sexta-feira, 18 de abril de 2008

ALGO QUE PASSA, ALGO QUE FICA


na vida, na convivência, no relacionamento com lugares, coisas e pessoas, um clichê inevitável. Concordando com Saint-Exupéry, reflito que cada pessoa que passa por nossas vidas e vai embora leva um pouco de nós enquanto deixa algo de si. Afinal, uma verdade também inevitável. As mudanças, transformações, revelações e revoluções na minha vida são uma prova disso. As surpresas satisfatórias que tive num caminho de incertezas e descobertas. Repetições incessantes para eu (tentar) aceitar que não estamos parados, que caminhamos para frente. Viver, aprender, crescer. E nessa aventura diária a vida muda, como o tempo, como a água. E continua mudando. Avançar é nos despedir, enquanto damos boas vindas (meio amedrontadas) ao novo. Por que são inúmeros os caminhos, passos e cruzamentos para que deixemos algo para trás e na coleção de novos quilômetros possamos nos descobrir em novos momentos, com novas pessoas, em novos lugares. É a caminhada sem fim. Marco Aurélio, um dos mais justos imperadores de Roma, costumava dizer:

"Mantenha-se simples, bom, puro, sério, livre de afetação, amigo da justiça, temente aos deuses, gentil, apaixonado e vigoroso em todas as suas atitudes. Lute para viver como a filosofia gostaria que vivesse. Reverencie os deuses e ajude os homens. A vida é curta".
Isso de alguma forma resume tudo o que eu sempre busquei na minha vida e que continua a iluminar por ande ando, levando muito de cada um que encontro e deixando parte de mim, também, ao longo do caminho. Mudança é evolução, despedida e saudade. Mas assim são as coisas, no doce e imbatível fatalismo que nos obriga a andar para frente, no vento da maré, da novidade, que nos leva adiante, sem parar. E a estrada é longa, as paradas são muitas. Mas valerá a pena, sempre.

Nenhum comentário: