melhor momento. Ou, pelo menos para Eddy, Alex e Stuart, o mais inesquecível.

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

PARA VER E OUVIR: SARA BAREILLES ("BETWEEN THE LINES")



Linda que dói. Sempre.

A NOBRE ARTE DE RIR DA TRAGÉDIA

O fenomenal filme "A Queda! As últimas horas de Hitler" possui um gêmeo cômico, uma outra metade, uma versão light. Trata-se de "Minha Quase Verdadeira História" (Mein Führer). Escrito e dirigido por Dani Levy, essa comédia refinadíssima se propõe a documentar, de maneira "definitiva", os bastidores dos últimos dias de Adolf Hitler. Entre os inúmero trunfos deste filme delicioso está a catarse pura dos alemães ao falarem do maior pesadelo da história humana. Ao mostrar um Hitler chorão, deprimido, carente e inseguro, o filme destrói o mito e o medo, sem jamais negligenciar o genocídio, a psicopatia e a esquizofrenia de uma nação e de seu líder supremo.
A história se passa no final de 1944. Hitler está deprimidíssimo às vésperas de fazer um discurso de convocação da nação alemã à resistência. Mas como um homem deprimido poderá ser capaz de acender a chama nacionalista de um povo? Nem o próprio Hitler se recorda mais de como era o seu tempo de grande orador. Para contornar a situação, o Ministro da Propaganda, Joseph Goebbels (Sylvester Groth) decide resgatar um professor de teatro judeu de um campo de concentração: o famoso ator Adolf Grünbaum (Ulrich Mühe). O plano é simples. Com a ajuda de um "tutor" especializado em artes cênicas, o Führer será treinado para voltar à antiga forma e conquistar a nação. No entanto, isso é apenas um ardil do habilidoso Goebbels para executar um golpe de Estado e formar um novo governo na Alemanha. A partir desta premissa, o filme nos presenteia com situações esquisitas, inusitadas e até absurdas...
O que acontece, naturalmente, é que Hitler passa a adorar o seu "professor" e chega ao ponto de abraçá-lo tenramente, enquanto chama-o de “meu amigo judeu”. Para mim, o ápice do impensável é ver o ditador alemão, em crise de insônia, indo se deitar entre o judeu Grünbaum e sua esposa que, no meio da noite, tenta sufocá-lo com um travesseiro. O filme flerta em ser uma comédia de absurdos e algumas cenas nos convencem disso. Mas é impossível resistir a esse filme. Ele é simplesmente bom demais. E tudo é feito com muita qualidade e cuidado, ao mesclar imagens de época com atuais, alguns efeitos especiais e até citações à deusa imperfeita, Leni Riefenstahl (a cineasta oficial do partido nazista).
É difícil descrever esse filme, porque fica parecendo que a comédia perdoa e esquece. Mas isso jamais acontece. E está justamente aí a genialidade do diretor: falar sobre Hitler, fazermos rir de Hitler sem que, para isso, esqueçamos dos crimes cometidos por ele. O filme é absolutamente brilhante e em nenhum momento desrespeitoso com a história e a memória da civilização ocidental. "Minha quase verdadeira história" nos ensina a rir da tragédia, como um exercício saudável, não como humor negro. E por isso, também, esse é um filme tão belo e especial. Imperdível.

ILUSTRANDO

"Mask of Fear" - Paul Klee (1932)

terça-feira, 1 de setembro de 2009

CONVITE PARA UM SONHO


Existe um filme muito especial e muito pouco conhecido. Um sonho gravado em filme. Uma lembrança de infância materializada. Trata-se de um curta metragem francês (34 minutos), de Albert Lamorisse, rodado em 1956. Uma jóia pequenina, quase perdida, quase esquecida. Perfeito para todas as idades, eras e gerações, "O Balão Vermelho" (The Red Balloon/Le ballon rouge) é um filme composto por som, imagem e música, mas praticamente sem diálogos. É um filme sussurrado, silencioso, de uma delicadeza comovente. Pura poesia e beleza que convence que a vida é linda e perfeita. Tudo gira em torno de um garotinho, que encontra um balão vermelho preso a um poste. A partir daí, o balão "segue" o menino, onde quer que ele vá, como um cão. E como se tivesse vida própria, o balão demonstra vontades e sentimentos na tela, o que torna a experiência de assistir a esse filme algo incomparável e inesquecível. O filme ganhou o Oscar de melhor roteiro original. Imperdível.

SETEMBRO

Curiosamente, tenho uma relação especial com o mês de setembro. Destino ou mera coincidência, setembro sempre é mês de surpresas, renovação, recomeço e boas notícias. É o mês que aponta a luz no fim do túnel, a calmaria após a tempestade, a chegada da cavalaria. O mês que, já em seu nome, carrega meu número da sorte. 7. É o mês que merece todos os meus melhores clichês. Claro, tenho paixão pelo mês de dezembro - mais por razões biográficas - mas setembro é o mês que me chegou em silêncio e foi se mostrando especial e demonstrando que seria para mim um mês diferente dos outros. O mês de apostas certeiras, de esperanças e de expectativas. O mês do "tudo vai dar certo". Tem sido assim a uns bons anos e espero que continue a sê-lo. Setembro. Bem vindo.

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

O QUARTO REINO


"Um dia, quando nós já não estivermos mais aqui, nestas montanhas o destino do mundo será regido. Eu sei, Excelência, nosso Führer não poderia ter escolhido lugar melhor para ressucitar".

