quarta-feira, 6 de janeiro de 2016

O AMOR COMO UM ESPETÁCULO CÓSMICO


"Eu sinto que eu não pertenço a este mundo.
Por que eu não posso existir num mundo onde nós dois não estamos juntos".

Essa frase diz muito sobre este filme misterioso, estranho, delicado, apaixonante, chamado "Comet", estrelado por Justin Long (no papel do esquisito Dell) e Emmy Rossum (que faz Kimberly, sua namorada e o amor da sua vida).

É meio difícil falar, descrever "Comet". Fico com medo de cair nos clichês e dizer que é uma "comédia romântica sobre as alegrias e as dores de se viver um amor que não passa". Sobre dois amantes que terminam e reatam uma história, num loop sem fim. 

É isso, mas é mais que isso. É um filme lindo, dirigido de forma tão sensível, tão... poética por Sam Esmail, que muitas vezes eu tinha a sensação de estar vendo um álbum de fotografias, que conta uma história sem uma ordem cronológica muito coerente. 

A edição é brilhante, caótica, melancólica, um mecanismo eficiente que comunica a impossibilidade de essas duas pessoas conseguirem se afastar; uma energia que é mais forte que eles, um magnetismo, uma gravidade. Diálogos inteligentes, lindos, ocasionalmente engraçados completam a beleza deste filme tão especial.

Uma conexão que não se rompe, feito um vício...

Dell e Kimberly são vítimas de um amor que não passa; que não se resolve. Uma pessoa que você não consegue esquecer, que não sai do seu corpo, da sua pele. Um encontro (ou desencontro) que não considera o tempo, a física, a realidade. Um desejo além do que é possível, um amor sufocante, desesperado, a vontade de ter aquela pessoa até o fim. "É um vício", Dell tenta compreender em dado momento, sem muito sucesso.

Eu não esperava absolutamente nada deste filme; ao seu fim, senti como se eu estivesse olhando para o céu estrelado, cortado por astros brilhantes e incertezas. E, feito Dell, como se minha palavra preferida neste exato momento também fosse... "cometa". 

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