sexta-feira, 17 de julho de 2009

MANKIND IS NO ISLAND


Belíssimo filme, de Jason van Genderen, filmado inteiramente em celular, nas ruas de Sydney e Nova York.

quarta-feira, 15 de julho de 2009

TRAILER OFICIAL DE "A MULHER DO VIAJANTE DO TEMPO"

Poucos livros me emocionaram tão devastadoramente quanto "A mulher do viajante do tempo". Para todos aqueles que também se comoveram com o romance de Audrey Niffenegger, uma ótima notícia. O filme tem site oficial e estréia confirmada para o dia 14 de agosto (nos Estados Unidos). Estrelam Eric Bana e Rachel McAdams. E já saiu o primeiro trailer oficial. Promete...


segunda-feira, 13 de julho de 2009

FÁCIL DIGESTÃO

Não é que eu tenha preconceito contra o cinema nacional. Absolutamente! Mas fico com a impressão de que o fato de um filme ser brasileiro e falado em português parece comportar uma carga imensa de "obrigatoriedades cinematográficas", por assim dizer: falar de miséria, de fome, de pobreza, sofrimento do povo nordestino, violência, polícia, corrupção, aquela história. Mas, francamente, será que não dá para mudar um pouco? Um filme, mesmo ambientado no Brasil, e falado em português não precisa seguir essa regra. E "Estômago", uma produção ítalo-brasileira, é um exemplo perfeito de como fazer um filme nacional, genuinamente brasileiro e completamente original. E olha que o filme fala de Brasil, pobreza, violência, cadeia e migração nordestina! A história narra as aventuras de Raimundo Nonato, que chega em São Paulo com a roupa do corpo em busca de oportunidades. Por um acaso do destino, ele acaba fazendo coxinhas de galinha num bar de esquina que, de tão boas, fazem do lugar um sucesso. Uma coisa leva a outra e Raimundo acaba na cozinha de um restaurante italiano. No meio tempo, vamos descobrindo que ele está preso e, na cadeia, conquista status e poder por causa dos seus conhecimentos culinários. Afinal, com mãos de mestre, transforma a bóia da prisão em comida de primeira e cai nas graças dos presos. O filme tem nuances, detalhes e idéias incríveis. É absolutamente original e obrigatório. É sério quando deve ser, é crítico quando deve ser e é trágico e é cômico, tudo na medida certa, tudo em doses ideais, como uma receita de ingredientes variados, mas que rendem uma iguaria incomparável. O final, apesar de esperado, não deixa de ser surpreendente. E, assim, "Estômago", um filme de facílima digestão, é um exemplo perfeito de como o "feijão com arroz" do cinema brasileiro pode variar mais.

NECESSÁRIA LICENÇA POÉTICA 2

Nova (e necessária) pausa nas reflexões semi-superficiais para um exercício masoquista. Não consigo evitar assistir essa cena de "Step Brothers" (Quase Irmãos), na qual Derek, o irmão mega-bem-sucedido de Will Ferrell, chega para um almoço familiar. Essa cena é completamente disturbing, me irrita em níveis até por mim desconhecidos, mas mesmo assim não consigo deixar de assistí-la vez atrás da outra. É um exercício de puro masoquismo. Inevitável. Para quem não conhece e quer entender o que estou falando, partilho, abaixo, a cena:

sexta-feira, 10 de julho de 2009

A CINEMATERAPIA DE SERENDIPITY


Não sei ao certo; acho que acordei meio romântico. Amanheci com "Serendipity" (Escrito nas Estrelas) na cabeça e me lembrei o quanto esse filme é especial para mim de inúmeras maneiras. É cinematerapia para quando a vida está nublada e chuvosa. Já perdi as contas de quantas vezes assisti a "Escrito nas Estrelas" e posso dizer, sem medo de crítica, que esse filme - que é o pai de todos os "filmes de mulherzinha" - me comove todas as vezes. Não tenho vergonha de admitir; adoro "filmes de mulherzinha" da mesma forma que aprecio um filme sobre a invasão americana na Normandia. A verdade é que "Escrito nas Estrelas" é um filme tão único e especial que fica difícil até falar sobre ele.

Serendipity: o ULTIMATE "filme de mulherzinha"


A história é simples, ergue-se sobre clichés deliciosos e faz apologia recorrente ao livro "Amor nos tempos do cólera", de Gabriel Garcia Marquez. Bom, pelo menos do ponto de vista da idéia de esperar a vida inteira pelo único e verdadeiro amor, mesmo que a vida passe e, com isso, acontecimentos nos coloquem em outras direções. Estrelam John Cussack (Jonathan) e Kate Beckinsale (Sara), que têm juntos uma química raramente vista no cinema. Os dois se conhecem na noite de Natal, em Nova York, durante um incidente em que tentam comprar o mesmo par de luvas. Uma coisa leva a outra, que leva a outra e quando eles menos esperam, estão fazendo planos para se encontrarem novamente se o destino assim quiser. Jonathan escreve seu telefone numa nota de 5 dólares e Sara escreve o seu dentro do livro "O amor nos tempos do cólera". A idéia é simples: se for do destino, um ou o outro achará a nota ou o livro. O que, infelizmente, não acontece...
*
O tempo passa e a vida segue tanto para Jonathan quanto para Sara. Mas será que os dois esqueceram um do outro? Será que ainda se procuram nas esquinas do acaso? Será que ainda esperam um pelo outro? É essa jornada tocante que acompanhamos, recheada de momentos engraçados, angustiantes e comoventes. Tudo coroado pela branca neve de Nova York, elenco de primeira grandeza, e uma trilha sonora incomparável. O texto do "obituário" de Jonathan, escrito por seu melhor amigo, na seqüência final é absolutamente memorável. "O que importava para os gregos antigos, ao se despedirem de alguém que havia morrido, era se aquela pessoa realmente havia vivido com paixão".

Nota: a verdade é que "Serendipity" também me lembra você. E assim me pego, vendo "Serendipity" com uma caixinha de lenços de papel imaginária a tira colo, enquanto me dou conta, hoje e amanhã, que ainda sou o seu Jonathan Trager, procurando seu nome em todos os cantos, e te esperando pacientemente; sentado sobre um lago congelado, aguardo você me reencontrar, numa noite qualquer.
"When you know" (Shawn Colvin)

quinta-feira, 9 de julho de 2009

"TERRAS DO NUNCA" - TEXTO DO JORNALISTA JOÃO PEREIRA COUTINHO (FOLHA DE SÃO PAULO)

Excelente artigo escrito por João Pereira Coutinho (colunista da Folha de São Paulo) em 29 de junho: "Terras do Nunca".
*
"Pobre Michael Jackson. O homem morre como todos morremos. Radicalmente só. Com o coração a despedir-se prosaicamente do corpo. O mundo, em choro e transe, não acredita. Um mito não morre assim. Porque assim morremos nós, anônimos e mortais, mergulhados na nossa própria miséria. Os mitos só morrem por acidente ou conspiração invejosa de terceiros, que não aguentam o brilho incandescente da estrela.

John Kennedy não foi abatido pelo fracassado Lee Oswald numa manhã funesta de Dallas. Kennedy foi assassinado pela CIA, pelos cubanos, pelos soviéticos, pela máfia, eventualmente pelos extraterrestres.
O mesmo para a "Princesa do Povo", Diana Spencer. Uma vítima de um motorista alcoolizado e irresponsável numa noite de Paris? Não, mil vezes não. Diana foi vítima da Família Real inglesa, que a desprezava para lá do tolerável. Para dar mais requinte ao episódio, há quem garanta que Diana estava grávida. A autópsia não confirmou. Mas quem se prende a pormenores? Eu, por mim, aposto que eram gêmeos.

E, agora, Michael Jackson: ele não morreu por excessos vários e loucuras evidentes. Foi o médico; foi a empregada; foi o Rato Mickey quem acabou com o cantor.

Deixemos as teorias da conspiração para as mentes conspiratórias. No meio do sentimentalismo vulgar, e quase religioso, com que o planeta chora a morte de Jackson, a única declaração vagamente sensata foi dita pelo próprio presidente americano. E que nos disse Obama?

Para começar, que Jackson foi um músico de talento. Difícil discordar, embora o Jackson que eu aprecio morreu no dia em que nasceu o Jackson que grande parte do mundo aprecia, ou seja, em 1979 com "Off the Wall". O single prodigioso que os Jackson Five editaram dez anos antes, "I Want You Back", é incomparável com qualquer obra posterior. Opinião pessoal. Do Michael Jackson a solo, admiro apenas o bailarino. Brinco? Não brinco. Fred Astaire também não brincava quando dizia, na década de 80, que Jackson nascera demasiado tarde. Tivesse ele vivido nos anos 30 ou 40 e teria feito as delícias de Busby Berkeley ou Vincent Minelli. Quem aprecia musicais sabe do que falo.

Mas Obama não elogiou apenas o talento. Obama foi corajoso e lamentou a figura profundamente trágica de Michael Jackson. Nos próximos anos, saberemos mais sobre essa tragédia. Mas aposto que a origem dela está num homem que, para usar as palavras de um francês célebre, alimentou uma "náusea-de-si-próprio" ao longo da vida: uma náusea da sua própria negritude e, talvez mais importante, uma náusea da sua própria humanidade, por definição mutável e perecível. Não admira que, ano após ano, ele tenha tentado golpear essa humanidade, perseguindo um ideal estético que era, aos olhos do mundo, caricatural e infantil. E, aos olhos dele, eterno e pós-humano.

Disse anteriormente, citando Fred Astaire, que Michael Jackson não viveu nas décadas de 30 e 40 para inscrever o seu nome na tradição dos grandes musicais. Mas é possível recuar mais um pouco e lamentar que Jackson não tenha nascido e vivido em finais do século 19, inícios do 20. E que não tenha conhecido uma alma gêmea como J.M. Barrie, o escritor para quem a infância era, simultaneamente, o melhor e o pior dos mundos. O melhor, pelo encantamento permanente que lemos em "Peter Pan" ou no injustamente esquecido "The Little White Bird". Mas também o pior dos mundos, porque [foi/é] capaz de antecipar a corrupção futura: a maturidade, o envelhecimento, a perda da inocência.

Não sei se Jackson leu Barrie. Provavelmente. Mas sei que lhe roubou o nome para o seu rancho, "Neverland", essa "Terra do Nunca" onde os rapazes não crescem. Tivesse Michael Jackson lido "Peter Pan" com atenção e saberia que, mesmo na "Terra do Nunca", os rapazes não crescem mas também morrem."

quarta-feira, 8 de julho de 2009

PARA VER E OUVIR: JOHN MAYER TOCA "HUMAN NATURE" NO FUNERAL DE MJ


Bela homenagem de John Mayer que, como era de se esperar, oferece uma nova roupagem à "Human Nature", durante o funeral de Michael Jackson.

NIETZSCHE

E disse o mestre: "Aquilo que não me mata somente me fortalece".

terça-feira, 7 de julho de 2009

DICA DE SITE OU BLOG: HARDCOREGAMING

Para quem se interessa por jogos e tecnologia, vale a pena visitar o blog hardcoregaming. Todo em português, não deixa em nada a desejar se comparado à crítica especializada americana, como IGN, Gamespot, 1up e Gamespy. Muito bem escrito, dinâmico e com forte apelo visiual, é um espaço excelente para se informar e colher reviews e previews.

MOMENTO AZUL E ROSA: TEASER E TRAILER DE "MARIE ANTOINETTE" (SOFIA COPPOLA)


Teaser (HD)

Trailer internacional

segunda-feira, 6 de julho de 2009

PARA VER E OUVIR: MICHAEL JACKSON (PROPAGANDA DA PEPSI - 1992)


Michael Jackson faz um dueto consigo mesmo (quando criança) cantando a música "I´ll be there". É de chorar de tão bonito.

DEVANEIO URBANO

Tenho escrito pouco. Digo, inventado, pensado, refletido pouco. Tenho imaginado pouco. Em parte pela falta de tempo (será, mesmo?), em parte por falta de vontade, em parte por falta de pensamentos. Às vezes sinto uma vontade real de "ter pensamentos novos". Eu literalmente penso isso: "quero pensamentos novos". E talvez seja um exercício, mesmo, e não uma combustão espontânea que eu fico aguardando enquanto utilizo a carta manjada do "bloqueio criativo" para justificar o fato de os tais novos pensamentos não estarem chegando. E acabo cansando de esperá-los, de modo que tentarei abraçar mesmo idéias banais como exercício ativo, do que esperar passivamente por pensamentos geniais. Simplesmente não é assim que funciona. Essa indústria de subjetividades não é construída sobre mecanismos óbvios. Acordei hoje, no horário de sempre, e quando já me via automaticamente na jornada matutina - e semi-mecânica - de fazer café, arrumar o apartamento e me preparar para o trabalho, deixe-me envolver por idéias flutuantes. Balões coloridos que me ajudaram a despertar para o dia de hoje. Pensei sobre as escolhas que faço, nem sempre inequívocas; a necessidade de me auto-adular menos (sou muito menos inteligente do que me imagino ser e muito mais interessante do que me permito acreditar); e a importância de não depositar tanta expectativa nos outros. Quanto menos melhor. É tudo meio óbvio, na verdade. E até cliché. Mas quero também os pensamentos óbvios. Hoje, pelo menos.

sexta-feira, 3 de julho de 2009

BESTEIROL DE PRIMEIRA GRANDEZA

Farei menções honrosas a um triunvirato de filmes besteirol de primeira grandeza: "Pagando bem, que mal tem?" (Zack and Miri make a porno); "Faça o que eu digo, não faça o que eu faço" (Role Models); e "Quase irmãos" (Step brothers). Além da pausa - justa e merecida - nas reflexões sobre filmes complexos e profundos sobre os quais gosto de devanear semi-superficialmente, esses filmes realmente são bons, merecem ser vistos e brincam - com grande competência - com a idéia de que é possível fazer um filme engraçado, cheio de besteiras hilárias e nem por isso deixar de tocar em idéias e reflexões interessantes. Esses três filmes são exemplos perfeitos disso.
*
Em "Zack and Miri...", conhecemos um casal de amigos que decidem fazer um filme pornô como última saída para o pagamento de dívidas. Essa situação, obviamente, rende situações inacreditáveis e propõe a reflexão que muitas vezes tudo o que precisamos está logo ali, ao alcance das mãos. No elenco principal os sempre ótimos Seth Rogen e Elizabeth Banks. Uma comédia com toques de comédia romântica com cenas absolutamente histéricas. Craig Robinson está presente para o deleite de todos aqueles que tiveram o privilégio de ver os extras de "Superbad" (o cara "injustamente" acusado de tráfico e consumo de drogas).




"Zack and Miri make a porno"

Já em "Role Models", temos Paul Rudd e Seann William Scott no papel de dois caras condenados a cumprir serviço comunitário. A punição leva-os a "orientar" duas crianças com déficit emocional: um menino mal criado e um rapaz que vive num mundo de fantasia baseado em jogos de RPG. Esse rapaz é ninguém menos que o cultuado McLovin, também de "Superbad". A comédia, aqui, já tem um ritimo mais sossegado, com diálogos interessantes e engraçados e não tanto cenas absurdas como em "Zack and Miri", mas mesmo assim rende situações cômicas que fazem desse filme uma obrigação. É impossível não dar atenção à Jane Lynch, no papel da educadora. O diálogo em que ela se recorda das suas refeições, quando morava em Nova York é memorável. No fim das contas, um filme sobre companheirismo e aceitação das diferenças. Quem disse que uma comédia não pode falar sobre isso?



"Role Models"


Por último, mas não menos importante, o filme "Step Brothers": Will Ferrell e John C. Reilly no melhor papel juntos que já tiveram. Os dois interpretam homens de 40 anos que ainda vivem com os pais. Will vive com sua mãe, John com seu pai, ambos viúvos. Os dois se casam e os filhos precisam aprender a conviver na mesma casa. É difícil apontar algo específico sobre esse filme, que é insano do primeiro ao último minuto. Os dois comediantes, que já estiveram juntos em filmes como o mediano "Talladega Nights", dão um show. A cena do beliche improvisado rende muitas voltas no controle remoto. E também esse filme oferece uma reflexão interessante no final, apesar do assunto absurdo. Momento inesquecível: "Boats and Hoes".



