Não canso de me surpreender com o poder hipnótico - às vezes quase medicinal - que os filmes podem ter sobre nós. Que filme lindo, absurdamente lindo, é "Elsa & Fred". A história conta sobre dois velhinhos que se encontram por volta dos setenta e muitos, na Espanha. Fred é um viúvo recente, já se despedindo da vida, com poucas alegrias, poucos risos e sufocado por sua filha. Elsa é uma senhorinha completamente louca, que ainda corre a cidade num suzuki velho, vive ao celular cor de rosa e não perde a oportunidade de aprontar alguma coisa. Esses dos personagens tão diferentes vão se encontrar e se apaixonar num momento em que todos nós julgamos não poder haver mais amor e paixão. Elsa surge como um furacão na vida de Fred, que decide abraçar a vida novamente. E os dois seguem juntos, entre planos, brigas e aventuras. É um filme doce, delicadíssimo, repleto de humor nobre e agradável. Faz bem ao coração vê-los em cena e torcemos, a cada minuto, para que esse não seja mais um daqueles filmes com lágrimas ao final. O sonho de Elsa, de entrar na Fontana de Trevi como em La Doce Vitta rende uma cena inesquecível e comovente. Ao final do filme, senti-me mais leve e feliz. E me surpreendi - novamente - como esse poder mágico que os filmes podem exercer sobre mim. Eu havia me fartado de canja de galinha para a Alma e a vida era linda novamente.
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