segunda-feira, 17 de outubro de 2011

O CONTO DE FADAS DE WOODY ALLEN

"Meia Noite em Paris" (Midnight in Paris) é um lindo, pequenino, conto de fadas de Woody Allen. Uma deliciosa pausa nas suas tradicionais discussões e devaneios neuróticos sobre a existência moderna. Um sopro, um refresco, um bálsamo, um tesouro. Este é um filme mágico e surreal. Literalmente.
Woody Allen flerta com Paris em seu novo filme

O protagonista, Gil (bem interpretado por Owen Wilson), um americano da Califórina, visita Paris com sua noiva, uma típica americana superficial vivida por Rachel Mcadams. O sonho de sua vida era ter vivido na Paris dos anos 20, quando ele poderia ter conhecido tantos artistas incríveis que viviam por lá na época. Sua mulher, porém, não dá a menor bola para esse devaneio e ele se vê debravando sozinho a cidade luz. Eis que, num belo dia (ou melhor, numa bela madrugada), ele se perde em uma de suas andanças. Senta numa escadaria e, quando ouve um relógio bater a meia-noite (como nos contos de fadas) surge um Peugeot antigo, com umas pessoas dentro que o convidam para passear. E ele aceita...
Gil e Adriana dançam e se apaixonam nesta incrível (e impossível) viagem no tempo

De repente, o carro para numa festa que, de fato, está acontecendo nos anos 20 e os anfitriões são Scott e Zelda Fitzgerald. A partir deste momento, acontece uma série de encontros impossíveis com Pablo Picasso, Salvador Dali, Matisse, Ernest Hemingway, Cole Porter e tantos outros. Então ele conhece uma mocinha charmosa, Adriana, que acabou de terminar um romance com Modigliani e os dois se envolvem rapidamente. E qual é o sonho dela? Ter vivido em Paris durante a Belle Époque. E, de repente, os dois se veem nesta época e conhecem os artistas que viviam na cidade, como Toulouse Lautrec.
Salvador Dali (vivido por Adrien Brody) é um dos encontros improváveis de Gil

Basicamente, a discussão do filme é "que antes era melhor", a nossa nostalgia, a inexplicável saudade de um tempo passado, que sequer viviemos, e que sempre é melhor que o nosso presente banal. E um evidente exercício auto-biográfico de Woody Allen que realiza, na tela do seu filme, algo que parece evidentemente um dos seus maiores sonhos. Este é um filme lindo, emocionante e inesquecível.

Um lindo filme, uma linda reflexão sobre a vida. Inesquecível.

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