"Step Brothers"

quinta-feira, 2 de julho de 2009

PARA VER E OUVIR: DISNEY INESQUECÍVEL ("ALADDIN" E "A BELA E A FERA")


"A whole new world"

"Tale as old as time"

2 DE JULHO


Hoje é dia de lembrar e celebrar o sangue e o suor do corajoso povo baiano, derramados neste dia para confirmar que o Brasil era, enfim, uma nação independente. Deus salve e guarde a Bahia!

quarta-feira, 1 de julho de 2009

O CÉU E O INFERNO


Para inaugurar o mês de julho, uma frase hilária que achei por acaso:

"O Céu é um lugar onde a polícia é britânica, os chefs são italianos, os mecânicos são alemães, os amantes são franceses e tudo é organizado pelos suíços. O Inferno, por sua vez, é um lugar onde a polícia é alemã, os chefs são britânicos, os mecânicos são franceses, os amantes são suíços e tudo é organizado pelos italianos".
*
Tudo é uma questão de perspectiva, afinal. E no Brasil, como seria? Bom... melhor deixar para depois.

terça-feira, 30 de junho de 2009

UM FILME MUITO COMPETENTE


Acho que essa é a melhor forma de definir "Operação Valquíria" (Valkyrie), de Bryan Singer e estrelado por Tom Cruise e grande elenco (incluindo Kenneth Branagh, Bill Nighy e Tom Wilkinson). A história (verídica) conta a última de 15 tentativas de assassinato a Adolf Hitler por parte de altos oficiais do III Reich. Tom Cruise, que está surpreendentemente bem, representa o coronel Claus von Stauffenberg, o homem que assumiu a responsabilidade de plantar uma bomba numa reunião na toca do lobo para matar o homem mais temido de todos, "o inimigo número 1 do mundo". A edição, sempre correta e diâmica, mantém o filme sempre num ritimo de ansiedade e apreensão, de maneira que não dá para tirar os olhos da tela.
Tom Cruise é o conde von Stauffenberg
No fim das contas, "Operação Valquíria" é um filme excelente: entretém e mexe com a audiência, sem deixar de ser um interessante documento histórico. A fotografia é belíssima, bem como o cuidado com cenários, figurinos e objetos. Não chega a ter o poder e a visceralidade de "A Queda!", mas nem por isso deixa de ser um filme muito cuidadoso na sua difícil missão de recriar a Alemanha da II Guerra. Vale as quase duas horas que passam como 5 minutos.

segunda-feira, 29 de junho de 2009

sexta-feira, 26 de junho de 2009

PARA VER E OUVIR: MICHAEL JACKSON ESSENCIAL


"Rock with you"

"Thriller"

"Billie Jean"

"Bad"

"Smooth Criminal"

"Beat it"

"Don´t stop till you get it enough"

"ABC (Jackson´s Five)

"BEN (Jackson´s Five)

O ADEUS DE UM REI EXILADO


É impossível fugir ao cliché. O mundo sentirá, dolorosamente, a perda do eterno "rei do pop" (1958-2009). Um rei exilado, com algo de anjo, de santo e de monstro, que viveu o céu e o inferno na sua breve passagem pelo plano terrestre. Michael Jackson morre aos 50 anos e deixa um legado de inovação, criatividade e talento que dificilmente será superado. Jamais haverá outro como ele, capaz de mover e comover gerações, países e culturas. Para nós, filhos felizes dos anos 80, a morte de Michael Jackson nos deixa um pouco órfãos. É assim que me sinto, verdadeiramente, ao constatar algo que não parecia concebível para mim, que Michael Jackson era mortal como todos nós. Hoje pouco importam as polêmicas, os delírios, loucuras, obsessões e crimes dos quais ele era ou não culpado. Hoje ele volta a ser o Michael que flutuava sobre as pontas dos pés, com jaquetas ornamentadas e fazia o mundo vibrar. O Michael de "Thriller", "Bad", "Billie Jean". O Michael dos passos impossíveis que todos queriam imitar. O Michael da voz inconfundível. O músico, dançarino, arauto, poeta e príncipe. É difícil dizer adeus ao rei do pop, esse rei semi-deposto, inesquecível ícone de uma era. Porque, de uma forma ou de outra, ele estará sempre por perto. Acima de vida e morte mundanas. E continuará, de algum lugar, cantando e encantando as gerações que ainda conhecerão sua música. Adeus, Michael. O mundo, hoje, é um lugar um pouco menos interessante com a sua saída.

terça-feira, 16 de junho de 2009

THE PS3 DREAMLIST 2


Assassins Creed 2

Castlevania - Lord of Shadow

God of War 3

Eternal Sonata

Valkyria Chronicles

Lord of The Rings - Conquest

Front Mission Evolved

The Last Guardian

Final Fantasy XIII

NA COMPANHIA DE JORGE

Conta a lenda que São Jorge nasceu na região da Capadócia (sudeste da Turquia). Com a morte do seu pai, mudou-se para a Palestina, onde sua mãe possuia recursos para educá-lo. Ainda jovem, juntou-se ao exército romano e foi logo promovido ao posto de capitão, recebendo depois o título de conde da Capadócia. Já aos 23 anos, ingressou na corte imperial e assumiu o posto de Tribuno Militar. Apesar de ser nobre e rico, Jorge decidiu entregar todas as suas posses e riquezas aos pobres e enfrentou o imperador Diocleciano, contra a perseguição aos cristãos. A partir daquele momento, renegou o paganismo romano e passou a defender a fé em Jesus Cristo. Por sua ousadia, Jorge foi perseguido, envenenado e torturado, sobrevivendo a todo o mal que lhe era causado e sem nunca renegar a sua fé em Cristo. Sem êxito em persuadir São Jorge a desistir de sua fé, o imperador decidiu degolá-lo em 23 de abril de 303 d.C. A partir deste momento, o martírio de São Jorge ganhou notoriedade e muitos romanos foram comovidos e convertidos pelo sofrimento do jovem soldado. Os restos mortais de São Jorge foram sepultados em Lida (Palestina), onde mais tarde, o imperador Constantino ergueu um oratório para que a devoção a São Jorge fosse conhecida no Oriente. Hoje, São Jorge está entre os santos mais amados pelo catolicismo em todo mudo.
*
Para aqueles que desejam andar em sua companhia:
*
"Eu andarei vestido e armado, com as armas de São Jorge. Para que meus inimigos tendo pés não me alcancem, tendo mãos não me peguem, tendo olhos não me exerguem e nem pensamentos eles possam ter para me fazerem mal. Armas de fogo o meu corpo não o alcançarão, facas e lanças se quebrarão sem ao meu corpo chegar, cordas e correntes se arrebentarão sem o meu corpo amarrarem. Jesus Cristo me proteja e me defenda com o poder de sua Santa e Divina Graça, a Virgem Maria de Nazaré me cubra com o seu Sagrado e divino manto, protegendo-me em todas minhas dores e aflições e Deus com a sua Divina Misericórdia e grande poder, seja meu defensor, contra as maldades de perseguições dos meus inimigos, e o glorioso São Jorge, em nome de Deus, em nome de Maria de Nazaré, e em nome da falange do Divino Espírito Santo, estenda-me o seu escudo e as suas poderosas anulas, defendendo-me com a sua força e com a sua grandeza, do poder dos meus inimigos carnais e espirituais e de todas sua más influências, e que debaixo das patas de seu fiel ginete, meus inimigos fiquem humildes e submissos a vós, sem se atreverem a ter um olhar sequer que me possa prejudicar. Assim seja com o poder de Deus e de Jesus e da falange do Divino Espírito Santo. Amém."

