Wes Anderson encanta novamente como seu filme mais recente: "O Fantástico Sr. Raposo", baseado no clássico homônimo de Roald Dahl. Como em todos os seus filmes, este também é marcado por uma direção elegante, silenciosa e uma deliciosa melancolia marcada por um quê de sonho e devaneio que permeiam todas as suas obras. Aqui, igualmente, a temática central é a figura paterna e sua complexa existência (ou ausência) na família. Anderson tem fascínio em retratar relações familiares complicadas e pais excêntricos, com a cabeça nas nuvens e ideias mirabolantes. É assim em "Os excêntricos Tenenbaums", "Viagem à Darjeeling", "A vida marinha" etc.
O Sr. Raposo é uma figura carismática, cheio de charme e fleugma, e quer levar a vida caçando galinhas. A sua esposa, porém, o convence que este tempo passou e é hora de arrumar um trabalho de verdade. Ela engravida, ele arruma um trabalho como colunista de um jornal e os dois passam a levar uma vida "normal", com contas a pagar e dias a serem sobrevividos. Mas tudo o que o Sr. Raposo mais sonha é em roubar galinhas novamente.
E ele o faz, escondido da mulher, ao invadir as granjas de três vizinhos. O roubo desencadeia uma série de eventos que chegam a proporções épicas, que constroem uma atmosfera caótica e obviamente engraçada, sob a qual se esconde a verdadeira alma desta animação. As crianças vão gostar, claro, dos bonecos animados e das situações cômicas. Mas são os adultos que vão apreciar e se comover com este filme da maneira que ele realmente deve ser apreciado e sentido.
Como tudo que Wes Anderson faz (ainda hoje acho as câmeras lentas de Darjeeling inebriantes), este é um filme lindo na sua mais pura simplicidade e desprovimento de complicação. Anderson não tem nenhuma grande ambição aqui, a não ser pontuar esta história da maneira como ele enxerga o mundo, a vida e as complicações da existência (esse é o maior valor do seu estilo característico).
Porque também há, no calor da discussão sobre galinhas e fazendeiros, reflexões sobre amor, auto-estima, cumplicidade e medo de existir. E um punhado de animais adoravelmente complicados, mas que tanto têm a nos ensinar sobre nós mesmos.
Delicado, precioso e imperdível.
Há algo realmente fantástico sobre o Sr. Raposo...
O Sr. Raposo é uma figura carismática, cheio de charme e fleugma, e quer levar a vida caçando galinhas. A sua esposa, porém, o convence que este tempo passou e é hora de arrumar um trabalho de verdade. Ela engravida, ele arruma um trabalho como colunista de um jornal e os dois passam a levar uma vida "normal", com contas a pagar e dias a serem sobrevividos. Mas tudo o que o Sr. Raposo mais sonha é em roubar galinhas novamente.
E ele o faz, escondido da mulher, ao invadir as granjas de três vizinhos. O roubo desencadeia uma série de eventos que chegam a proporções épicas, que constroem uma atmosfera caótica e obviamente engraçada, sob a qual se esconde a verdadeira alma desta animação. As crianças vão gostar, claro, dos bonecos animados e das situações cômicas. Mas são os adultos que vão apreciar e se comover com este filme da maneira que ele realmente deve ser apreciado e sentido.
Como todos os protagonistas de Anderson, ele é absolutamente desorientado e encantador
Como tudo que Wes Anderson faz (ainda hoje acho as câmeras lentas de Darjeeling inebriantes), este é um filme lindo na sua mais pura simplicidade e desprovimento de complicação. Anderson não tem nenhuma grande ambição aqui, a não ser pontuar esta história da maneira como ele enxerga o mundo, a vida e as complicações da existência (esse é o maior valor do seu estilo característico).
Porque também há, no calor da discussão sobre galinhas e fazendeiros, reflexões sobre amor, auto-estima, cumplicidade e medo de existir. E um punhado de animais adoravelmente complicados, mas que tanto têm a nos ensinar sobre nós mesmos.
Delicado, precioso e imperdível.
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