Não seria esse um pensamento comum a todas as pessoas? Praticamente coletivo? "Tentar outra coisa"; "tentar algo novo"; "tentar algo diferente". Porque chega uma hora que é como se essa idéia gritasse dentro de nós. É o pensamento que nos acorda, junto com o alarme das 8h da manhã, quando abrimos os olhos, perplexos e incrédulos que o dia já amanheceu: "outra coisa". É inevitável o aborrecimento diante da rotina ou o esgotamento da máquina humana que não é máquina, é carne e se desgasta. E sentimos como se as engrenagens, eixos e correias orgânicas estivessem exaustas, sedentas por lubrificação e reparo. É por isso que nós, máquinas humanas, celebramos as tardes de sexta-feira, os feriados e as sonhadas férias. E maldizemos as noites de domingo e as manhãs de segunda-feira. Não pela preguiça mas simplesmente pela vontade DESESPERADA de "fazer outra coisa". Quem inventou, afinal, que a vida se resume em trabalhar, com curtos espaços (curtíssimos) para a resolução de outras coisas? E os 99% restantes da existência? Sim, para mim, trabalho representa apenas "1%". Eu me recuso a dar ao trabalho mais importância do que ele merece. Porque trabalho é apenas um meio para um fim; garimpar recursos em troca do nosso produto subjetivo e pagar contas, compras e caprichos. 1% é mais do que suficente. Porque é o resto que realmente importa: amor, arte, lirismo, silêncio, sono, lazer, viagem, memória, música, cinema, entretenimento bobo, ócio. Perdemos tempo demais nos dedicando ao estresse, como se fosse algo a ser cultuado. Porque inventaram que deveria ser assim e ninguém parece ter se atrevido a dizer o contrário. E assim, pagamos todos os dias o preço de sonhar com "algo diferente". Something else.
sexta-feira, 7 de novembro de 2008
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