*

Essa frase, proferida por um monge de Montserrat (Barcelona), ilustra um suposto encontro secreto com o reichführer-SS Heinrich Himmler em sua visita ao famoso mosteiro espanhol. A missão procurava esconder (?) o Santo Graal na região para o renascimento de Adolf Hitler e do seu império nazista no século XXI. Ao final da II Guerra Mundial, o III Reich começava a ruir, mas a semente do IV era plantada em solo espanhol. Essa é a premissa do livro "O Quarto Reino", de Francesc Miralles. A trama é protagonizada pelo jornalista Leo Vidal, que se vê preso até o pescoço numa guerra entre instituições poderosíssimas. De um lado, uma facção determinada a reerguer o Estado Nazista. Do outro, uma organização que não mede esforços para impedir isso de acontecer. O livro, apesar de previsível e até juvenil em alguns momentos, oferece uma leitura agradável e absolutamente aconselhável a todos que apreciam romances de forte poder cinematográfico e comercial como "O Código da Vinci". A história é dinâmica, com capítulos objetivos, e percorre cenários interessantes, como a Espanha, a Suíça e o Japão, enquanto vai descortinando os mistérios que cercam a ascensão (?) do Quarto Reino. No caminho, perseguições, assassinatos e enigmas a serem resolvidos. Ideal para um final de semana de chuva. Recomendo.

domingo, 30 de agosto de 2009

"TWO ENGLISH POEMS" - JORGE LUIS BORGES (1934)


I

The useless dawn finds me in a deserted street-
corner; I have outlived the night.
Nights are proud waves; darkblue topheavy waves
laden with all the hues of deep spoil, laden with
things unlikely and desirable.
Nights have a habit of mysterious gifts and refusals,
of things half given away, half withheld,
of joys with a dark hemisphere. Nights act
that way, I tell you.
The surge, that night, left me the customary shreds
and odd ends: some hated friends to chat
with, music for dreams, and the smoking of
bitter ashes. The things my hungry heart
has no use for.
The big wave brought you.
Words, any words, your laughter; and you so lazily
and incessantly beautiful. We talked and you
have forgotten the words.
The shattering dawn finds me in a deserted street
of my city.
Your profile turned away, the sounds that go to
make your name, the lilt of your laughter:
these are the illustrious toys you have left me.
I turn them over in the dawn, I lose them, I find
them; I tell them to the few stray dogs and
to the few stray stars of the dawn.
Your dark rich life ...
I must get at you, somehow; I put away those
illustrious toys you have left me, I want your
hidden look, your real smile -- that lonely,
mocking smile your cool mirror knows.

II

What can I hold you with?
I offer you lean streets, desperate sunsets, the
moon of the jagged suburbs.
I offer you the bitterness of a man who has looked
long and long at the lonely moon.
I offer you my ancestors, my dead men, the ghosts
that living men have honoured in bronze:
my father's father killed in the frontier of
Buenos Aires, two bullets through his lungs,
bearded and dead, wrapped by his soldiers in
the hide of a cow; my mother's grandfather
--just twentyfour-- heading a charge of
three hundred men in Peru, now ghosts on
vanished horses.
I offer you whatever insight my books may hold,
whatever manliness or humour my life.
I offer you the loyalty of a man who has never
been loyal.
I offer you that kernel of myself that I have saved,
somehow --the central heart that deals not
in words, traffics not with dreams, and is
untouched by time, by joy, by adversities.
I offer you the memory of a yellow rose seen at
sunset, years before you were born.
I offer you explanations of yourself, theories about
yourself, authentic and surprising news of
yourself.
I can give you my loneliness, my darkness, the
hunger of my heart; I am trying to bribe you
with uncertainty, with danger, with defeat.

Esses poemas fazem parte do "Selected Poems", que pode ser encontrado na Amazon.

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

ERA DE MUDANÇAS


Definitivamente, 2009 tem sido a minha "Era de Mudanças". Dourada, prateada ou incolor, essa era que tenho vivido a alguns meses tem me ensinado muita coisa. Hoje é mais uma data a ser acrescentada a essa caixa de lembranças, eventos e acontecimentos. Vida que não corre, voa. Tempo de (re)aprendizado e (r)evolução. Frio na barriga, medo da novidade. Mas faz parte da brincadeira difícil de existir; como tudo mais. Vento novo que leva o balão em outra direção, quando pensamos que o último (e seguro) caminho já começava a esgotar as suas possibilidades. É um mundo redondo e imenso, para ir, vir e explorar. É basicamente o que tenho feito na era de mudanças.

domingo, 23 de agosto de 2009

"CANJA DE GALINHA PARA A ALMA"


Não canso de me surpreender com o poder hipnótico - às vezes quase medicinal - que os filmes podem ter sobre nós. Que filme lindo, absurdamente lindo, é "Elsa & Fred". A história conta sobre dois velhinhos que se encontram por volta dos setenta e muitos, na Espanha. Fred é um viúvo recente, já se despedindo da vida, com poucas alegrias, poucos risos e sufocado por sua filha. Elsa é uma senhorinha completamente louca, que ainda corre a cidade num suzuki velho, vive ao celular cor de rosa e não perde a oportunidade de aprontar alguma coisa. Esses dos personagens tão diferentes vão se encontrar e se apaixonar num momento em que todos nós julgamos não poder haver mais amor e paixão. Elsa surge como um furacão na vida de Fred, que decide abraçar a vida novamente. E os dois seguem juntos, entre planos, brigas e aventuras. É um filme doce, delicadíssimo, repleto de humor nobre e agradável. Faz bem ao coração vê-los em cena e torcemos, a cada minuto, para que esse não seja mais um daqueles filmes com lágrimas ao final. O sonho de Elsa, de entrar na Fontana de Trevi como em La Doce Vitta rende uma cena inesquecível e comovente. Ao final do filme, senti-me mais leve e feliz. E me surpreendi - novamente - como esse poder mágico que os filmes podem exercer sobre mim. Eu havia me fartado de canja de galinha para a Alma e a vida era linda novamente.

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

MEDO NA DOSE CERTA


Eu definitivamente não sou fã de filmes de terror. Abro algumas (poucas e raras) exceções, porém, para alguns filmes de zumbi. Passo longe de filmes com imagens subconscientes, crianças japonesas ou mulheres de corpos retorcidos. Passo longe! Mas vez ou outra eu esbarro em um filme de horror com enorme potencial e sou fisgado. Um exemplo é o filme "Abismo do Medo" (The Descent). Na história, um grupo de amigas decide explorar uma caverna desconhecida nos Estados Unidos. O plano era para ser bem simples: diversão, adrenalina e um punhado de aventuras para criar um final de semana inesquecível. Mas o que era para ser diversão se transforma no pior pesadelo possível. O grupo acaba se aprisionando na caverna e sem a menor noção de como sair. E quando elas achavam que o pior já havia passado, descobrem que não estão sozinhas lá embaixo... Claustrofóbico, angustiante, bem escrito, bem dirigido e com sustos de fazer pular da cadeira. Para quem procura um filme de terror com conteúdo, sem medo gratuito, vai a dica. E o que há lá embaixo, de tão assustador? E as amigas, vão escapar? Só quem resolver se aventurar no abismo do medo vai descobrir e voltar vivo, ou não, para contar...