segunda-feira, 15 de junho de 2009

ATÉ QUANDO É TARDE DEMAIS?

Vez ou outra surge um filme assim, incrível, como é "O lutador". Uma união harmônica de elementos que funcionam perfeitamente na tela: boa história, ótimos personagens, um drama humano comovente e atuações primorosas. Mickey Rourke merece todos os elogios possíveis à sua atuação como o decadente lutador "Randy the Ram Robinson", um gladiador refém de glórias passadas, que sobrevive de bicos, apresentações falsas e sofre com a pobreza e a solidão. Na tela, testemunhamos a existência de um homem que se arrasta, como se a gravidade fosse especialmente mais forte sob seus pés. Olhos cansados, braços e pernas que parecem ranger como se enferrujadas, o lutador é um "pedaço acabado de carne" como ele mesmo se define. Mas o que faz esse filme especial também é o fato de misturar realidade e ficção, uma vez que o próprio Mickey Rourke, um ator que viveu o céu e o inferno em sua vida pessoal, é uma versão viva do Randy the Ram. São duas riquíssimas horas, de uma história "simples", mas que contam toda uma vida. Por fim, não há muito mais o que falar sobre este filme que é belamente dirigido por Darren Aronofsky ("Fonte da Vida" e "Réquiem para um sonho"). É muito melhor vê-lo, senti-lo e se deixar contagiar pela luta de Randy "The Ram", que está muito além do sangue e do suor; é uma luta para descobrir quando é tarde demais - ou não - para recomeçar. Um filme que fica.


quinta-feira, 4 de junho de 2009

PROJECT TRICO

Após a mágica de "ICO" e "Shadow of the Colossus", o Playstation 3 parece receber a peça final da trilogia, com chave de ouro. O nome do jogo é "The Last Guardian", anunciado recentemente na E3:

terça-feira, 2 de junho de 2009

JUNHO

Começo de mês, na dedicada esperança por dias melhores.

segunda-feira, 25 de maio de 2009

AMOR E ACEITAÇÃO

Duas frases definem o filme "C.R.A.Z.Y", de Jean-Marc Vallée: uma história sobre o amor de um pai por seus filhos e o amor de um garoto pelo seu pai. Uma delicada jornada, que começa nos anos 60, e percorre trilhas que tratam do autodescobrimento, da aceitação e a relação de pessoas com a sua época. Tudo muito bem feito, com excelente direção e trilha sonora, fazendo com que seja este um filme imediatamente arrebatador, impossível de não se apaixonar. É um retrato de um tempo, de uma família, do amadurecimento, repleto de questões e situações com as quais é muito fácil se identificar. Sem dúvidas, um filme que fica.

quarta-feira, 20 de maio de 2009

UM FILME OBRIGATÓRIO

"Fatal" (Elegy) é um filme único. Completamente obrigatório. Há muito tempo não via uma história tão silenciosa e tão eloquente. É uma obra de arte, de uma beleza que chega a doer. Comovente, honesto, narra sem pudores as crônicas da fragilidade humana: as inseguranças das relações afetivas, a paixão carnal, o envelhecimento, a perda da beleza, a doença, a morte, a separação. Estrelam o - sempre maravilhoso - Ben Kingsley e Penelope Cruz, que está surpreendente. Na trama, um velho professor universitário (Kingsley) "ainda preso à comédia humana das tentações carnais" se apaixona perdidamente por uma aluna cubana-americana (Cruz). Apesar da idéia comum, esse relacionamento é o tecido no qual se costuram as mais belas reflexões sobre a jornada humana pela vida. Esse filme não merece, nem precisa de resenha. Ele merece, ele precisa, isso sim, ser visto e sentido. Como quem se senta, à beira do mar, um dia inteiro, apenas para contemplar a sinfonia de sons, de luzes e imagens, observando a água que vem forte e volta, deixando espuma sobre a areia.

terça-feira, 19 de maio de 2009

PARA VER E OUVIR: JOHN MAYER ("WHEEL")

NO PEQUENO GRANDE PLANETA

Por enquanto, tudo vai bem no pequeno planeta.


