sexta-feira, 10 de julho de 2009

A CINEMATERAPIA DE SERENDIPITY


Não sei ao certo; acho que acordei meio romântico. Amanheci com "Serendipity" (Escrito nas Estrelas) na cabeça e me lembrei o quanto esse filme é especial para mim de inúmeras maneiras. É cinematerapia para quando a vida está nublada e chuvosa. Já perdi as contas de quantas vezes assisti a "Escrito nas Estrelas" e posso dizer, sem medo de crítica, que esse filme - que é o pai de todos os "filmes de mulherzinha" - me comove todas as vezes. Não tenho vergonha de admitir; adoro "filmes de mulherzinha" da mesma forma que aprecio um filme sobre a invasão americana na Normandia. A verdade é que "Escrito nas Estrelas" é um filme tão único e especial que fica difícil até falar sobre ele.

Serendipity: o ULTIMATE "filme de mulherzinha"


A história é simples, ergue-se sobre clichés deliciosos e faz apologia recorrente ao livro "Amor nos tempos do cólera", de Gabriel Garcia Marquez. Bom, pelo menos do ponto de vista da idéia de esperar a vida inteira pelo único e verdadeiro amor, mesmo que a vida passe e, com isso, acontecimentos nos coloquem em outras direções. Estrelam John Cussack (Jonathan) e Kate Beckinsale (Sara), que têm juntos uma química raramente vista no cinema. Os dois se conhecem na noite de Natal, em Nova York, durante um incidente em que tentam comprar o mesmo par de luvas. Uma coisa leva a outra, que leva a outra e quando eles menos esperam, estão fazendo planos para se encontrarem novamente se o destino assim quiser. Jonathan escreve seu telefone numa nota de 5 dólares e Sara escreve o seu dentro do livro "O amor nos tempos do cólera". A idéia é simples: se for do destino, um ou o outro achará a nota ou o livro. O que, infelizmente, não acontece...
*
O tempo passa e a vida segue tanto para Jonathan quanto para Sara. Mas será que os dois esqueceram um do outro? Será que ainda se procuram nas esquinas do acaso? Será que ainda esperam um pelo outro? É essa jornada tocante que acompanhamos, recheada de momentos engraçados, angustiantes e comoventes. Tudo coroado pela branca neve de Nova York, elenco de primeira grandeza, e uma trilha sonora incomparável. O texto do "obituário" de Jonathan, escrito por seu melhor amigo, na seqüência final é absolutamente memorável. "O que importava para os gregos antigos, ao se despedirem de alguém que havia morrido, era se aquela pessoa realmente havia vivido com paixão".

Nota: a verdade é que "Serendipity" também me lembra você. E assim me pego, vendo "Serendipity" com uma caixinha de lenços de papel imaginária a tira colo, enquanto me dou conta, hoje e amanhã, que ainda sou o seu Jonathan Trager, procurando seu nome em todos os cantos, e te esperando pacientemente; sentado sobre um lago congelado, aguardo você me reencontrar, numa noite qualquer.
"When you know" (Shawn Colvin)

Um comentário:

I. disse...

Será que a vida imitará a arte e as duas luvas pretas separadas voltarão a ser um par de luvas?