domingo, 9 de agosto de 2009

A DELICIOSA TERAPIA DE "BLACK BOOKS"


Black Books é uma pequenina livraria escondida em algum canto de Londres. Seu dono é um irlandês mal humorado e anti-social chamado Bernard. Com ele, trabalha o Manny, que é faxineira, amigo, contador, vendedor e bicho de estimação. Para completar o grupo, Fran, uma mulher com a cabeça no mundo da lua. Esses personagens protagonizam um seriado britânico muito pouco conhecido no Brasil, chamado "Black Books". As histórias são hilárias, os diálogos são inteligentes e tudo é regado a vinho, cigarro e o melhor humor britânico: ácido, sarcástico e sem nenhuma vontade de ser politicamente correto. Deliciosa terapia para um final de semana (com chuva!) e vinho. Depois de alguns episódios, dá até vontade de fumar. Imperdível.


sábado, 8 de agosto de 2009

A ALQUIMIA DO TALENTO

Talento é uma das coisas que mais me comovem, que mais mexem comigo. Talento puro, que emana da alma. Todo mundo já deve ter ouvido o hit "The Climb", popularizado pela voz da menina prodígio Miley Cyrus (ou é Hanna Montana? Não sei desvendar esse mistério). Pois é, linda música de origem duvidosa. Enfim. Uns caras resolveram sentar para dar uma "repaginada" na música. Abaixo o vídeo e a prova de que o talento é alquimia pura. Tudo vira ouro...

terça-feira, 4 de agosto de 2009

PARA VER E OUVIR: TEARS FOR FEARS ("FAMOUS LAST WORDS")

NECESSÁRIA LICENÇA POÉTICA 3


Marília Gabriherpes recebe Marília Gabriela. Imperdível. Impossível não postar.

sábado, 1 de agosto de 2009

UM FILME SOBRE DIGNIDADE

A beleza por trás da guerra está na dignidade das pessoas, que se unem, no espírito coletivo de pesar, dor e simpatia. "O retorno de um herói" é uma jóia silenciosa, que demonstra esse sentimento de forma tocante. É um filme sobre dignidade. Um filme sobre um homem bom. Um filme sobre uma nação em prantos, ferida, com cada novo soldado morto em combate. Estrela Kevin Bacon que, na minha opinião, apresenta um dos melhores papéis da sua carreira como o tenente coronel Mike Strobl. O filme conta a história de um alto oficial do exército americano que se oferece para escoltar o corpo de um soldado morto no Iraque até sua cidade natal. No caminho, acompanhamos o cuidado, o respeito e a humanidade que são oferecidos ao corpo do soldado, até ser entregue à família. E, no trajeto solitário do coronel Strobl, observamos cidadãos comuns absolutamente comovidos pelo estado em que seu país se encontra. Jardineiros, empregados de aeroportos e companhias aéreas, motoristas, todos se compadecem e se comovem com o caixão envolto na bandeira norte americana, conduzido de forma honrada pelo oficial Strobl. É possível criticar, odiar até, os americanos pela postura que assumem em relação ao mundo. Mas algo não se pode dizer contra eles quando se trata do espírito de nação que eles partilham, patriotas como nenhuma outra civilização. E é justamente isso que comove nesse filme. O espírito de uma nação de luto, mas unida e orgulhosa daqueles que se oferecem para defendê-la. Um lindo, discreto e silencioso filme que merece ser visto.

sexta-feira, 31 de julho de 2009

E JÁ QUE O ASSUNTO É GATO...


Descobri dois ótimos blogs muito legais para quem gosta de gatos:



THE CATORIALIST - um blog que faz paródia ao famoso "The Sartorialist". É um grande arquivo de fotos de gatinhos da rua. Muito bom.

REINO D´ALMOFADA - o nome já diz tudo. Um espaço para celebrar tudo sobre os bichanos.

quinta-feira, 30 de julho de 2009

MARU: "O GATO MAIS ESTRANHO DO PLANETA"

Conheçam Maru, um gatinho japonês que tem se tornado febre no youtube. Maru é definido pelos seus donos como o "gato mais estranho do planeta". Entre suas esquisitices está o fato de que ele não resiste a um buraco, por menor que seja, para se esconder. E isso vale para pequenas caixas de papelão, sacos de papel, sacos plásticos... Enfim, conheçam Maru:

PS: A música adorável é da banda Hundred Little Reasons

PENSANDO EM VOCÊ

Eu que nem sabia ao certo o que estava procurando, achei você. E ao te achar eu me perdi. Por completo. Mas também me encontrei. Parece confuso, mas não é. Porque você transformou o meu mundo, como eu o conhecia, e me mostrou novos horizontes, novos destinos, múltiplas possibilidades. Você me ensinou sobre a vida. Sobre ser mais corajoso, mais destemido. Você me explicou como é "rir na cara do perigo" e, ainda que eu tenha hesitado vez ou outra, foram várias as vezes em que eu dei passos e saltos de fé incentivado por sua causa. Muitas coisas você me mostrou. Outras cores, outros sons, outros sabores. Me ajudou a ser mais homem e menos menino; mais pai e menos filho. Ainda que, nesta escola, eu precise de mais alguns bons anos de aprendizado. Você trouxe espelhos mais polidos, onde pude me enxergar mais claramente. Trouxe elogios em abundância e críticas localizadas; me feriu e me curou, como se eu estivesse em treinamento. Você me ajudou a viver um conto de fadas, ainda que eu tenha descoberto (meio a contragosto) que sou muito mais "rosa" do que "príncipe"; porque posso até ser nobre, iluminado e heróico, mas também sei ser mimado, egoísta e vaidoso. Quando eu achava que voava para os seus braços, pegando carona no vôo de pássaros imigrantes, eis que você me mostrava que era você quem vinha até mim, enquanto eu te esperava dentro de minha redoma perfumada. Você ri de mim e comigo. Mas também me chama de "concha", como se eu quisesse guardar todas as pérolas e segredos mais preciosos para mim. Mas se sou concha, você tem em mãos abridor e água quente para me dobrar, abrir e derreter sem esforço. Acho que somos únicos e vários. Heróis e vilãos. Atletas e glutões. Maçons e Alquimistas. Óbvios e originais. Perseu e Medusa. Antônio e Cleópatra. Eros e Pisqué. Água e Óleo. Cão e Gato. Encontrei todas as mulheres de livros, filmes e músicas em você. Sara, Charlotte, Claire. Amiga, irmã, mãe, amante, senhora. Guerreira e bailarina. Moderna e antiquada. Estamos longe e estamos perto, todos os dias, não importa a geografia. Porque voamos sem asas comuns, nas batidas do coração, no sopro da respiração ofegante, na imaginação sem fronteiras. São estas as minhas reflexões de quinta-feira. Um dia qualquer. Pensando em você.