E no Pequeno Grande Planeta, também.

segunda-feira, 18 de maio de 2009

UM ANJO EM MINHA VIDA

Você me disse que quase não tem vindo por aqui. Receio de ficar triste, você justifica. Não te julgo; acho que você tem razão. São as crônicas dos últimos dias que, em verdade, foram uma montanha-russa de euforia e melancolia. Mas eu ainda te escrevo aqui minhas mensagens em garrafas, que podem aportar em sua praia, num dia qualquer que você decida me fazer uma visita. Você surgiu como um anjo em minha vida e ainda o é, mesmo com todas as tempestades que enfrentamos no caminho. Você me dá provas disso, quase diariamente, quando me faz enxergar o vento que você sopra em minhas velas, que me levam adiante, para terras de novas conquistas e descobertas. O vento que faz com que eu "não precise de asas comuns, porque o próprio céu me leva até você". O porto de saída e o caminho de volta. A melhor risada, a melhor conversa, a noite mais bem dormida, a bebida mais doce, a comida mais saborosa, o corpo mais quente, a boca mais suave, as aventuras inesquecíveis. A você sou eternamente grato por tudo, por cada nova página do melhor capítulo da minha história. O capítulo mais inspirado, mais emocionante da minha biografia. Você, o anjo de minha vida.

sexta-feira, 15 de maio de 2009

PARA VER E OUVIR: JUDY GARLAND NO "MÁGICO DE OZ" ("SOMEWHERE OVER THE RAINBOW")

MUDANÇA

Bem disse Heráclito, certa vez: "tudo flui e nada permanece. Tudo se afasta e nada fica parado. Não consegues banhar-te duas vezes no mesmo rio, pois outras águas e ainda outras sempre vão fluindo. É na mudança que as coisas acham repouso".
*
Mais uma mudança no histórico. Mais coisas legais para lembrar. Mais vida vivida. É o que importa. São esses os detalhes no tecido. O resto é pano.

quinta-feira, 14 de maio de 2009

POR FALAR EM SOFIA COPPOLA...

Sofia Coppola começa a rodar seu novo filme, agora, em junho. A princípio, o título será "Somewhere". Como em “Lost in Translation” (Encontros e Desencontros), a história também será ambientada num hotel, o Chateu Marmont, em Los Angeles. O lugar é famoso por abrigar celebridades problemáticas, como Britney Spears e Jim Morrison, e também será refúgio do personagem principal do filme, um ator que leva uma vida de excessos, perdido e sem rumo, até que é visitado por sua filha, de 11 anos. Como protagonistas, Stephen Dorff no papel principal (ele fez “Blade”) e Elle Fanning (do "Curioso caso de Benjamin Button"). Segundo a Variety, o filme trará uma história "intimista, numa Los Angeles contemporânea". Como aconteceu à "Lost in Translation", a Focus Features será a produtora. Previsto para 2010. Enfim, um grão de notícia sobre um novo filme de Sofia Coppola. Já era tempo.

PAI E FILHA


Linda foto, de uma campanha da Louis Vitton. Francis Ford e Sofia Coppola, pai e filha, em momento idílico nos arredores de Buenos Aires.

quarta-feira, 13 de maio de 2009

A BELA ACORDADA

Existe um filme ótimo, mas que poucas pessoas conhecem: "Alma de poeta, olhos de Sinatra" (Dreams for an insomniac). É uma história deliciosa, passada em São Francisco, onde conhecemos Frankie (Ione Skye), uma espécie de "Bela Adormecida às avessas". Ao invés de esperar dormindo pelo príncipe encantado, Frankie, que é insone desde os 6 anos de idade, aguarda - de forma irredutível - pelo seu salvador, que precisa ter olhos azuis como os de Frank Sinatra. E ela acredita ter encontrado, nos olhos azuis de David Shrader (Mackenzie Astin), um escritor com bloqueio criativo recém-chegado na cidade. O encontro rende uma missão especial: Frankie ajudará David com seu bloqueio criativo, tornando-se sua musa, levando-o a cantos misteriosos e encantadores da cidade; David, em contrapartida, tentará fazer Frankie dormir. Os dois então se descobrem como almas gêmeas culturais, tendo em comum dezenas de artistas, escritores e citações famosas. Mas, como na vida real, nem tudo é perfeito no conto de fadas de Frankie, a Bela Acordada. E é sobre isso o filme, a jornada da princesa sem sono em busca de ser feliz para sempre. Por fim, uma história de amor original, agradável, confortável, que não se arrisca em nenhum momento mas que cumpre seu papel em entreter. Fotografia bonita, Um desconhecido, porém muito especial, filme que fica.

segunda-feira, 11 de maio de 2009

PARA VER E OUVIR: PARALAMAS DO SUCESSO - "AONDE QUER QUE EU VÁ"

UM FILME (INJUSTAMENTE) SUBESTIMADO

Entre tantos filmes injustamente subestimados, acho que "Simplesmente Amor" (Love actually) se destaca. Por alguma razão esse filme - tão especial - não recebe o devido respeito e carinho das pessoas. Não consigo entender o motivo. Apesar de furos (mínimos) aqui e ali ou um punhado de segundos desnecessários, "Simplesmente Amor" é uma jornada honesta, humana, pela vida de uma série de personagens convicentes, com os quais é absolutamente possível se identificar: o garotinho apaixonado, os amigos, o casamento em problemas, a paixão platônica, o amor que vence barreiras sociais, raciais, culturais e de idioma. Esse é, essencialmente, um filme sobre o amor, sem rodeios, sem exageiros e com os melhores clichês do mundo. É um filme que faz bem, que conforta e que aquece, quando pensamos que a vida está ficando cinza demais. As múltiplas histórias contadas se entrecruzam sem dificuldade, sem nada ser atropelado ou esquecido. Descobrimos pessoas comuns, que se apaixonam e se decepcionam, porque esse é o tecido do qual se costura a vida. As cenas finais, com os encontros no Aeroporto de Heatrow ao som de "God only knows" dos Beach Boys são de uma simplicidade sublime, mas que me emocionam quantas vezes eu assistir.


