sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

DE VOLTA AO CEMITÉRIO DOS LIVROS ESQUECIDOS

David Martín é um escritor que luta por reconhecimento. Doente e desenganado, ele é abordado por um homem misterioso, com um broche de anjo na lapela, que encomenda ao escritor uma obra épica. Em troca, oferece um mundo de possibilidades financeiras, redenção e cura. A partir daí, desenrola-se uma trama misteriosa pelas ruas da Barcelona do começo do século XX, onde as sombras de um passado não muito distante parecem se esconder em todos os cantos e respirar, como se estivessem vivas. Para quem gostou de "A Sombra do Vento", este novo romance de Carlos Ruiz Zafón, "O jogo do anjo", é obrigatório. É uma pena, porém, que o livro não consiga encantar tanto quanto o primeiro, mas ainda assim transpira o estilo apaixonante de Zafón e permite retornar a lugares e pessoas inesquecíveis, como a livraria de Sempere e Filho e o Cemitério dos Livros Esquecidos. É uma viagem graciosa ao futuro de uma história que não poderia ter acabado em "A Sombra do Vento". Ou seria uma visão do começo de tudo? "O jogo do anjo" oferece um passeio adorável, repleto de mistérios, segredos e perigos, com um desejo incansável de surpreender e desleixo - intencional - em não responder questionamentos semeados ao longo de suas páginas. É ainda mais onírico e etéreo, recheado de momentos em que realidade, sonho e pesadelo se entrecruzam. Imperdível.

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