terça-feira, 28 de julho de 2009

UM POUCO MAIS DE "SIMON´S CAT"

Após o perturbador "Spider", um pouco mais do adorável gato do Simon para amenizar:

"IT´S ALL FUN AND GAMES...

"...until someone loses an eye..."

"Spider": interessante e perturbador. Em doses milimetricamente iguais.

segunda-feira, 27 de julho de 2009

DESPEDIDA

De alguma forma ou de outra, acho que ele sabia que aquele era o nosso último momento juntos. A verdade é que nem eu nem ele podíamos imaginar que nunca mais nos veríamos novamente. Mas fico com a impressão que ele sabia. De alguma maneira ele sabia. Deve ser da intuição, ou algo assim, mas vou sempre lembrar daquela noite em que ele havia sido resgatado de sua aventura. Como poucas vezes havia feito, ele veio se aninhar em mim, como se me abraçando e adormeceu. E ali ficou, como se o meu colo fosse uma morada de segurança e tranqüilidade, mesmo nós estando separados já há algum tempo. Eu achava que tínhamos perdido a intimidade. Mas ele foi ali, sem fazer cerimônia, sem pedir permissão, e adormeceu nos meus braços. Eu não fazia idéia, mas estávamos dizendo adeus um ao outro naquele momento. Algo não mudará, porém. O lugar tão especial que ele conquistou em mim; e onde o carrego como um ser especial que surgiu na minha vida. Não tivemos a chance de nos despedir de verdade. Mas talvez seja melhor assim. Porque posso ficar com o poder de imaginá-lo, onde ele estiver, correndo suas aventuras e investigações tão peculiares. Sem despedida, então.

quinta-feira, 23 de julho de 2009

O ÚLTIMO HOMEM NA LUA

Ele não sabia, mas era o último homem na lua. Ou talvez soubesse e fingisse, para si mesmo, não ser. Entretido com o brilho das estrelas, cometas rasantes, chão de areia fina cinzenta e o negro infinito dos dias que são sempre noite, ele se fazia crer estar envolto numa sinfonia de sensações e idéias confortantes. Confortáveis. Mas eis que ele era o último homem na lua. Fato inquestionável. Refém de suas próprias idéias, pouco a pouco ele começava a esquecer da própria voz. Os pensamentos ecoavam alto demais em sua cabeça para serem transformados em som. Noite após noite, dormia embalado ao som do silêncio. Quando insone, debruçava-se sobre um morro pequenino, para ver a luz do sol entrecortar as planícies brancas, homogêneas, áridas. E caminhava, sem direção, como se procurando algo sem saber ao certo o quê. Sentia-se só. Muito só. E já nem lembrava mais como havia chegado lá, desde quando, e por que motivo. Sonhava com chuva, barulho de mar e cheiro de pão assado. E chorava sentado, como se brincando de ser criança novamente. Gritava nomes ao acaso, nos vales, enamorando a possibilidade de alguém responder. Julgava saber a localização de cada uma das estrelas e até havia dado nomes a elas. Constanza, Gueixa, Escarlate. Chocolate, Lápis, Ameixa. E fazia jogos e apostas consigo mesmo, das quais sempre saia vencedor. E julgava-se rico, apesar de não possuir quase nada. E belo, mesmo sem nunca mais ter visto seu reflexo em algum lugar. Pouco a pouco, também começava a esquecer do seu rosto. Até que um belo dia, para sua surpresa, viu pousar uma nave, alguns metros de onde morava. De lá, desceram astronautas, portando veículos e instrumentos de aventuras espaciais. Era aquela a oportunidade que ele havia esperado tanto tempo. Mas ele não conseguiu conter seu medo e se escondeu. E observou a navezinha partir, lentamente, até se perder na sombra do horizonte rumo à gigantesca lua verde e azul que orbitava seu planeta. E ele voltou, então, a ser o último homem na lua.

segunda-feira, 20 de julho de 2009

PARA VER E OUVIR: TEARS FOR FEARS ("EVERYBODY WANTS TO RULE THE WORLD")


Definitivamente, um dos emblemas dos anos 80. Um dos meus, pelo menos.

sexta-feira, 17 de julho de 2009

MANKIND IS NO ISLAND


Belíssimo filme, de Jason van Genderen, filmado inteiramente em celular, nas ruas de Sydney e Nova York.

quarta-feira, 15 de julho de 2009

TRAILER OFICIAL DE "A MULHER DO VIAJANTE DO TEMPO"

Poucos livros me emocionaram tão devastadoramente quanto "A mulher do viajante do tempo". Para todos aqueles que também se comoveram com o romance de Audrey Niffenegger, uma ótima notícia. O filme tem site oficial e estréia confirmada para o dia 14 de agosto (nos Estados Unidos). Estrelam Eric Bana e Rachel McAdams. E já saiu o primeiro trailer oficial. Promete...