THE PS3 DREAMLIST 1


Little Big Planet

Resident Evil 5

Civilization Revolution

Sonic Ultimate Collection

Prince of Persia

Assassins Creed
Street Fighter IV


Metal Gear Solid 4

sexta-feira, 8 de maio de 2009

PARA VER E OUVIR: JOHN MAYER - "BACK TO YOU"


"I try to forget you. I try to stay away. But it´s too late. Over you. I´m never over you. There´s something about you. It´s just the way you move. The way you move me".
*
Dolorosamente verdadeiro.

segunda-feira, 4 de maio de 2009

TIJOLOS AMARELOS

Sentirei falta das nossas jornadas espontâneas. Das aventuras consumistas, presentes esquisitos, almoço caseiro e adoções não planejadas. A idéia de começarmos e atravessarmos um dia inteirinho, sem ter a menor noção de como ele vai terminar; rindo de bobagens, fazendo graça de histórias sem nexo e brincando de pegar na mão.

sábado, 2 de maio de 2009

"LET'S NEVER COME HERE AGAIN...

...because it would never be as much fun". Eu me espanto sobre o tempo que demorei para escrever a respeito de "Lost in Translation" (Encontros e Desencontros) que é, simplesmente, o filme mais importante e decisivo da minha vida. O filme que me apontou quem eu sou e essencialmente me fez entender que eu não estava tão só quanto eu sempre havia julgado estar.
*
No entanto, ao ver centenas de vezes aquelas luzes multicoloridas de Tóquio, os silêncios nas janelas, as músicas que ecoam preguiçosas como sonho, compreendo o porquê de eu não conseguir falar sobre o filme. É que "Lost in Translation" não se explica, se sente. E esse é talvez o maior mérito da obra-prima de Sofia Coppola. De qualquer forma, vou lutar contra essa premissa e colocar algumas idéias aqui, cinco anos depois de eu ter ficado muitos minutos parado, completamente emudecido ao ver os créditos finais que surgiam ao som de "Just like honey", hino-indie do Jesus and Mary Chain. Não que eu seja, esteja ou me sinta “perdido na tradução” (o que não seria mentira, na verdade), mas eu sempre me senti de alguma forma perdido na multidão e esse filme me explicou uma dezena pensamentos que até então eu não conseguia organizar direito.
*
Já vi muitas vezes esse doce poema urbano, de silêncios eloqüentes, nostalgia e saudade. E ainda não sei em que medida e profundidade o mágico encontro-e-desencontro de Charlotte e Bob me toca. Sei que me toca, apenas. E choro e sinto falta e saudade deles todas as vezes que os vejo ir embora e sei que será assim para sempre; o abraço que eu mesmo gostaria de ganhar de Bob Harris e todos os beijos e carinhos que gostaria de dar à Charlotte, ao sentar do seu lado para olharmos janelas juntos. Foi difícil me conformar com esta paixão platônica e distante, eternamente presa dentro de um filme, abissalmente alheia ao meu toque.

I´m stuck. Does it get any easier?

Há algo onírico e docemente-nublado em “Lost in Translation”. Cada olhar, cada gesto, cada palavra, cena e música. Essa é a história de duas almas gêmeas que tiveram a infelicidade de se encontrar tarde demais. Ainda assim, o comovente abraço de despedida representa que, mesmo que nunca mais voltem a se ver, terão para sempre transformado a vida um do outro. "Não vamos voltar aqui nunca mais; não será tão divertido".
*
É tudo muito “lost” em "Encontros de Desencontros". Isso define tudo. Ser “lost”; estar, ficar “lost”; coisas “lost”; filmes, músicas, momentos e pessoas “lost”. Encontrei nesta simples palavra uma definição lacônica que guarda em si mesma uma miríade de múltiplos significados, que resumem tudo, sem contradição e sem explicação. Basta apontar: “isso é lost”. E está assim tudo entendido: sentir além do óbvio, refletir, questionar, buscar profundidade de compreensão das coisas, não se contentar com pouco, colecionar cada pedacinho da vida como uma relíquia sem comparação, contemplar janelas e se perder em estações de trem e aeroportos. Descobri que sou “lost” e, de certa forma, foi assim que me encontrei.
*
“Encontros e Desencontros” me conduz a algo puro e profundo. Algo que conforta, de que ainda é possível acreditar nas pessoas, que o mundo não é tão caótico e que não estamos tão sós quanto pensamos estar. Não quero falar em amor, apenas, e na nossa busca constante por ele. Não, este não é um filme de amor. É uma “história de meio”, apenas, sem começo nem final. Um fragmento de vida, uma linda e inesquecível passagem na história de duas pessoas perdidas que se encontram uma na outra.

Are you awake?

Charlotte está “estagnada”, Bob “incrédulo”. E os dois se contaminam do que mais precisavam naquele momento de suas vidas: ela, de que “tudo eventualmente vai dar certo” e ele, de que “ainda há tempo para se fazer algo de construtivo em sua vida”. O Japão, o idioma impronunciável, incompreensível, é nada mais que uma elegante moldura. Suave, discretíssima, leve, quase agridoce. Bob e Charlotte poderiam ter se conhecido em um campo de batalha e tudo teria sido igual. Afinal, essa história é apenas sobre eles.

Esse filme me atinge como um raio, porque sou um contemplador de janelas e filósofo não graduado pelo silêncio da vida. Melancolicamente feliz, sempre, a cada novo dia. Amante, apaixonado das pequenas coisas, ainda que eu busque sofisticar meu olhar diariamente. Sarcástico, irônico e quase venenoso em alguns pensamentos e palavras, ainda que carregue uma enorme carga de bondade na alma. Sou assíduo e devoto freqüentador das reuniões que faço comigo mesmo. Como Charlotte, descobri na marra, a capacidade de entreter a mim mesmo, olhando as luzes da cidade, sentado na janela sem sono do meu quarto, buscando novas companhias, encontrando em cada viagem - mesmo imaginária - uma fenda no tempo, mágica nem que para mim, apenas. Sou crente na capacidade mítica e de eternização das fotografias, que guardo e coleciono como tesouros secretos.

