quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

AMOR PLATÔNICO

Sade. Um amor platônico nutrido desde a infância que é possível recordar. Ao mesmo tempo, um encantamento fadado ao fracasso porque sempre tive a plena noção que Sade seria demais para mim. Too much information. Cantora demais, mulher demais, bela demais, alienígena demais. Dizem que Sade é britânica-nigeriana. Eu custo a crer. Para mim, Sade não é deste mundo. Tampouco é a sua voz. É tudo transcendental demais, estrangeiro demais. Ouvir Sade entorpece, é algo alucinógeno. Os sons, do jeito como saem de sua boca, são um instrumento extraterrestre que, de alguma maneira, consegue nos transportar para um outro planeta. Música de ninar e música para fazer bebês. É isso que Sade consegue com a sua música. Misteriosa, mágica, estranha, silenciosa, discreta, etérea. Sade é como uma brisa de mar que nos pega despercebidos e vai embora, deixando um rastro de conforto e arrepios. Sade é o sol se pondo no mar. Mais um amor platônico e impossível.

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