segunda-feira, 13 de julho de 2009

FÁCIL DIGESTÃO

Não é que eu tenha preconceito contra o cinema nacional. Absolutamente! Mas fico com a impressão de que o fato de um filme ser brasileiro e falado em português parece comportar uma carga imensa de "obrigatoriedades cinematográficas", por assim dizer: falar de miséria, de fome, de pobreza, sofrimento do povo nordestino, violência, polícia, corrupção, aquela história. Mas, francamente, será que não dá para mudar um pouco? Um filme, mesmo ambientado no Brasil, e falado em português não precisa seguir essa regra. E "Estômago", uma produção ítalo-brasileira, é um exemplo perfeito de como fazer um filme nacional, genuinamente brasileiro e completamente original. E olha que o filme fala de Brasil, pobreza, violência, cadeia e migração nordestina! A história narra as aventuras de Raimundo Nonato, que chega em São Paulo com a roupa do corpo em busca de oportunidades. Por um acaso do destino, ele acaba fazendo coxinhas de galinha num bar de esquina que, de tão boas, fazem do lugar um sucesso. Uma coisa leva a outra e Raimundo acaba na cozinha de um restaurante italiano. No meio tempo, vamos descobrindo que ele está preso e, na cadeia, conquista status e poder por causa dos seus conhecimentos culinários. Afinal, com mãos de mestre, transforma a bóia da prisão em comida de primeira e cai nas graças dos presos. O filme tem nuances, detalhes e idéias incríveis. É absolutamente original e obrigatório. É sério quando deve ser, é crítico quando deve ser e é trágico e é cômico, tudo na medida certa, tudo em doses ideais, como uma receita de ingredientes variados, mas que rendem uma iguaria incomparável. O final, apesar de esperado, não deixa de ser surpreendente. E, assim, "Estômago", um filme de facílima digestão, é um exemplo perfeito de como o "feijão com arroz" do cinema brasileiro pode variar mais.

NECESSÁRIA LICENÇA POÉTICA 2

Nova (e necessária) pausa nas reflexões semi-superficiais para um exercício masoquista. Não consigo evitar assistir essa cena de "Step Brothers" (Quase Irmãos), na qual Derek, o irmão mega-bem-sucedido de Will Ferrell, chega para um almoço familiar. Essa cena é completamente disturbing, me irrita em níveis até por mim desconhecidos, mas mesmo assim não consigo deixar de assistí-la vez atrás da outra. É um exercício de puro masoquismo. Inevitável. Para quem não conhece e quer entender o que estou falando, partilho, abaixo, a cena:

sexta-feira, 10 de julho de 2009

A CINEMATERAPIA DE SERENDIPITY


Não sei ao certo; acho que acordei meio romântico. Amanheci com "Serendipity" (Escrito nas Estrelas) na cabeça e me lembrei o quanto esse filme é especial para mim de inúmeras maneiras. É cinematerapia para quando a vida está nublada e chuvosa. Já perdi as contas de quantas vezes assisti a "Escrito nas Estrelas" e posso dizer, sem medo de crítica, que esse filme - que é o pai de todos os "filmes de mulherzinha" - me comove todas as vezes. Não tenho vergonha de admitir; adoro "filmes de mulherzinha" da mesma forma que aprecio um filme sobre a invasão americana na Normandia. A verdade é que "Escrito nas Estrelas" é um filme tão único e especial que fica difícil até falar sobre ele.

Serendipity: o ULTIMATE "filme de mulherzinha"


A história é simples, ergue-se sobre clichés deliciosos e faz apologia recorrente ao livro "Amor nos tempos do cólera", de Gabriel Garcia Marquez. Bom, pelo menos do ponto de vista da idéia de esperar a vida inteira pelo único e verdadeiro amor, mesmo que a vida passe e, com isso, acontecimentos nos coloquem em outras direções. Estrelam John Cussack (Jonathan) e Kate Beckinsale (Sara), que têm juntos uma química raramente vista no cinema. Os dois se conhecem na noite de Natal, em Nova York, durante um incidente em que tentam comprar o mesmo par de luvas. Uma coisa leva a outra, que leva a outra e quando eles menos esperam, estão fazendo planos para se encontrarem novamente se o destino assim quiser. Jonathan escreve seu telefone numa nota de 5 dólares e Sara escreve o seu dentro do livro "O amor nos tempos do cólera". A idéia é simples: se for do destino, um ou o outro achará a nota ou o livro. O que, infelizmente, não acontece...
*
O tempo passa e a vida segue tanto para Jonathan quanto para Sara. Mas será que os dois esqueceram um do outro? Será que ainda se procuram nas esquinas do acaso? Será que ainda esperam um pelo outro? É essa jornada tocante que acompanhamos, recheada de momentos engraçados, angustiantes e comoventes. Tudo coroado pela branca neve de Nova York, elenco de primeira grandeza, e uma trilha sonora incomparável. O texto do "obituário" de Jonathan, escrito por seu melhor amigo, na seqüência final é absolutamente memorável. "O que importava para os gregos antigos, ao se despedirem de alguém que havia morrido, era se aquela pessoa realmente havia vivido com paixão".

Nota: a verdade é que "Serendipity" também me lembra você. E assim me pego, vendo "Serendipity" com uma caixinha de lenços de papel imaginária a tira colo, enquanto me dou conta, hoje e amanhã, que ainda sou o seu Jonathan Trager, procurando seu nome em todos os cantos, e te esperando pacientemente; sentado sobre um lago congelado, aguardo você me reencontrar, numa noite qualquer.
"When you know" (Shawn Colvin)

quinta-feira, 9 de julho de 2009

"TERRAS DO NUNCA" - TEXTO DO JORNALISTA JOÃO PEREIRA COUTINHO (FOLHA DE SÃO PAULO)

Excelente artigo escrito por João Pereira Coutinho (colunista da Folha de São Paulo) em 29 de junho: "Terras do Nunca".
*
"Pobre Michael Jackson. O homem morre como todos morremos. Radicalmente só. Com o coração a despedir-se prosaicamente do corpo. O mundo, em choro e transe, não acredita. Um mito não morre assim. Porque assim morremos nós, anônimos e mortais, mergulhados na nossa própria miséria. Os mitos só morrem por acidente ou conspiração invejosa de terceiros, que não aguentam o brilho incandescente da estrela.

John Kennedy não foi abatido pelo fracassado Lee Oswald numa manhã funesta de Dallas. Kennedy foi assassinado pela CIA, pelos cubanos, pelos soviéticos, pela máfia, eventualmente pelos extraterrestres.
O mesmo para a "Princesa do Povo", Diana Spencer. Uma vítima de um motorista alcoolizado e irresponsável numa noite de Paris? Não, mil vezes não. Diana foi vítima da Família Real inglesa, que a desprezava para lá do tolerável. Para dar mais requinte ao episódio, há quem garanta que Diana estava grávida. A autópsia não confirmou. Mas quem se prende a pormenores? Eu, por mim, aposto que eram gêmeos.