Assim, escolho definir a mim mesmo como alguém simplesmente (ou complicadamente?) “perdido na tradução”. Falo isso como cronista e crítico de minhas andanças, de meus encontros e desencontros, das minhas espiadas pela janela do meu quarto, das minhas pequenas paixões e grandes frustrações, dos meus sonhos e devaneios distantes, da minha humilde percepção da vida, do amor, da melancolia e da saudade.

I just don’t know what I’m supposed to be.

Como em Bob e Charlotte, há algo de insone em mim. Por isso acordo cedo, para ver as primeiras luzes do dia, sentir cheiro de café e encontrar-me comigo mesmo. Logo no começo dos dias, minha cabeça ferve de pensamentos. Lembro de Tchaikovsky, que andava com uma mão sob a cabeça, “para que ela não caísse”, tamanha era a quantidade de pensamentos que tinha.

São nesses momentos especiais que vou me convencendo de que me preocupo em demasia e que a vida não é tão complicada assim. E esqueço dos medos e dos dogmas. E de que existe algo que se chama de “sucesso” e algo que se chama de “fracasso”. Aceito que existir pode ser “como mel” e vou me dando conta de que “sim, eu estou bem”.

Já não sinto tanto medo de me prender, e até tento não planejar tanto. Sei que pode ser difícil, mas me esforço em ser e deixar ser, amar e viver com aceitação; permitir-me os sonhos e alegrias possíveis; viver o dia, um após o outro, com construção diária de idéias. É o que faz a vida ter algum significado. Esse, para mim, é o caminho da felicidade. E sinto que ando mais próximo dele.

You’ll figure that out. The more you know who you are, and what you want, the less you let things upset you.

É isso que quero dizer; o porquê deste filme, desta história, ser tão importante para mim. Ela me traz de volta a mim mesmo, quando percebo que estou me distanciando do que já conquistei e começando a sucumbir aos medos mais tradicionais da nossa solitária (mas nem tanto) existência. Sou e acho que sempre serei “perdido na tradução”, mas sou feliz assim. Porque me descobri assim e percebi que posso encontrar minha felicidade assim.

No meu “táxi para o aeroporto” me proponho exatamente essa reflexão: que quero ser feliz, apenas, e que isso é possível, está ao alcance dos dedos, como meus biscoitos de infância. Olho pela janela do carro e compreendo que a alegria da vida está em nós, dentro de nós, e nos encontros (e desencontros) que acabamos por experimentar e que são todos eles imensamente importantes. Sempre fui um amante de encontros improváveis e as belas histórias que nascem deles. Isso é recorrente em mim e talvez por isso me enxergue tanto em Bob, quanto em Charlotte.

Não, eu não tenho medo de abraçar um estranho. Há algo em mim, extremamente proustiano, de quem não sabe dizer adeus a nada nem a ninguém. E é nesse aspecto que me comovo tanto com o “abraço final”, o abraço do “não se preocupe tanto com o amanhã” do fim do filme. Porque sei, aprendi no choro, que algumas coisas na vida, eventos, pessoas, momentos, passam mesmo e não voltam nunca mais. Apreciar cada segundo de tudo, portanto, é o segredo não para evitar a melancolia (ela é inevitável), mas para cultivá-la como algo importante à alma. A necessária solidão. A necessária tristeza.

É o que me dá coragem, apenas posso dizer. Não sou soldado - longe disso - e nem sei se gostaria de ser. Somente me faço crer que cada novo dia será diferente e melhor, por mais nublado e esquisito que esteja. Não sou um otimista cego, e procuro não ser um pessimista profissional. Tenho fé nas coisas e nas pessoas.

Com algum esforço, consigo voltar a enxergar o mundo com meus “olhos de 6 anos de idade”, quando me vestia de Super-Homem, sob o imperdoável sol de 36 graus da minha cidade. É porque, no fim, ainda que viva momentos de melancolia, também sou bobo, apaixonado e entusiasta das pequenas coisas, como criança. E caço em todos os olhos e todos os abraços, o meu novo encontro-e-desencontro, que simplesmente me permita acreditar que tudo vai dar certo.

quinta-feira, 30 de abril de 2009

OS SIKHS

Os homens Sikh são um povo honrado e orgulhoso. Podem ser facilmente identificados pelos turbantes coloridos, perfeitamente enrolados e pelo físico, já que eles são bem maiores do que os indianos comuns. Os Sikhs, pode-se dizer, são uma irmandade, fundada há centenas de anos. Para que pudessem se reconhecer nos tempos de guerras, definiram 5 aspectos que são seguidos com muito cuidado: não cortar o cabelo (enrolado e escondido pelo turbante); o uso de um pente de madeira ou marfim; calças folgadas; um bracelete de metal e uma espada. Eles acreditam em um Deus e não veneram ídolos, apenas seus gurus. Apesar de serem radicais, praticam a tolerância e o amor ao próximo. Diz um famoso provérbio Sikh:

"Que os nossos amigos amem-nos verdadeiramente.
E que os nossos inimigos tenham seus corações amaciados por Deus.
Mas se Deus não conseguir mudar-lhes os corações,
Que torça-lhes os calcanhares,
Para que os reconheçamos pelo andar."

quarta-feira, 29 de abril de 2009

THE ROYAL COURT OF SOUND - PART II

THE DUCHESS AND MISTRESS - Maria Callas
THE BISHOP - Elton John

THE ALCHEMISTS - Pink Floyd
THE WITCH - Amy Winehouse
THE FALLEN PRINCE - Michael Jackson
THE LADY IN WAITING - Sara Bareilles
THE HERALD - Elvis Presley

POR AMOR A UMA JANELA

Quando todas as portas parecem se fechar, onde se pode achar uma janela de esperança?

segunda-feira, 27 de abril de 2009