Após uma linha descendente de filmes (com exceção de "Matchpoint" e, com um pouco de boa vontade, "Scoop"), Woody Allen faz um filme memorável novamente. Um filme que fica. "Vicky Cristina Barcelona" é delicioso. Uma tragicomédia equilibrada, com a dose certa de humor, sarcasmo, comédia, romance e drama. Um filme que, se fosse comida, faria parte da melhor dieta mediterrânea. Tem inspiração, frescor, inovação, risco, com há um bom tempo parecia faltar a Woody Allen. O elenco formado por Javier Bardem, Scarlett Johansson e Penélope Cruz está à vontade, como se a câmera filmasse a trajetória de suas vidas reais. É a impressão que passa, de que todos estão muito à vontade. Não há muita invenção nem reviravoltas inteligentes. É uma história simples, sobre duas amigas americanas que acabam se envolvendo num triângulo (ou seria quadrado?) amoroso. No meio tempo, reflexões muito pertinentes sobre escolhas, futuro, desejo e o amor. Uma revisão de padrões. Ou melhor, o exercício de se questionar "porque não?". Isso até parece refletir o que o próprio Woody Allen fez consigo mesmo. "Vicky Cristina Barcelona" é uma revisão de seu trabalho, em que ele se permite, com muita categoria, transitar por territórios diferentes e com muito sucesso. Seus personagens (extremamente reais e convincentes) levam isso para a tela sem esforço. Por fim, nem percebemos o tempo que passa, enquanto nos deliciamos em férias de quase duas horas na calorosa cidade de Barcelona. Pacote com direito a um final de semana inesquecível em Oviedo.
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