E, agora, Michael Jackson: ele não morreu por excessos vários e loucuras evidentes. Foi o médico; foi a empregada; foi o Rato Mickey quem acabou com o cantor.

Deixemos as teorias da conspiração para as mentes conspiratórias. No meio do sentimentalismo vulgar, e quase religioso, com que o planeta chora a morte de Jackson, a única declaração vagamente sensata foi dita pelo próprio presidente americano. E que nos disse Obama?

Para começar, que Jackson foi um músico de talento. Difícil discordar, embora o Jackson que eu aprecio morreu no dia em que nasceu o Jackson que grande parte do mundo aprecia, ou seja, em 1979 com "Off the Wall". O single prodigioso que os Jackson Five editaram dez anos antes, "I Want You Back", é incomparável com qualquer obra posterior. Opinião pessoal. Do Michael Jackson a solo, admiro apenas o bailarino. Brinco? Não brinco. Fred Astaire também não brincava quando dizia, na década de 80, que Jackson nascera demasiado tarde. Tivesse ele vivido nos anos 30 ou 40 e teria feito as delícias de Busby Berkeley ou Vincent Minelli. Quem aprecia musicais sabe do que falo.

Mas Obama não elogiou apenas o talento. Obama foi corajoso e lamentou a figura profundamente trágica de Michael Jackson. Nos próximos anos, saberemos mais sobre essa tragédia. Mas aposto que a origem dela está num homem que, para usar as palavras de um francês célebre, alimentou uma "náusea-de-si-próprio" ao longo da vida: uma náusea da sua própria negritude e, talvez mais importante, uma náusea da sua própria humanidade, por definição mutável e perecível. Não admira que, ano após ano, ele tenha tentado golpear essa humanidade, perseguindo um ideal estético que era, aos olhos do mundo, caricatural e infantil. E, aos olhos dele, eterno e pós-humano.

Disse anteriormente, citando Fred Astaire, que Michael Jackson não viveu nas décadas de 30 e 40 para inscrever o seu nome na tradição dos grandes musicais. Mas é possível recuar mais um pouco e lamentar que Jackson não tenha nascido e vivido em finais do século 19, inícios do 20. E que não tenha conhecido uma alma gêmea como J.M. Barrie, o escritor para quem a infância era, simultaneamente, o melhor e o pior dos mundos. O melhor, pelo encantamento permanente que lemos em "Peter Pan" ou no injustamente esquecido "The Little White Bird". Mas também o pior dos mundos, porque [foi/é] capaz de antecipar a corrupção futura: a maturidade, o envelhecimento, a perda da inocência.

Não sei se Jackson leu Barrie. Provavelmente. Mas sei que lhe roubou o nome para o seu rancho, "Neverland", essa "Terra do Nunca" onde os rapazes não crescem. Tivesse Michael Jackson lido "Peter Pan" com atenção e saberia que, mesmo na "Terra do Nunca", os rapazes não crescem mas também morrem."

quarta-feira, 8 de julho de 2009

PARA VER E OUVIR: JOHN MAYER TOCA "HUMAN NATURE" NO FUNERAL DE MJ


Bela homenagem de John Mayer que, como era de se esperar, oferece uma nova roupagem à "Human Nature", durante o funeral de Michael Jackson.

NIETZSCHE

E disse o mestre: "Aquilo que não me mata somente me fortalece".

terça-feira, 7 de julho de 2009

DICA DE SITE OU BLOG: HARDCOREGAMING

Para quem se interessa por jogos e tecnologia, vale a pena visitar o blog hardcoregaming. Todo em português, não deixa em nada a desejar se comparado à crítica especializada americana, como IGN, Gamespot, 1up e Gamespy. Muito bem escrito, dinâmico e com forte apelo visiual, é um espaço excelente para se informar e colher reviews e previews.

MOMENTO AZUL E ROSA: TEASER E TRAILER DE "MARIE ANTOINETTE" (SOFIA COPPOLA)


Teaser (HD)

Trailer internacional

segunda-feira, 6 de julho de 2009

PARA VER E OUVIR: MICHAEL JACKSON (PROPAGANDA DA PEPSI - 1992)


Michael Jackson faz um dueto consigo mesmo (quando criança) cantando a música "I´ll be there". É de chorar de tão bonito.

DEVANEIO URBANO

Tenho escrito pouco. Digo, inventado, pensado, refletido pouco. Tenho imaginado pouco. Em parte pela falta de tempo (será, mesmo?), em parte por falta de vontade, em parte por falta de pensamentos. Às vezes sinto uma vontade real de "ter pensamentos novos". Eu literalmente penso isso: "quero pensamentos novos". E talvez seja um exercício, mesmo, e não uma combustão espontânea que eu fico aguardando enquanto utilizo a carta manjada do "bloqueio criativo" para justificar o fato de os tais novos pensamentos não estarem chegando. E acabo cansando de esperá-los, de modo que tentarei abraçar mesmo idéias banais como exercício ativo, do que esperar passivamente por pensamentos geniais. Simplesmente não é assim que funciona. Essa indústria de subjetividades não é construída sobre mecanismos óbvios. Acordei hoje, no horário de sempre, e quando já me via automaticamente na jornada matutina - e semi-mecânica - de fazer café, arrumar o apartamento e me preparar para o trabalho, deixe-me envolver por idéias flutuantes. Balões coloridos que me ajudaram a despertar para o dia de hoje. Pensei sobre as escolhas que faço, nem sempre inequívocas; a necessidade de me auto-adular menos (sou muito menos inteligente do que me imagino ser e muito mais interessante do que me permito acreditar); e a importância de não depositar tanta expectativa nos outros. Quanto menos melhor. É tudo meio óbvio, na verdade. E até cliché. Mas quero também os pensamentos óbvios. Hoje, pelo menos.

sexta-feira, 3 de julho de 2009

BESTEIROL DE PRIMEIRA GRANDEZA

Farei menções honrosas a um triunvirato de filmes besteirol de primeira grandeza: "Pagando bem, que mal tem?" (Zack and Miri make a porno); "Faça o que eu digo, não faça o que eu faço" (Role Models); e "Quase irmãos" (Step brothers). Além da pausa - justa e merecida - nas reflexões sobre filmes complexos e profundos sobre os quais gosto de devanear semi-superficialmente, esses filmes realmente são bons, merecem ser vistos e brincam - com grande competência - com a idéia de que é possível fazer um filme engraçado, cheio de besteiras hilárias e nem por isso deixar de tocar em idéias e reflexões interessantes. Esses três filmes são exemplos perfeitos disso.
*
Em "Zack and Miri...", conhecemos um casal de amigos que decidem fazer um filme pornô como última saída para o pagamento de dívidas. Essa situação, obviamente, rende situações inacreditáveis e propõe a reflexão que muitas vezes tudo o que precisamos está logo ali, ao alcance das mãos. No elenco principal os sempre ótimos Seth Rogen e Elizabeth Banks. Uma comédia com toques de comédia romântica com cenas absolutamente histéricas. Craig Robinson está presente para o deleite de todos aqueles que tiveram o privilégio de ver os extras de "Superbad" (o cara "injustamente" acusado de tráfico e consumo de drogas).




"Zack and Miri make a porno"

Já em "Role Models", temos Paul Rudd e Seann William Scott no papel de dois caras condenados a cumprir serviço comunitário. A punição leva-os a "orientar" duas crianças com déficit emocional: um menino mal criado e um rapaz que vive num mundo de fantasia baseado em jogos de RPG. Esse rapaz é ninguém menos que o cultuado McLovin, também de "Superbad". A comédia, aqui, já tem um ritimo mais sossegado, com diálogos interessantes e engraçados e não tanto cenas absurdas como em "Zack and Miri", mas mesmo assim rende situações cômicas que fazem desse filme uma obrigação. É impossível não dar atenção à Jane Lynch, no papel da educadora. O diálogo em que ela se recorda das suas refeições, quando morava em Nova York é memorável. No fim das contas, um filme sobre companheirismo e aceitação das diferenças. Quem disse que uma comédia não pode falar sobre isso?



"Role Models"


Por último, mas não menos importante, o filme "Step Brothers": Will Ferrell e John C. Reilly no melhor papel juntos que já tiveram. Os dois interpretam homens de 40 anos que ainda vivem com os pais. Will vive com sua mãe, John com seu pai, ambos viúvos. Os dois se casam e os filhos precisam aprender a conviver na mesma casa. É difícil apontar algo específico sobre esse filme, que é insano do primeiro ao último minuto. Os dois comediantes, que já estiveram juntos em filmes como o mediano "Talladega Nights", dão um show. A cena do beliche improvisado rende muitas voltas no controle remoto. E também esse filme oferece uma reflexão interessante no final, apesar do assunto absurdo. Momento inesquecível: "Boats and Hoes".



"Step Brothers"

quinta-feira, 2 de julho de 2009

PARA VER E OUVIR: DISNEY INESQUECÍVEL ("ALADDIN" E "A BELA E A FERA")


"A whole new world"

"Tale as old as time"

2 DE JULHO


Hoje é dia de lembrar e celebrar o sangue e o suor do corajoso povo baiano, derramados neste dia para confirmar que o Brasil era, enfim, uma nação independente. Deus salve e guarde a Bahia!

quarta-feira, 1 de julho de 2009

O CÉU E O INFERNO


Para inaugurar o mês de julho, uma frase hilária que achei por acaso:

"O Céu é um lugar onde a polícia é britânica, os chefs são italianos, os mecânicos são alemães, os amantes são franceses e tudo é organizado pelos suíços. O Inferno, por sua vez, é um lugar onde a polícia é alemã, os chefs são britânicos, os mecânicos são franceses, os amantes são suíços e tudo é organizado pelos italianos".
*
Tudo é uma questão de perspectiva, afinal. E no Brasil, como seria? Bom... melhor deixar para depois.

terça-feira, 30 de junho de 2009

UM FILME MUITO COMPETENTE


Acho que essa é a melhor forma de definir "Operação Valquíria" (Valkyrie), de Bryan Singer e estrelado por Tom Cruise e grande elenco (incluindo Kenneth Branagh, Bill Nighy e Tom Wilkinson). A história (verídica) conta a última de 15 tentativas de assassinato a Adolf Hitler por parte de altos oficiais do III Reich. Tom Cruise, que está surpreendentemente bem, representa o coronel Claus von Stauffenberg, o homem que assumiu a responsabilidade de plantar uma bomba numa reunião na toca do lobo para matar o homem mais temido de todos, "o inimigo número 1 do mundo". A edição, sempre correta e diâmica, mantém o filme sempre num ritimo de ansiedade e apreensão, de maneira que não dá para tirar os olhos da tela.
Tom Cruise é o conde von Stauffenberg
No fim das contas, "Operação Valquíria" é um filme excelente: entretém e mexe com a audiência, sem deixar de ser um interessante documento histórico. A fotografia é belíssima, bem como o cuidado com cenários, figurinos e objetos. Não chega a ter o poder e a visceralidade de "A Queda!", mas nem por isso deixa de ser um filme muito cuidadoso na sua difícil missão de recriar a Alemanha da II Guerra. Vale as quase duas horas que passam como 5 minutos.

segunda-feira, 29 de junho de 2009

sexta-feira, 26 de junho de 2009

PARA VER E OUVIR: MICHAEL JACKSON ESSENCIAL


"Rock with you"

"Thriller"

"Billie Jean"

"Bad"

"Smooth Criminal"

"Beat it"

"Don´t stop till you get it enough"

"ABC (Jackson´s Five)

"BEN (Jackson´s Five)

O ADEUS DE UM REI EXILADO


É impossível fugir ao cliché. O mundo sentirá, dolorosamente, a perda do eterno "rei do pop" (1958-2009). Um rei exilado, com algo de anjo, de santo e de monstro, que viveu o céu e o inferno na sua breve passagem pelo plano terrestre. Michael Jackson morre aos 50 anos e deixa um legado de inovação, criatividade e talento que dificilmente será superado. Jamais haverá outro como ele, capaz de mover e comover gerações, países e culturas. Para nós, filhos felizes dos anos 80, a morte de Michael Jackson nos deixa um pouco órfãos. É assim que me sinto, verdadeiramente, ao constatar algo que não parecia concebível para mim, que Michael Jackson era mortal como todos nós. Hoje pouco importam as polêmicas, os delírios, loucuras, obsessões e crimes dos quais ele era ou não culpado. Hoje ele volta a ser o Michael que flutuava sobre as pontas dos pés, com jaquetas ornamentadas e fazia o mundo vibrar. O Michael de "Thriller", "Bad", "Billie Jean". O Michael dos passos impossíveis que todos queriam imitar. O Michael da voz inconfundível. O músico, dançarino, arauto, poeta e príncipe. É difícil dizer adeus ao rei do pop, esse rei semi-deposto, inesquecível ícone de uma era. Porque, de uma forma ou de outra, ele estará sempre por perto. Acima de vida e morte mundanas. E continuará, de algum lugar, cantando e encantando as gerações que ainda conhecerão sua música. Adeus, Michael. O mundo, hoje, é um lugar um pouco menos interessante com a sua saída.

terça-feira, 16 de junho de 2009

THE PS3 DREAMLIST 2


Assassins Creed 2

Castlevania - Lord of Shadow

God of War 3

Eternal Sonata

Valkyria Chronicles

Lord of The Rings - Conquest

Front Mission Evolved

The Last Guardian

Final Fantasy XIII

NA COMPANHIA DE JORGE

Conta a lenda que São Jorge nasceu na região da Capadócia (sudeste da Turquia). Com a morte do seu pai, mudou-se para a Palestina, onde sua mãe possuia recursos para educá-lo. Ainda jovem, juntou-se ao exército romano e foi logo promovido ao posto de capitão, recebendo depois o título de conde da Capadócia. Já aos 23 anos, ingressou na corte imperial e assumiu o posto de Tribuno Militar. Apesar de ser nobre e rico, Jorge decidiu entregar todas as suas posses e riquezas aos pobres e enfrentou o imperador Diocleciano, contra a perseguição aos cristãos. A partir daquele momento, renegou o paganismo romano e passou a defender a fé em Jesus Cristo. Por sua ousadia, Jorge foi perseguido, envenenado e torturado, sobrevivendo a todo o mal que lhe era causado e sem nunca renegar a sua fé em Cristo. Sem êxito em persuadir São Jorge a desistir de sua fé, o imperador decidiu degolá-lo em 23 de abril de 303 d.C. A partir deste momento, o martírio de São Jorge ganhou notoriedade e muitos romanos foram comovidos e convertidos pelo sofrimento do jovem soldado. Os restos mortais de São Jorge foram sepultados em Lida (Palestina), onde mais tarde, o imperador Constantino ergueu um oratório para que a devoção a São Jorge fosse conhecida no Oriente. Hoje, São Jorge está entre os santos mais amados pelo catolicismo em todo mudo.
*
Para aqueles que desejam andar em sua companhia:
*
"Eu andarei vestido e armado, com as armas de São Jorge. Para que meus inimigos tendo pés não me alcancem, tendo mãos não me peguem, tendo olhos não me exerguem e nem pensamentos eles possam ter para me fazerem mal. Armas de fogo o meu corpo não o alcançarão, facas e lanças se quebrarão sem ao meu corpo chegar, cordas e correntes se arrebentarão sem o meu corpo amarrarem. Jesus Cristo me proteja e me defenda com o poder de sua Santa e Divina Graça, a Virgem Maria de Nazaré me cubra com o seu Sagrado e divino manto, protegendo-me em todas minhas dores e aflições e Deus com a sua Divina Misericórdia e grande poder, seja meu defensor, contra as maldades de perseguições dos meus inimigos, e o glorioso São Jorge, em nome de Deus, em nome de Maria de Nazaré, e em nome da falange do Divino Espírito Santo, estenda-me o seu escudo e as suas poderosas anulas, defendendo-me com a sua força e com a sua grandeza, do poder dos meus inimigos carnais e espirituais e de todas sua más influências, e que debaixo das patas de seu fiel ginete, meus inimigos fiquem humildes e submissos a vós, sem se atreverem a ter um olhar sequer que me possa prejudicar. Assim seja com o poder de Deus e de Jesus e da falange do Divino Espírito Santo. Amém."

segunda-feira, 15 de junho de 2009

ATÉ QUANDO É TARDE DEMAIS?

Vez ou outra surge um filme assim, incrível, como é "O lutador". Uma união harmônica de elementos que funcionam perfeitamente na tela: boa história, ótimos personagens, um drama humano comovente e atuações primorosas. Mickey Rourke merece todos os elogios possíveis à sua atuação como o decadente lutador "Randy the Ram Robinson", um gladiador refém de glórias passadas, que sobrevive de bicos, apresentações falsas e sofre com a pobreza e a solidão. Na tela, testemunhamos a existência de um homem que se arrasta, como se a gravidade fosse especialmente mais forte sob seus pés. Olhos cansados, braços e pernas que parecem ranger como se enferrujadas, o lutador é um "pedaço acabado de carne" como ele mesmo se define. Mas o que faz esse filme especial também é o fato de misturar realidade e ficção, uma vez que o próprio Mickey Rourke, um ator que viveu o céu e o inferno em sua vida pessoal, é uma versão viva do Randy the Ram. São duas riquíssimas horas, de uma história "simples", mas que contam toda uma vida. Por fim, não há muito mais o que falar sobre este filme que é belamente dirigido por Darren Aronofsky ("Fonte da Vida" e "Réquiem para um sonho"). É muito melhor vê-lo, senti-lo e se deixar contagiar pela luta de Randy "The Ram", que está muito além do sangue e do suor; é uma luta para descobrir quando é tarde demais - ou não - para recomeçar. Um filme que fica.


quinta-feira, 4 de junho de 2009

PROJECT TRICO

Após a mágica de "ICO" e "Shadow of the Colossus", o Playstation 3 parece receber a peça final da trilogia, com chave de ouro. O nome do jogo é "The Last Guardian", anunciado recentemente na E3:

terça-feira, 2 de junho de 2009

JUNHO

Começo de mês, na dedicada esperança por dias melhores.